O ano começou agitado para a Ford do Brasil. Janeiro ainda nem acabou e a marca já apresentou o EcoSport Storm 4WD e fez a pré-estreia do Ka Freestyle, que antecipa a versão aventureira do hatch reestilizado. E a tendência é que a correria continue: pelo que apuramos junto à executivos da marca, diversas novidades estão para chegar.
Algumas delas já são conhecidas, como o Mustang, cuja estreia ocorre em março, e o Ka renovado, que chega no começo do segundo semestre. Falando em Ka, as principais atrações da versão Freestyle também estarão nos modelos "normais". Será o caso do motor 1.5 3 cilindros da família Dragon, que começa a ser fabricado no Brasil em breve (para gerar escala e substituir o importado da Índia), e o câmbio automático de 6 marchas. Boa notícia é que não haverá "downgrade" em relação à unidade usada no Eco, portanto, podemos esperar por um Ka com 137 cv de potência e 16,2 kgfm - tanto na versão hatch quanto na sedã e na aventureira.
O Ka Freestyle terá como principais rivais o Chevrolet Onix Activ e o Hyundai HB20X, com preços estimados entre R$ 60 mil (manual) e R$ 65 mil (automático). Com a chegada da transmissão automática, Ka e Ka Sedan terão suas gamas esticadas, ou seja, o Ka vai definitivamente invadir a seara do Fiesta. Assim, a Ford terá finalmente o Ka mais competitivo diante dos rivais, principalmente no que diz respeito às versões mais caras. Outra novidade ficará por conta da multimídia Sync 3 com tela flutuante. Nas versões de entrada, será mantido o 1.0 3 cilindros, considerado um dos melhores do segmento.
Com o Ka reposicionado, o Fiesta ficará cada vez mais encolhido. A saída, como mostra esse flagra abaixo (feito na China), é uma versão do novo Fiesta europeu adaptada para mercados emergentes. Vale dizer que a Ford Brasil está trabalhando em grande sintonia com a Ford da China e da Índia - as três filiais cuidaram, por exemplo, do desenvolvimento do Ka Freestyle. Outro indício de que o modelo virá ao Brasil é o registro das patentes dele no INPI (Instituto Nacional da Produção Industrial), feito recentemente pela marca. Não deve ser tão para já (entre 2019 e 2020), mas tudo indica que o novo Fiesta será feito aqui. Com acabamento mais simples e menos equipamentos que o europeu, fará a ponte entre o Ka e o próximo Focus, que vai crescer e...
...Ficar mais caro. Está aí um pepino para a Ford do Brasil resolver. Vale investir num carro cujo segmento está cada vez mais fraco? Talvez. Pelo que ouvimos, essa decisão vai depender da recuperação do mercado nacional. "Se atingirmos novamente o patamar de 3 milhões de carros/ano, dá para pensar numa linha mais completa. Caso contrário, é focar nos modelos mais vendidos e nos de boa margem", conta um executivo. O que pode "salvar" o novo Focus (flagra abaixo) é boa aceitação do modelo na Argentina, além da versão sedã ainda ter algum mercado no Brasil.
Nessa parte de "carros de margem", a Ford deverá apostar no novo Edge ST. Isso mesmo, a versão esportiva do crossover canadense agradou os brasileiros e, de acordo com outro executivo, "já temos interessados nesse carro no Brasil". Com design renovado e um motorzão Ecoboost 2.7 V6 biturbo de 340 cv e 52,5 kgfm, deverá compor a linha esportiva da marca junto com o Mustang, com chegada prevista para o segundo semestre.
Por fim, mas não menos importante, é o projeto de ter um SUV médio para brigar com o Jeep Compass. "Precisa ser feito localmente (Brasil ou Argentina), pois importado não dá", adianta uma fonte. Tudo leva a crer que a história de um "SUV baseado no Kuga" feito na Argentina é quente. Mas isso é assunto pra um futuro mais distante.
Fotos: reprodução Ferd (flagra Fiesta) e divulgação
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