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Ford explica porquê desistiu dos sedãs nos Estados Unidos

Segmento recuou 17% em dez anos e a marca precisa investir no que dá dinheiro

Ford Fusion: a trajetória no Brasil

Em 2018, a Ford tomou a polêmica decisão de só investir em crossovers, SUVs e picapes para o mercado norte-americano, eliminando hatchbacks e sedãs. A promessa foi cumprida e, atualmente, apenas o Fusion continua nas lojas (e isso enquanto durarem os estoques, pois a produção já foi encerrada). Na época, a marca dizia que a razão era apostar nos modelos que o público está comprando. Mas agora a empresa dá mais detalhes sobre esta decisão.

Em uma conversa com o site Ford Authority, Kumar Galhotra, presidente da Ford North America e vice-presidente da Ford Motor Company, afirma que esta decisão veio após observar as tendências do mercado. “O ponto principal aqui é, não apenas para nós, que o segmento de sedãs está em declínio há muito tempo e este declínio foi acelerado nos últimos anos”, diz Galhorta.

Galeria: Ford Fusion 2019 (BR)

Com a categoria perdendo espaço, a Ford precisa investir no que dá resultado. “Nossa indústria consome muitos recursos – temos que criar um produto específico, e a fábrica para construí-lo, e todas as ferramentas e fornecedores – o que pode chegar a bilhões de dólares. A questão então passou a ser, neste ambiente com uma quantidade finita de capital, onde queremos investir? Queremos investir em um segmento em declínio ou queremos investir em um segmento em crescimento?”

A situação de hatches e sedãs não é animadora no mercado global. A JATO Dynamics afirma que os sedãs perderam 6,8% de participação no mundo todo no ano passado e que até mesmo a China, país que dava muito valor aos sedãs compactos e médios, agora está de olho nos SUVs. Nos EUA, a participação de mercado dos sedãs caiu de 39% em 2009 para apenas 22% em 2019. No caso dos hatchbacks, a queda foi ainda mais expressiva no mundo todo, reduzindo a procura em 12% de 2018 para 2019.

Galeria: Ford Bronco Sport 2021

“Então fizemos a decisão de investir no segmento em crescimento, com o Bronco, Mach-E e Bronco Sport, então temos muito mais produtos chegando que irão mais do que compensar a perda dos sedãs. Foi apenas isso, como o mercado não está mais comprando esses carros, não faz sentido continuar a investir neles”, finaliza Galhotra.

Esta decisão está afetando cada vez mais mercados da Ford. No Brasil, a dupla Ka e Ka Sedan são os únicos hatchback e sedã ainda nas concessionárias, enquanto os demais modelos vendidos são SUVs e picapes. Na Europa, Fiesta e Focus resistem, enquanto o Mondeo (o Fusion europeu) está próximo de sair de linha. A China é o único que ainda oferece quatro sedãs diferentes: Escort, Focus Sedan, Mondeo e Taurus, mas não conta com nenhum hatchback.

A mudança na estratégia da Ford levará um tempo para surtir efeito no Brasil. A fabricante trabalha na próxima geração do EcoSport, como já vimos em flagras do Ka servindo como mula de testes, além de prometer outros lançamentos no futuro. Apesar não revelar quais serão as novidades, Motor1.com apurou que Bronco Sport, Escape Hybrid, Mustang Mach-E e F-150 estão nos planos da empresa.

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