Mais uma prova do quanto o Brasil está atrasado em segurança automotiva. Enquanto aqui ainda esperamos pelo controle de estabilidade obrigatório (previsto para começar em 2020), a comissão de transportes da União Europeia discute a possibilidade de exigir que todos os carros venham com sistemas de frenagem autônoma (AEB).
A proposta foi aprovada e segue para estudo por uma comissão, que irá revelar o resultado somente em março de 2018, como parte da estratégia de atualizar os requisitos de segurança para os carros de toda a Europa. O comitê de transportes europeu quer atualizar o regulamento usado para os caminhões, exigindo que as fabricantes façam os modelos de forma que aumente a visibilidade, ajudando o motorista a perceber pedestres e ciclistas. Ao mesmo tempo, querem que os carros adotem o sistema.
Pouco antes do projeto aparecer, o instituto Thatcham Research divulgou um estudo que mostra que 70% dos veículos novos não contam com frenagem autônoma de emergência como padrão. Thatcham trabalha junto ao Euro NCAP desde 2004 e fez diversas pesquisas que foram usadas para apoiar mudanças na legislação europeia.
“Nós apoiamos completamente o parlamento europeu na decisão de exigir tecnologias importantes para a segurança automotiva, como frenagem autônoma de emergência. É muito importante que a comissão europeia divulgue suas decisões e transforme em um acordo apoiado pelo governo britânico”, disse Peter Shaw, chefe do instituto.
“AEB pode reduzir a quantidade de colisões traseiras em até 38%, mas apenas 30% dos carros vendidos atualmente no Reino Unido tem o sistema como padrão. Parece que apenas uma lei pode fazer com que tecnologias que salvam vidas, como o AEB, tornem-se padrões da indústria.”
A medida não é exclusiva da Europa. Nos Estados Unidos, as fabricantes se uniram e voluntariamente irão adotar o sistema como padrão a partir de 2022. Quando tanto os EUA quanto a Europa adotarem o AEB, o Brasil começará a ver mais modelos com o equipamento, como aconteceu com os faróis de iluminação diurna e controle de estabilidade. Porém, com a lentidão do governo brasileiro para adotar novas tecnologias como o ESP (que só será lei em 2020), a frenagem autônoma de emergência deve continuar restrita para os veículos mais caros. A não ser que alguma montadora resolva se diferenciar e oferecer mais do que o obrigatório.
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