Depois do cancelamento do uso da sigla GTi nos novos esportivos da Peugeot, a eletrificação parece que fará mais uma vítima de apelo tradicional na indústria automobilística francesa. De acordo com reportagem recente da revista Auto Express, a Renault está avaliando seriamente a possibilidade de não desenvolver uma nova geração para o Clio RS.

A marca tem encontrado dificuldades no projeto principalmente por conta da rigidez das regras anti-poluição da Europa, que tornam inconciliáveis atributos como desempenho e eficiência energética juntos em um modelo compacto com o Clio. Nem mesmo os engenheiros mais experientes estão conseguindo encontrar uma solução que seja economicamente viável e, ao mesmo tempo, esportiva e ecológica.

Galeria: Renault Clio R.S. 18

"Hoje, um novo Clio RS precisaria de uma tecnologia muito sofisticada para atingir níveis mais baixos de emissões de CO2. Para manter a esportividade e o desempenho do carro, seria necessário sobrecarregá-lo a ponto de subir o preço a um patamar que os clientes normalmente não poderiam comprá-lo", disse Ali Kassai, gerente de produto e programas do grupo Renault. "Por enquanto, embora gostemos de carros esportivos, pois isso faz parte da nossa história, não conseguimos encontrar uma solução para essa equação - é impossível", completou.

Renault Zoe E-Sport Concept

Caso não consiga reinventar o conceito atual do Clio RS, a saída da Renault será substituí-lo por um inédito Zoe RS - obviamente equipado com propulsão 100% elétrica. A marca já deu dicas sobre o desenvolvimento deste modelo através do conceito Zoe e-Sport, equipado com dois motores elétricos, potência de mais de 460 cv e aceleração de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos. São números mais do que suficientes para suceder o Clio, mas há diversos desafios ainda não superado, como custos e autonomia.

O próprio Kassai sabe disso. "A questão é: qual é o desempenho? Qual é a autonomia deste carro? Como ele se comportaria como esportivo? A Renault Sport é um ator sério, portanto, se fabricarmos esse carro, é necessário que ele faça muito mais do apenas dar uma volta e depois parar numa estação de recarga. Não é isso que queremos", finalizou.

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