A perda financeira causada pela quarentena para combater o coronavírus obrigou a Volkswagen a congelar seu novo plano de investimento na região, que deveria ter sido anunciado pouco antes do início da pandemia. O dinheiro seria usado para a tão esperada nova geração do Gol, a ser produzida em Taubaté (SP), e outros produtos (como a picape Tarek, rival da Fiat Toro). A informação foi revelada por Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen do Brasil e América Latina, em entrevista ao vivo para o Automotive Business.
“Não é o momento de falar de estratégia, é um momento de sobrevivência”, explicou Di Si durante a conversa. O executivo foi claro ao dizer que a empresa está trabalhando com planos de curto prazo para buscar a liquidez durante a crise. Ao ser questionado sobre o projeto para a fábrica de Taubaté, que estaria próximo de ser anunciado, o presidente da Volkswagen do Brasil confirmou que tinha planos de falar sobre a fábrica, mas que teve que congelar o projeto.
O projeto citado por Di Si seria para a nova geração do Gol, como revelou o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau) há um ano. Segundo o sindicato, a marca teria feito um acordo com os trabalhadores para novos investimentos na unidade fabril e que ele daria origem não só ao novo Gol (chamado internamente de A00), como também a um novo SUV. Os planos de um sucessor para o Gol já haviam sido revelados pela marca em uma apresentação na Argentina, com outros 19 lançamentos para a América Latina até 2020. A ideia era lançar o carro até 2022.
A justificativa para adiar o investimento é bem clara. “Em 4 meses, vamos gastar o equivalente a um plano de investimento de 3 ou 4 anos”, declarou Di Si. Os gastos constantes com salários e manutenção das fábricas paradas estão afetando as fabricantes em todo o mundo. Uma reportagem do Automotive News Europe afirma que a Volkswagen está perdendo o equivalente a R$ 11,2 bilhões por semana com suas fábricas paralisadas.
Para evitar que continue a perder dinheiro, a Volkswagen estuda retornar a produzir em suas quatro fábricas brasileiras (São Bernardo do Campo, São Carlos, São José dos Campos e Taubaté), seguindo todas as recomendações da OMS para evitar novos casos. A operação voltaria com um único turno, pois levaria três semanas para acertar toda a logística com os fornecedores. Di Si previa um retorno em maio, mas disse que isso pode mudar dependendo da situação do país, pois o mais importante no momento é a saúde pública.
Fonte: Automotive Business
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