Carros para sempre: Simca Chambord, um francês de luxo no Brasil
Carro francês, projetado nos Estados Unidos e que fez sucesso no Brasil. Esse é o resumo da história do Simca Chambord, o primeiro carro de luxo produzido em solo nacional. Derivado do Simca Vedette, ele trazia um visual que imitava os carros norte-americanos da época, com destaque para o famoso "rabo-de-peixe", que lhe rendeu apelido de "Cadillac brasileiro".
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A Simca (Société Industrielle de Mécanique et de Carrosserie Automobile), se instalou em São Bernardo do Campo em 1958, e começou a produzir o modelo sob licença, entre 1959 e 1967. Na França, ele foi produzido entre 1958 e 1961, porém não alcançou em sua terra natal o mesmo sucesso que teve por aqui. O motor de origem Ford, remonta a década de 1930, sendo o mesmo utilizado no modelo europeu. Um propulsor V8 2.3 litros de 84 cv e torque máximo de 15,2 kgfm, associado ao câmbio de três marchas com alavanca no console. A tração era traseira. Apesar de belo, confortável e estável, o desempenho era insuficiente: ele acelerava de 0 a 100 km/h em 26 segundos e atingia máxima de 135 km/h. Porém, durante a sua trajetória, a marca iria gradativamente sanar os problemas de desempenho.
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Em pouco tempo o modelo se tornaria popular e desejado por muitos. O carro tinha muito apelo e trazia muitas novidades ainda incomuns na época: acendedor de cigarros, faróis de neblina, esguichador de água no para-brisa, trava anti-furto, iluminação no motor, porta-luvas e porta-malas, além de diversos porta-objetos. Espaçoso, ele podia acomodar seis pessoas, uma vez que o banco dianteiro era inteiriço.
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Em 1961, o Simca Chambord já estava completamente nacionalizado e marca ia se adaptando ao mercado e aplicando melhorias no modelo. A segunda série de 1961, como ficou conhecida, ganhou um motor mais potente (90 cv) e com diversas melhorias que reduziram atrito e aquecimento (reclamação constante), suspensão recalibrada, nova relação de marchas, além do acabamento interno com melhor qualidade.
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Para atender a demanda, a marca lançou uma versão luxuosa chamada Simca Présidence. Tinha calotas raiadas, estepe atrás do porta-malas, cores exclusivas e bancos de couro, além do motor original atualizado para 100 cv de potência. Recebeu em 1965 o motor V8 Tufão de 110 cv e no final de 1966 o motor V8 Emi-Sul de 140 cv, que finalmente traria bom desempenho ao modelo.
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Poucos meses depois era lançado o Simca Rallye, que seria a primeira versão esportiva de um sedã nacional. Equipado com o mesmo motor da versão Présidence, o visual externo possuía entradas de ar no capô e cores mais chamativas. Exclusivo nesta versão era uma alavanca no painel para o avanço inicial de ignição. Isso permitia compensar diferenças de octanagem do combustível e também de altitude. O Chambord também marcou uma época por ser o veículo usado pelo ator Carlos Miranda, protagonista da popular série de TV "O Vigilante Rodoviário". O encerramento da produção do modelo era anunciado no fim de 1966, quando a marca já apresentava seu substituto, o Esplanada. Ao todo foram produzidas quase 50 mil unidades do modelo. Com a incorporação definitiva pela Chrysler em 1967, os modelos da Simca desapareceram do mercado.
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O Simca Chambord foi um modelo importante, pois chegou em um momento em que a indústria nacional estava dando os primeiros passos. Foi o primeiro modelo de luxo disponível por aqui e, apesar da curta trajetória, deixou muitos fãs. O carro também foi homenageado com uma música da banda Camisa de Vênus "Simca Chambord", de 1986.

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Foto de: Julio Cesar
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