Avaliação: Triumph Speed Triple - A naked Inglesa tem sangue quente
Avaliação: Triumph Speed Triple - A naked Inglesa tem sangue quente
A Speed Triple pode ser considerada a mãe das esportivas sem carenagem mais atuais - as famosas naked, ou literalmente peladas. Lançada em 1994, ela ganhou fama após atuar em uma arrojada perseguição no filme "Missão Impossível 2", nas mãos de Tom Cruise. De lá para cá, a Speed foi aprimorada: a ciclística dócil aliada a um motorzão de três cilindros (133 cv) foram revistos em 2011. O visual, também modificado, incluiu novos e agressivos “olhos” trapezoidais no lugar dos redondos tradicionais.
Esta naked inglesa chegou ao Brasil junto ao retorno da marca, no final de 2012, já com montagem em Manaus (AM). Por R$ 42.900, ela oferece dois anos de garantia e agrega freios com ABS de série. A missão é enfrentar a Honda CB 1000 R, de 125 cv (R$ 43.390) e a Kawasaki Z1000, com 138 cv (R$ 47 mil) – ambas com motores 1000 cc de quatro cilindros, em valores das versões top que incluem freios ABS (opcionais). Status e poderio para tanto, parecem não lhe faltar.
Olhar incisivo
Com 214 kg totais, a Speed é uma moto bem gostosa de pilotar. Ao contrário do que possa parecer, o motor tricilíndrico é suave e vibra pouco, graças a balanceadores internos. Desde que foi lançada, a moto já teve capacidade cúbica de 750, 885 e 955 cc, passando a usufruir dos 1.050 cc atuais em 2005. Sempre com três cilindros em linha, uma tradição da Triumph.
Com a maior cilindrada aliada ao duplo comando para as 12 válvulas e injeção eletrônica Keihin, a Speed usufrui de saudáveis 133 cv a 9.400 rpm. Destaque também para o torque elevado (11,3 kgfm a 7.750 rpm), que se faz presente desde os giros mais baixos. É forte desde cedo, mas sua “pegada” começa de fato nas 4.000 rpm, quando o giro salta com enorme disposição até 10.000 rpm – o corte eletrônico da injeção ocorre em 10.500 rpm.
Por conta da força natural do propulsor, o câmbio tem as últimas três marchas – seis ao total – mais longas que o usual. A 100 km/h em sexta, por exemplo, se está a baixos 3.500 rpm. E trata-se de uma máquina que não esquenta tanto as canelas: é amparada por um radiador d´água de dimensões generosas, além de outro que refrigera o óleo, posicionado logo abaixo.
O sistema de escapamento agrada pelo ronco cheio de personalidade: encorpado e rouco, seguindo a configuração de três saídas do motor, as quais se unem em um único cano e depois são divididos em dois grandes abafadores/catalisadores. Entre os opcionais disponíveis há um escapamento esportivo “3 em 1”, da marca Arrow Special Parts, que deixa a moto com apenas uma descarga lateral e melhora a performance.
Ciclística incomum
Mesmo sendo curta (2,1 m) e sem carenagem frontal alguma (vendida como opcional), a Speed é uma naked precisa e até fácil de domar. Os engates da transmissão são precisos e curtos, mas a embreagem a cabo peca pela dureza do manete - o que compromete um pouco o uso no trânsito urbano. Ao menos, ambos os manetes oferecem regulagem de distância. Em acelerações fortes, a dianteira da Triumph é bem “no chão”, mesmo nas saídas mais nervosas (ela chega a 100 km/h em menos de 4 segundos). Não é uma moto exatamente econômica, mas o tanque de 17,5 L auxilia em uma boa autonomia – dependendo do tipo de tocada.
As suspensões ajustáveis da Showa mostram bom compromisso entre estabilidade e conforto, com ênfase no primeiro item. Com posição de pilotagem ligeiramente inclinada para frente e pedaleiras bem recuadas, o piloto pega rápido o jeito de guiar e curvar com a Speed. Parte do mérito de sua “pisada” firme se deve aos competentes pneus Metzeler Racetec. Com generosas medidas de 190/55 (T) e 120/70 (D), são montados em rodas de alumínio forjado. Mas pedem cuidado ao trafegar na chuva, por conta da carência de sulcos nas laterais.
Também não é tarefa árdua se acostumar aos freios. Compostos por duas pinças radiais da Brembo na dianteira e uma Nissin atrás, o conjunto garante frenagens bem moduladas. O sistema antitravamento (ABS) pode inclusive ser desligado por meio do painel. Este, por sua vez, é quase todo digital e agrega uma fileira de LEDs que acendem de acordo com a rotação programada (shift-light). Além disso, o mostrador em LCD informa consumo instantâneo e médio, alerta de manutenção e outras funções.
O assento largo e confortável dista 825 mm do solo, de maneira a atender também os mais pilotos baixos. Já o espaço para garupa é um tanto apertado, por conta da curta traseira. Os faróis da Speed, além das boas dimensões, acendem juntos nas posições baixo e alto, o que auxilia num facho de luz melhor do que a média. A lanterna traseira é composta por LEDs. O acabamento da naked é bem cuidado, mas não chega a ser minimalista como em modelos italianos ou alemães.
Conclusão
Com status, motor de sobra e uma ciclística “amigável”, a Speed Triple tem tudo para agradar aos amantes de motos fortes que não desejam necessariamente uma superesportiva. Ao valor de R$ 42.900 (competitivo diante das rivais), essa inglesa é uma boa companheira para passeios e, em especial, para cair na estrada. Melhor ainda se for bem asfaltada e sinuosa.
Por Guilherme Silveira
Fotos Rafael Munhoz exclusivo para o CARPLACE - Portfólio Flickr
Ficha técnica - Triumph Speed Triple
Motor: três cilindros em linha, 12 válvulas, 1.050 cm3, comando duplo, injeção eletrônica, gasolina; Potência: 133 cv a 9.400 rpm; Torque: 11,3 kgfm a 7.750 rpm; Transmissão: câmbio de seis marchas, transmissão por corrente; Quadro: barra dupla com viga de alumínio; Suspensão: garfos invertidos de amortecimento ajustável na dianteira (120 mm de curso) e monoshock na traseira (130 mm de curso); Freios: discos duplos na dianteira (320 mm) e disco único na traseira (255 mm), com ABS; Peso: 214 kg; Capacidades: tanque 17,5 litros; Dimensões: comprimento 2,100 mm, largura 795 mm, altura 1,110 mm, altura do assento 825 mm, entreeixos 1,435 mm
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