Bravo Blackmotion 2016 O representante da Fiat no segmento de hatches médios já avança para 2016. O design, um dos pontos fortes, recebeu retoques pontuais para deixá-lo mais atraente. Junto vieram mais refinamento e conteúdo tecnológico, além do preço de lista mais baixo que os rivais. Eis a receita do Bravo 2016 em busca de dias melhores. Mas será que são suficientes para ganhar posições contra rivais como Golf, Focus e Cruze? Isso é o que vamos responder agora. Confira as nossas impressões ao dirigir.
Volta Rápida: de cara nova, Fiat Bravo 2016 quer conquistar pelo preço
Bravo Blackmotion 2016

O que é?

O primeiro facelift desde o seu lançamento em 2010 fez bem ao Bravo. Seguindo as alterações do Linea, o hatch médio italiano manteve as linhas gerais arredondas, mas ganha uma dianteira mais imponente. A nova grade ficou mais bicuda, enquanto o para-choque tem novo desenho com um grande friso cromado em V que se integra aos faróis de neblina (na Sporting e T-Jet o friso é escuro). Na traseira, as novidades ficam por conta da moldura nas lanternas, desenho do para-choque (que adiciona duas falsas saídas de ar nas extremidades) e pela inscrição "Bravo" em posição elevada e central na tampa. O resultado final é um aspecto mais esportivo, independentemente da versão.
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Bravo Blackmotion 2016 Por falar em versões, o Bravo 2016 aposenta a Absolute e coloca no lugar uma mais descolada, a Blackmotion. Oriunda do Stilo e do Punto, aposta no estilo e no recheio um pouco mais farto. Assim, a gama fica da seguinte forma: a versão de entrada permanece sendo a Essence, seguida pela Sporting, Blackmotion e a top T-Jet.
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Por dentro há novidades significativas. O sistema de ar-condicionado foi reformulado e agora oferece maior vazão, o que permite que o carro seja refrigerado mais rapidamente. Também há saída para o banco traseiro. O painel mantém o desenho, mas passa a ser feito com materiais mais nobres. Na porção central, o material é macio ao toque e o acabamento é texturizado. O painel de instrumentos ganhou novos grafismos.
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Mas a grande novidade é a central multimídia UConnect com tela de cinco polegadas da Mopar, a mesma utilizada nos modelos da Chrysler e Jeep. Item de série em todas as versões, a central pode ser operada por comandos de voz em português, além dos botões no volante ou na própria tela sensível ao toque. Também possui conectividade Bluetooth, USB e auxiliar.
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Como anda?

Começo pelo Bravo Essence, versão de entrada. A posição de guiar é levemente esportiva, com volante de boa pegada e banco que oferece bons apoios laterais. O volante tem regulagem de altura e profundidade, enquanto os retrovisores são ajustados eletricamente. Mas, diferentemente dos rivais, o Bravo não possui nenhuma versão com ignição por botão. O conjunto mecânico permanece inalterado. Assim, o motor 1.8 16V E.TorQ com potência de 132/130 cv (etanol/gasolina) e câmbio mecânico de cinco marchas impulsionam as versões Essence, Sporting e BlackMotion. Há a opção do câmbio automatizado Dualogic Plus também de cinco marchas. Inicio a condução e me agrada a direção elétrica extremamente leve para manobras e circulação em baixa velocidade, situações típicas na cidade. O conforto acústico também é bom. Logo entro numa rodovia para extrair mais do modelo. Elevo o giro do motor para além dos 6.000 rpm para ganhar velocidade. Quando chega nos 5.000 rpm, o ronco do motor invade de forma consistente a cabine, mas não chega a incomodar. Ponto para a direção que, de extremamente leve, fica mais firme e pesada com a velocidade mais alta. A versão Essence é a que tem o ajuste de suspensão mais voltado para o conforto, e isso é sentido em curvas mais acentuadas, pois a carroceria inclina um pouco além do desejado - e não há controle de estabilidade (disponível em pacote opcional). No geral, o desempenho é aceitável. O Bravo 1.8 responde bem às investidas do acelerador, com retomadas e ganho de velocidade dentro do esperado, mas fica longe de arrancar algum suspiro. Afinal, são 132 cavalos empurrando pelo menos 1.376 kg, uma conta desigual frente aos concorrentes com motores mais potentes. Saio do Essence e entro no BlackMotion equipada com o câmbio Dualogic. Segundo a Fiat, a transmissão automatizada representa 50% do volume de vendas do modelo. Na BlackMotion, o interior do carro é todo escuro, inclusive no forro do teto e colunas. Os bancos são revestidos de couro e possuem a inscrição "BlackMotion" bordada. Hora de acelerar. Sabe os temidos soluços do Dualogic? Então, ficou muito mais agradável rodar com o Dualogic Plus na cidade, a exemplo do que havíamos experimentado com o novo Uno. Ao acelerar de forma gradual e moderada, a troca é feita de modo bem mais tranquilo, sem fazer com que o pescoço seja lançado para a frente. Legal, mas agora vou para estrada. Quando se pisa fundo, lembro que falta faz um câmbio automático de verdade ao modelo. O soluço fica mais evidente, mas ainda assim bem mais moderado do que a primeira geração. Para minimizar isso, há três possibilidades: aliviar o pé do acelerador ao perceber a troca, fazê-las pelas borboletas ou acionar a tecla S (Sport). Com ela, as trocas são feitas com o giro mais alto, o que dá a sensação de que são mais rápidas. Tanto a BlackMotion como a Sporting possuem ajustes de suspensão enrijecidos, para uma condução mais dinâmica. Isso é notável nas curvas, com inclinação menor da carroceria. Em velocidade máxima legal, o carro se mantém estável e transmite segurança em todo o tempo. Por fim, pego o Bravo T-Jet. Por dentro, a grafia dos instrumentos é arrojada. O volante é mais esportivo com empunhadura precisa, revestimento diferente, apliques em alumínio e base ligeiramente reta. As pedaleiras são de alumínio, e no console, a manopla do câmbio me lembra que nele são seis marchas. Ligo o carro e o ronco do motor 1.4 Turbo de 152 cv já anima mais. O T-Jet tem o ajuste mais acertado da gama. O câmbio tem engates melhores e o escalonamento das marchas garante agilidade. Na estrada, aproveito para elevar o torque de 21,1 kgfm para 23 kgfm com o acionamento do botão Overboost. O ganho de força é notável e deixa o carro ainda mais interessante. Boa estabilidade, fácil ganho de velocidade e segurança para entrar de forma mais contundente em curvas. No T-Jet ainda pode-se contar com o controle de estabilidade (única versão em que o item é de série).
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É nesta configuração que o Bravo demonstra boas credenciais para uma disputa mais justa com os rivais em termos de desempenho. Mas, novamente, pesa contra o fato do T-Jet não ter à disposição uma opção com câmbio automático - Golf e Focus trazem caixa de dupla embreagem.

Quanto custa?

Aqui está a grande aposta da Fiat. Ao colocar na mesa o preço inicial, algumas versões do Bravo levam vantagem frente aos rivais. O problema é equiparar os conteúdos com a concorrência nas intermediárias. Vamos aos preços: Bravo 1.8 Essence: R$ 61.990. Vem equipado de série com duplo airbag, freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, rodas de liga leve de 16 polegadas, direção elétrica Dual Drive, ar-condicionado, computador de bordo (A e B), faróis de neblina com função cornering, follow-me home, isofix, piloto automático, retrovisores elétricos, vidros elétricos dianteiros e traseiros com one touch e antiesmagamento, volante multifuncional revestido em couro, banco traseiro bipartido com apoia-braço central e porta-copos, alarme e central multimídia UConnect entre os principais itens. Comparado ao Focus de entrada (1.6 S), é R$ 5.910 mais barato. Bravo 1.8 Sporting: R$ 67.990. Adiciona rodas de 17 polegadas, ponteira de escapamento dupla cromada, teto-solar Skydome, interior em tom escuro e suspensão esportiva. A Fiat destaca que esta configuração é mais acessível que o Cruze Sport6 por considerar que a versão com teto solar é a LTZ, mas o concorrente tem quatro airbags e controles de tração e estabilidade, além do motor mais potente. Bravo 1.8 Blackmotion: R$ 68.990. Traz os mesmos itens do Sporting (com exceção do teto solar que vira opcional) e adiciona bancos de couro, ar-condicionado de duas zonas e central multimídia UConnect Premium (que inclui navegador GPS). Bravo 1.4 T-Jet: R$ 78.490. Tem como principal diferencial o motor 1.4 turbo Overbooster com botão no painel e o câmbio manual de seis marchas, além de vir equipado com controle de estabilidade, hill holder, teto-solar Skydome e sensor de estacionamento traseiro, quadro de instrumentos com display Dot Matrix (gráfico da turbina, relógio digital, calendário e indicador de temperatura externa). Para deixar o Bravo T-Jet completão, é necessário adicionar kits. Assim, para ter sete airbags, central multimídia com GPS e bancos de couro o preço salta para R$ 86.851. Adicionando faróis de xenônio e sistema de monitoramento da pressão dos pneus vai a R$ 91.861 - apenas R$ 2.000 a menos que o Focus 2.0 Titanium Powershift. O Bravo 2016 tem estilo e entrega desempenho aceitável. Mas, colocando o dedo na ferida, o Bravo compete com modelos mais modernos e dotados de motores com injeção direta e turbo, transmissão automatizada de dupla embreagem e suspensão multilink, caso do Focus e Golf. Há ainda o Cruze Sport6 com motor de 140 cv, câmbio automático de seis marchas, quatro airbags e controles de tração e estabilidade. Para completar, o Peugeot 308 com seu bom motor 1.6 THP. Como vencer? A resposta passa a ser a estratégia que a Fiat utilizará para o consumidor final. Rechear o modelo com os pacotes opcionais, pareá-lo com a concorrência e, na loja, oferecer um preço mais atrativo que o de tabela pode conquistar quem busca o custo benefício. Quem prioriza desempenho tem o T-Jet, mas que também precisa de uma ajuda no valor. A briga é difícil, mas, como sempre, a menor mordida no bolso pode ser o fator determinante para fazer o Bravo alcançar mais garagens. Ficha Técnica: Bravo 1.8 16V E.Torq Essence/Sporting/Blackmotion 2016 Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.747 cm³, flex; Potência: 130cv (G)/132cv (E) a 5.250 rpm; Torque: 18,4 kgfm (G) / 18,9 kgfm (E) a 4.500 rpm; Transmissão: câmbio manual de cinco marchas (automatizada de uma embreagem e cinco marchas), tração dianteira; Direção: elétrica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e eixo de torção; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS; Rodas: alumínio aro 16 na Essence e aro 17 na Sporting/Blackmotion; Peso: Essence 1.376 kg/Sporting 1.423 kg/Blackmotion 1.416 Kg ; Capacidades: porta-malas 400 litros, tanque 58 litros; Dimensões: comprimento 4.373 mm, largura 1.792 mm, altura 1.509 mm, entreeixos 2.602 mm. Ficha Técnica: Bravo 1.4 T-Jet 2016 Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 1.368 cm³, gasolina; Potência: 152cv a 5.500 rpm; Torque: 23 kgfm (com overboost) a 4.500 rpm; Transmissão: câmbio manual de seis marchas, tração dianteira; Direção: elétrica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e eixo de torção; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS; Rodas: alumínio aro 17 com pneus 215/45 R17; Peso: 1.435 Kg ; Capacidades: porta-malas 400 litros, tanque 58 litros; Dimensões: comprimento 4.373 mm, largura 1.792 mm, altura 1.509 mm, entreeixos 2.602 mm.

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