História: Os 40 anos do Kadett que chegou ao Brasil
Lançado em 1984, o icônico Kadett mostra porque continua fazendo sucesso até os dias atuais, numa linhagem que já dura mais de 80 anos
No Brasil, os modelos vindos pela Opel nos anos 80 e 90 ficaram marcados no grupo Chevrolet como carros da ''Era de Ouro'' da marca. Opala, Omega, Monza, Vectra, Kadett, Astra e Corsa foram referências em seus segmentos por serem modelos com acabamento superior aos seus concorrentes diretos e também por sua boa dinâmica de direção.
Mesmo em nosso mercado fechado dos anos 80, com várias e várias aspas comparado ao resto do mundo, os modelos Opel/Chevrolet ainda sim se destacavam. E lá fora não foi diferente. O Kadett, que nasceu como Opel em 1936 tendo 11 gerações mundo afora, está comemorando agora o aniversário de 40 anos da que talvez seja uma das interações mais famosas do modelo aqui no Brasil.
Lançado no outono europeu de 1984, a quinta geração do Kadett logo se mostrou um grande sucesso. Trazia um estilo hachback com as características técnicas da geração anterior (não vendida no Brasil, e que sucedeu o Chevette lá fora).
Mais tarde, o novo modelo que o substituiu passou a levar o nome "Astra" e continuou a manter esse sucesso na classe de médios. Hoje, com a nova geração do Astra, o prazer de dirigir é oferecido aos usuários com o senso de manter o legado do passado. O novo Opel Astra está nas ruas com motores híbridos e de combustão interna, além de uma versão totalmente elétrica.
Chevrolet Chevette brasileiro nasceu do Opel Kadett C, mas por questões políticas, mudou de nome
A história do desenvolvimento da quinta geração do Kadett, que é considerado o ancestral direto do Astra, começou de fato em 1979. Desde o momento em que o Opel Kadett D (o sucessor do nosso Chevette, que só não se chamou Kadett pelo contexto de ditadura militar em que o país vivia) foi apresentado ao mercado, as ideias sobre o modelo que viria depois dele começaram a ser formadas.
Vários engenheiros, técnicos e designers que trabalhavam no desenvolvimento de produtos e na produção em Rüsselsheim (ALE) passaram a fazer parte do projeto "Kadett E". Durante um período de cinco anos, foi gasto 1,5 bilhão de marcos alemães no desenvolvimento do Kadett E.
Opel Kadett C, o sucessor do Chevette
Antes de estarem prontos para a produção em série, os protótipos percorreram uma distância total de cerca de 6,5 milhões de quilômetros em centros de testes, bem como em pistas de corrida, em regiões desérticas no norte da Europa e nos EUA e sob condições climáticas extremas. Após a conclusão dos testes intensivos, o Kadett E, também com tração dianteira, foi lançado no outono europeu de 1984. Ele logo chegou às concessionárias com uma linha de modelos exclusiva. No entanto, essa não foi a única razão pela qual a quinta geração do Kadett se tornou rapidamente um best-seller.
A última geração do Kadett foi lançada como um hatchback de três ou cinco portas e o Kadett Estate (peruas) de três e cinco portas, líder da categoria, com um volume de porta-malas de cerca de 1.520 litros com os bancos traseiros rebatidos. Apenas um ano depois, a linha foi completada com o tipo de carroceria notchback de quatro portas.
De 1987 em diante, o elegante Kadett conversível, com seus inúmeros equipamentos de série, desde bancos esportivos para o motorista e o passageiro da frente até bancos traseiros com rebatimento independente e vidros laterais escurecidos, foi projetado na fábrica no norte da Itália em estreita cooperação com a equipe de design em Rüsselsheim.
No entanto, além do conversível projetado por Nuccio Bertone, o modelo mais esportivo, mais potente e provavelmente o mais empolgante do Kadett era o Kadett GSI. Embora a versão de produção em série do Kadett GSI tivesse inicialmente um motor de 1,8 litro e 115 cv, o GSI logo desenvolveu 174 cv e foi para a pista como um carro de turismo do Grupo A, acelerando de 0 a 100 km/h em menos de 7 segundos. A versão de corrida de 253 cv do Kadett GSI 16V estreou com vitória no início do Campeonato Internacional Alemão de Carros de Turismo de 1988.
Um ano depois, os austríacos Josef Haider e Ferdinand Hinterleitner se tornaram campeões alemães de rali com o Opel Kadett GSI 16V. No mesmo ano, as equipes de fábrica da Opel entraram no Campeonato Alemão de Carros de Turismo com a quinta geração do Kadett.
Ao desenvolver o Kadett E, os engenheiros e designers se concentraram em fortes características específicas da Opel, sem considerar o respectivo tipo de carroceria. Essas características incluíam praticidade no dia a dia combinada com um design empolgante e altos níveis de eficiência, além de serem acessíveis a uma ampla gama de clientes. Essa receita de sucesso trouxe vários prêmios para a quinta geração do Kadett. Além do prêmio "Volante de Ouro de 1984", o Kadett E também foi nomeado "Carro Europeu do Ano de 1985".
No Brasil
Lançado em 1989, depois de um hiato de anos sem lançamentos (o último tinha sido o Fiat Uno, em 1984), o Chevrolet Kadett chegou em 1989, substituindo indiretamente o Chevrolet Monza Hatchback, que já ia mal das pernas há algum tempo. O modelo chegou em três versões: SL, SL/E e GS, esportiva.
O hatch usava o motor 1.8 transversal ''família II'', com carburador e movido a etanol ou gasolina, gerando 95 cv. Já a esportiva GS usava o conjunto 2.0 do falecido Monza SR, também carburado e apenas movido a álcool, mas com saudáveis 110 cv. Como diferenciais, o hatch tinha opção de transmissão manual e automática na versão SL/E.
Chevrolet Kadett GS 1989
A versão Estate foi chamada de Ipanema, em homenagem a praia homônima do Rio de Janeiro. Herdeira da Marajó, a perua era a opção mais barata da marca para quem não queria gastar tanto com uma Caravan derivada do Opala. Durou até 1997.
No fim de 1991, o modelo recebeu a carroceria conversível, vindo da Itália. Em 1992, com as novas leis de emissões e o avanço dos importados, o Kadett GS virou GSI, de Injection, o sistema era uma injeção multiponto (MPFI) que deu um bom fôlego ao hatch, passando dos 120 cv. Em 1994, com as mudanças de nomeclatura da linha GM, passa a ter versões GL, GLS. Já em 95, o modelo perde a icônica GSI, abrindo espaço para outros GM esportivos importados, como o Calibra, e também para a chegada do Astra (conhecido como geração F), ainda importado da Bélgica.
O facelift do Chevrolet Kadett, empregado pela GM para ganhar tempo enquanto o Astra nacional não chegava
Aqui, um fato curioso: Com a mudança de IPI para importados do dia para a noite, a GM teve que segurar as pontas com o Kadett até 1998, quando a ''geração G'' do Astra foi nacionalizada. Nesse meio tempo, para ganhar uma leve sobrevida, a GM aplicou um pequeno facelift em 1996, onde Kadett e Ipanema ganharam novo para-choque dianteiro, agora mais arredondado, além de novas lanternas, logos e novos tecidos internos. Havia ainda novo volante de três raios(o mesmo já presente no Monza).
E assim, depois de quase 10 anos e 460 mil unidades, o Kadett passou o bastão para seu sucessor, deixando um legado que deixa saudades em seu público até hoje.
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