Chevrolet S10 2025 melhora para não perder terreno; veja impressões
Picape média defende seu vice com mudanças importantes e pontuais, mas merecia um pouco mais
Com 12 anos de loja, esta geração da Chevrolet S10 vê o segmento de picapes médias ganhar novas concorrentes, renovações de nomes clássicos e clientes mais exigentes. Se a Toyota Hilux segue na frente, a S10 viu a Ford Ranger, em nova geração, ameaçar seu segundo lugar enquanto não chegava com esta renovação, a maior de sua história.
Não dá para chamar de nova geração, mas a Chevrolet S10 2025 não ficou apenas no visual. Melhorias no motor 2.8 turbodiesel, novo câmbio automático de 8 marchas, suspensão aprimorada com bitolas mais largas e direção revisada formam o pacote que a engenharia se dedicou, além do que vemos no visual externo e interno.
O que mudou?
Por fora, a Chevrolet S10 mudou bem sua identidade. Na dianteira, trouxe elementos globais das picapes da empresa, como os faróis mais finos instalados em posição mais alta, que lembra a Colorado, e uma grade bem destacada. Na traseira, a tampa recebeu um ressalto para estampar o nome Chevrolet, que acompanha as lanternas com nova organização interna e assinatura noturna em LEDs.
Só que a engenharia teve a liberdade de alargar as bitolas da S10, já que os para-lamas dianteiros e traseiros também puderam crescer para acompanhar. Ajustou as cargas de molas e amortecedores e mudou a coluna de direção, que tem novos pontos de fixação e regulagem de altura e profundidade para melhorar o conforto do motorista, com nova posição e maior possibilidades de ajustes.
O motor 2.8 turbodiesel também mudou bastante. Recebeu novos pistões, que melhoram a queima do combustível. Os novos injetores trabalham com pressão mais alta e pulverizam o diesel melhor, que resulta em uma queima mais eficiente e limpa; novo turbo e mudanças nos coletores de escape e admissão. A eletrônica de aproveita de inteligência artificial para ter mais parâmetros e maior velocidade de leitura para, mesmo com o tempo, oferecer o mesmo desempenho, consumo e emissões.
Isso levou a S10 dos 200 para 207 cv e de 51 para 52 kgfm de torque, com câmbio automático – com o manual de 6 marchas, o torque foi de 44,9 para 46,9 kgfm. Mas a grande novidade está justamente na caixa, agora com oito marchas, que permitiu uma maior eficiência e aproveitamento do torque do 2.8 turbodiesel, além de ser uma evolução bastante esperada dentro do segmento.
Por dentro, um novo dashboard que recebeu o sistema multimídia com tela de 11” e o painel de instrumentos de 8”, este estreando na Spin. Os novos elementos, como chave presencial com partida por botão, convivem com os acabamentos das portas, mantidos da anterior, com novos detalhes de acabamento. Finalmente, um novo volante está na S10, junto com a regulagem de altura e profundidade já citados, e os bancos recebem novas espumas e estrutura para aumentar o conforto.
Como anda?
Não tem como negar que a Chevrolet S10 é uma boa referência de conforto dentro do segmento. Como já dito, a picape recebeu diversas melhorias com o passar dos anos para reduzir vibrações e melhorar a dirigibilidade sem tirar o conforto da suspensão e direção - a S10 foi uma das primeiras a ter a caixa elétrica no segmento, além de um conversor de torque que retém as vibrações do motor e coxins de carroceria mais resistentes.
O aumento das bitolas e novo conjunto de molas e amortecedores formam um bom pacote de atualização. A S10 está mais estável em mudanças de trajetória e curvas, seguindo a limitação de uma picape média, e segue absorvendo bem os impactos antes que cheguem ao volante ou a carroceria. Mesmo em estradas de terra e buracos mais fundos, nada de batidas secas ou balançar além do que esperamos de uma arquitetura de chassi/carroceria e eixo rígido com feixe de molas na traseira.
Em motor e câmbio, o 2.8 turbodiesel merece elogios pelas melhorias, que o deixaram mais suave e silencioso, além de ganhar potência e torque. Mas a melhor decisão foi o câmbio de oito marchas, com trocas suaves e mais rápidas que o de seis anterior, além de todo esse conjunto entregar força em maior faixa de rotação e de forma mais linear e suave. Em números, a marca fala em um 0 a 100 km/h de 9,.4 segundos, 1 segundo melhor, e consumo urbano de 9,5 km/litro (antes 8,4) e rodoviário de 11,4 km/litro (antes 10,4).
O pacote de equipamentos é bom e evoluiu, mas fica devendo mais tecnologia, como o piloto automático adaptativo e um assistente de faixas ativo, não apenas alerta de saídas. Mantém o alerta de colisão com frenagem automática, alerta de ponto-cegos e conectividade com pacote OnStar e novo sistema multimídia, além de receber o painel de instrumentos digital e chave presencial, antes ausentes.
Boas mudanças?
Apesar de não ser uma nova geração ou a esperada Colorado, a Chevrolet S10 2025 mudou bem. Segue confortável e valente, agora mais refinada e com toques vindos até da Silverado. Percebe-se limitações pela idade de sua base, como a ausência do piloto automático adaptativo. Chega aos R$ 302.900 da versão avaliada, a High Country.
A renovação permitirá que a S10 2025 fique mais confortável na vice-liderança em vendas, onde chegou a ser ameaçada pela Ford Ranger. Só que a rede bem maior da Chevrolet conta na hora da compra deste público e vai garantir esse respiro para a S10, mesmo que não seja totalmente nova.
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