A Ford inicia um novo ciclo de investimentos para a fábrica em General Pacheco, onde a empresa monta a Ranger, com um aporte de US$ 580 milhões (R$ 3,05 bilhões) no complexo para produzir a próxima geração da picape média. A 4ª geração global da Ranger será desenvolvida de forma a ser a base para a próxima Volkswagen Amarok. A apresentação está prevista para 2021, porém só dará as caras na América Latina em 2023, quando inicia a produção local.
“Este é um passo importante para a Ford na América do Sul para implementar um novo modelo de negócio mais eficiente, ágil e inovador construído sobre nossos pontos fortes em segmentos em crescimento, com um portfólio vibrante e moderno de SUVs, picapes e veículos comerciais", afirma Lyle Watters, presidente da Ford para América do Sul e mercados internacionais.
Este investimento já havia sido adiantado em setembro, quando Felipe Solá, ministro das Relações Exteriores da Argentina, revelou em uma entrevista que a Ford preparava este aporte no país vizinho - apenas errou na quantia, dizendo que seriam US$ 700 milhões. O uso do dinheiro pra produzir a nova Ranger também não é uma surpresa, pois é o único veículo que a marca norte-americana monta em General Pacheco desde o fim do Focus.
O plano inicial era que a Ford e a Volkswagen iriam dividir os custos para produzir a Ranger e a Amarok em conjunto. As duas fabricantes iniciaram uma parceria global para veículos comerciais e elétricos, fazendo com que a Ford fique encarregada de desenvolver a Ranger e compartilhar tudo com a Volkswagen para a nova Amarok. Há rumores até de que a picape da VW pode usar motores da Ford.
No entanto, a mídia argentina descobriu que o relacionamento entre as duas no país azedou um pouco e a Volkswagen decidiu que irá montar a Amarok na África do Sul. A Ford não desistiu de sua estratégia e investiu para continuar a fabricação da picape média na América Latina. Esta disputa afeta apenas a estratégia na região, pois a Amarok ainda será feita com base na Ranger.
O novo investimento para General Pacheco estaria em estudo há mais de um ano, segundo o site Argentina Autoblog. Quando Solá “vazou” as informações sobre o aporte, a Ford não quis comentar e a razão seria porque a matriz ainda não havia batido o martelo a respeito do projeto. Mesmo com o valor usado na Argentina, a produção será somente para a América Latina, pois a picape também será montada na África do Sul e Tailândia, que abastecerão outros mercados como Ásia e Europa.
Apesar da apresentação global estar prevista para 2021, já temos algumas informações sobre a nova Ranger. Documentos obtidos pelo site austraiano CarExpert adiantam que a picape média terá o 2.0 biturbo diesel de 213 cv e 50,9 kgfm como a motorização mais básica, passando para o 3.0 V6 turbodiesel de 253 cv e 60,8 kgfm usado também pela F-150 (e que iria aposentar o 3.2 de cinco cilindros). A opção a gasolina seria o 2.3 turbo de quatro cilindros com um sistema híbrido plug-in, entregando 367 cv e 69,3 kgfm, com um consumo por volta de 33 km/litro.
O possível visual da Ranger também foi revelado em imagens vazadas que foram publicadas pelo site Whichcar em 2019, que mostram uma picape com elementos da F-150. Na época, a fabricante pediu que a publicação retirasse as imagens do ar, o que aumentou as especulações de que as fotos são reais. Claro, há chances de que seja apenas um estudo inicial e que o design final tenha mudado desde então.
Ainda levará alguns anos para que a nova Ford Ranger chegue ao Brasil. A apresentação global era prometida para 2021 e ainda não sabemos o quanto esse cronograma pode ter atrasado. Caso o plano não tenha sido alterado, a picape fará sua estreia no final do ano que vem para o mercado global. A produção na Argentina está confirmada para 2023.
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