De Cascais (POR) - Não parece, mas este novo Mini Countryman já está maior que um Jeep Renegade. Maior em todas as dimensões, o modelo em sua versão esportiva John Cooper Works (JCW) deve desembarcar no mercado brasileiro a partir do segundo semestre deste ano como parte da linha 2025 da marca.
O Motor1.com Brasil foi um dos poucos convidados na América Latina a ter o primeiro gostinho deste novo Mini Countryman JCW em Portugal e o modelo surpreendeu em todos os aspectos, mas nem todos foram positivos. É o maior Mini da história e a marca se orgulha disso. O porte maior trás vantagens, mas o motor menos potente joga contra em um carro de mais de uma tonelada e meia. Hoje, já custa mais de R$ 360 mil no Brasil e a previsão é de que custe mais que isso quando chegar.
Não precisa olhar muito para perceber o ganho de porte do novo Countryman. Agora são 4.447 mm de comprimento, 1.843 mm de largura, 1.645 mm de altura e 2.692 mm de entre-eixos. Também cresceu o porta-malas, que agora comporta 505 litros. E com isso ficou pesado, com 1.660 kg.
Seu motor ainda é um 2.0 turbo a gasolina, mas a potência caiu de 306 cv para 300 cv. Não é muita diferença, mas o torque caiu mais. Foi de 45,9 kgfm para 40,8 kgfm. A transmissão é de dupla embreagem com sete marchas. A Mini promete uma aceleração de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos, com velocidade máxima limitada eletronicamente a 250 km/h.
É difícil falar de equipamentos para o Brasil, uma vez que a configuração do Countryman para cá ainda não foi anunciada. O carro que andamos em Portugal tinha alguns opcionais como as rodas de 20 polegadas, freios da JCW, sistemas de auxílio à condução (ADAS) completo, iluminação total por lâmpadas de LED e chave presencial que, por meio do BMW App, por ser seu próprio celular. Tudo isso deverá estar no nosso carro.
O interior também mudou bastante, com a Mini adotando soluções interessantes no acabamento. Uma delas está nos painéis: é uma espécie crochê com texturas fortes. A outra é a grande tela OLED redonda que concentra as principais funções da multimídia, os modos de condução e o painel de instrumentos. Quem não gosto de tudo isso concentrado em posição central, o Heads-Up Display é colorido e tem informações completas.
A Mini não quis comentar a origem dessa perda de potência na nova geração do Countryman JCW. Então podemos apenas especular que os 5 kgfm de torque foram perdidos para que o modelo, agora maior, passasse nas rigorosas emissões de poluentes da União Europeia. Para quem quiser saber, agora o SUV emite 187 kg de CO2 por quilômetro rodado.
Mas prefiro comentar sobre os pontos positivos primeiros. O tamanho extra significa que, agora, o Countryman é um SUV totalmente usável. Antes, havia um compromisso onde o banco traseiro ficava um tanto apertado e o porta-malas era pequeno. O novo Countryman comporta dois adultos com sobras no banco de trás, tanto para as pernas quanto para a cabeça. E o porta-malas agora supera o de algumas peruas médias de um passado nem tão antigo assim.
Outro ponto bastante positivo do novo Countryman é a experiência na cabine. A Mini sempre fez as coisas um pouco diferentes de outras montadoras e dessa vez não foi diferente. O acabamento crochê trás uma sensação de acolhimento, enquanto o grande painel redondo de OLED traz a herança da Mini com bastante tecnologia. Cada modo de condução tem um visual e um conjunto de avisos sonoros específico.
É possível customizar até a assinatura de luzes da lanterna traseira. No console central ainda há um conjunto de botões físicos para os modos, a alavanca de câmbio, funções do rádio como o volume e até mesmo a ignição, que é um botão de se girar, como se fosse uma chave física. Em um Countryman, não há a sensação de que o carro faz tudo por você. Parece que ele ainda demanda que o motorista interaja com o carro.
Apesar do ganho de peso e de tamanho, o novo Countryman JCW ainda é um Mini. Coloque no modo Sport e o SUV contorna curvas sem rolamento ao mesmo tempo que não é tão duro assim nos buracos. É mais firme que um SUV convencional, mas lembrando que é uma versão esportiva, está muito bem calibrado. Da mesma forma, a tração integral faz o carro abordar as mudanças de direção sem dificuldades. Ao acelerar no meio da curva, é perceptível o trabalho da tração e dos diferenciais para fazer com que o carro rotacione em seu próprio eixo.
Mas então temos que falar de desempenho. O novo Countryman JCW não é nem de longe um carro lento. Porém, perdeu o temperamento explosivo do passado. Tudo está mais linear nas respostas. Mesmo em modo Sport, a transmissão de dupla embreagem não quer fazer reduções. E não adianta afundar o pé no acelerador, você tem que usar as borboletas para tirar mais desempenho à força.
O contanto com o novo Mini Countryman JCW 2025 foi curto, com apenas cerca de 40 km, então essas impressões podem não ser definitivas. No entanto, o que se pode dizer é que o SUV cresceu para ser mais prático e atingir um público maior. Mas as questões de emissões e o peso mais elevado tiraram um pouco de sua diversão. E tudo bem, é muito raro um carro conseguir ser prático e sério ao mesmo tempo em que é um esportivo apimentado.
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