Acionista da Fiat-Chrysler quer mudar nome da empresa para JeepRAM
ADW Capital ainda sugere vender Maserati, Alfa Romeo e buscar fusão com GM ou PSA
Ter uma empresa com ações na bolsa de valores significa ter acionistas e, dependendo do quanto eles tiverem da empresa, podem balançar a operação se ela não estiver dando o lucro esperado. Se o acionista tiver uma participação pequena, pode votar em decisões e oferecer sugestões, que muitas vezes não dão em nada. Isso não impediu a ADW Capital Management, acionista de longa data da Fiat-Chrysler, de exigir algumas mudanças. Em carta enviada à diretoria da FCA, a empresa fez propostas bem ousadas, incluindo mudar o nome da empresa para JeepRAM, segundo o Bloomberg News.
“Enquanto a Fiat tem marcas premium que estão crescendo, com o balanço mais forte e o maior perfil de crescimento de todas as montadoras americanas, a empresa negocia com um desconto significativo para seus rivais mais próximos, GM e Ford ”, Adam Wyden, fundador da ADW, escreveu na carta obtida pelo Bloomberg News.
De acordo com a publicação, a operação norte-americana da Fiat-Chrysler no terceiro trimestre do ano foi liderada por modelos como RAM 1500 e Jeep Wrangler, responsáveis por 97% do lucro no período. A mudança do nome para JeepRAM ajudaria a dar mais valor para a empresa, segundo Wyden, por dar mais destaque para as marcas mais fortes.
Wyden tem outras sugestões. Ele propõe fazer uma fusão da Fiat com outra marca na Europa, como a PSA, dona da Peugeot, Citroën, DS e Opel/Vauxhall. Outra ideia é separar a operação ou vender a Maserati e a Alfa Romeo. por fim, o executivo dá uma sugestão que já foi considerada antes - uma fusão completa com outra fabricante. Wyden fala de se unir com uma fabricante norte-americana como a GM, para reduzir custos.
Não se preocupe se essas sugestões parecem assustadoras. A AWD não está nem entre os 100 maiores acionistas da FCA, segundo o Bloomberg. Isso limita muito a influência da empresa no quadro de acionistas e na diretoria da empresa. Além disso, a Exor NV (empresa da família Agnelli, criadora da Fiat) tem mais de 50% de direito de voto da Fiat-Chrysler, o que dificulta ainda mais que qualquer sugestão contrária à sua vontade seja aprovada.
No momento, não é mais do que um acionista jogando ideias ao ar na esperança de aumentar o valor da empresa. A Fiat não comentou sobre a carta da ADW e reiterou seu plano de continuar independente até 2022.
Fonte: Bloomberg News
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