Entre diversos fatores, a compra de um carro 1.0 aspirado vem, além do preço menor em comparação com as versões mais potentes, pela proposta economia de combustível. Os motores de baixa cilindrada evoluíram bastante do que conhecemos no começo dos anos 1990, ganhando potência, eficiência e com boa parte deles adotando a arquitetura de três cilindros em pro disso tudo.
Listamos os hatches compactos com motor 1.0 aspirados e câmbio manual vendidos no Brasil e seguimos as medições do Inmetro para compor os números. Para o ranking, consideramos o consumo médio em MJ/km e citamos na tabela o consumo urbano e rodoviário (com gasolina e etanol), além da potência e torque de cada um.
Um novo motor caiu bem ao Chevrolet Onix. Um dos poucos que ainda não tinham se rendido ao três cilindros encontrou a nova motorização com a nova geração - dá para ver a evolução ao comparar o consumo com o Joy, mais abaixo, que ainda usa o 4 cilindros. Destaque para o consumo rodoviário tanto com gasolina quanto com etanol, o melhor da lista, graças ao câmbio de 6 marchas.
A Fiat adotou uma arquitetura diferente para o seu tricilíndrico. O Firefly usa duas válvulas por cilindros (ante 4 dos concorrentes), o que melhora o torque em baixas rotações. Além disso, possui o sistema start stop para reduzir o consumo nas paradas, mas o câmbio de 5 marchas com relação mais curta atrapalha na hora da estrada, dando uma boa diferença para o Onix e até mesmo para o Ford Ka, o seguinte da lista.
O Ford Ka tem o motor 1.0 mais potente da lista. E mesmo assim está na terceira posição com uma diferença pequena para o Argo. Vale observar os bons números em estrada, mesmo com o câmbio de 5 marchas, uma nova caixa apresentada com a reestilização do modelo em 2018, mais leve e com menos atrito que a anterior, melhorando o consumo no geral, além dos engates e conforto acústico.
O Renault Sandero usa o motor 1.0 SCe, um projeto moderno da Renault que está servindo de base para o novo 1.0 turbo global. Curioso é ver o consumo com gasolina, melhor na cidade que na estrada, além da quase nenhuma diferença entre eles com o uso do etanol. Essa tendência se repetiu em nossos testes, mostrando o projeto focado no uso urbano, com o câmbio manual de 5 marchas com relação curta.
O Uno foi o primeiro a ter os motores Firefly no Brasil, tanto 1.0 quanto 1.3. Diferente do Argo, ele não possui o sistema start-stop, mas seu menor peso por ser menor ajudou na hora de marcar o consumo rodoviário, abrindo uma leve vantagem em comparação com o irmão mais novo. Usa o mesmo câmbio manual de 5 marchas.
A VW foi uma das primeiras a apostar nos três cilindros. Começando pelo Fox BlueMotion, passando pelo Up!, chegou ao Gol para dar mais vida a um dos modelos mais clássicos do nosso mercado. Fica a apenas 1 cv do Ford Ka quando abastecido com etanol, empatando no consumo com gasolina na cidade com o modelo produzido na Bahia.
O único japonês com motor 1.0 do país, o Nissan March tem boas médias na estrada, bem perto dos mais econômicos, mas é prejudicado quando falamos em consumo urbano. Leve, o hatch se dá bem com os 77 cv e 10 kgfm de torque, números que independem de qual combustível está no tanque e sua proporção.
Apesar da mesma média que o March, o Hyundai HB20 tem mais potência e torque quando abastecido com etanol. Diferente das versões 1.6, o HB20 1.0 usa o câmbio de 5 marchas, o que explica as boas médias na cidade, mas dentro da média no rodoviário. Uma marcha a mais poderia melhorar o resultado geral.
Além do Uno com motor Fire (mais abaixo), o Joy é o outro que traz o motor de quatro cilindros. Como o antigo Onix, ainda tem o motor 1.0 de 8 válvulas que foi bastante atualizado para se posicionar bem enquanto o novo três cilindros não chegava. Se aproveita da caixa de 6 marchas para ajudar nos números, bem próximos dos tricilíndricos do mercado, mesmo com bastante idade de projeto.
Você pode não lembrar, mas o Polo tem uma versão de entrada com o motor 1.0 aspirado (o mesmo do Gol) e câmbio manual de cinco marchas. Pelo porte e pesos maiores, ele perde bastante em consumo, principalmente na cidade, onde o motor precisa trabalhar mais para levar a carroceria e todos os itens que dão peso extra. Ao menos traz o mesmo conforto e dirigibilidade das demais versões apesar da menor potência.
A Fiat ainda usa a família Fire de motores em versões e modelos mais baratos, como o Mobi e Uno - a Strada seguirá usando o 1.4 mesmo na nova geração. Por outro lado, seu projeto mais antigo o coloca em uma posição de lanterna em consumo no Uno, com médias bem inferiores ao mesmo modelo com o Firefly 1.0, que tem exatamente a mesma carroceria. Joga ao seu favor a facilidade de manutenção.
MODELO | CONSUMO MÉDIO | POTÊNCIA E TORQUE | CONSUMO URBANO (Gasolina) | CONSUMO RODOVIÁRIO (Gasolina) | CONSUMO URBANO (Etanol) | CONSUMO RODOVIÁRIO (Etanol) |
Chevrolet Onix | 1,40 MJ/km | 78/82 cv 9,6/10,6 kgfm | 13,9 km/L | 16,7 km/L | 9,9 km/L | 11,7 km/L |
Fiat Argo (c/ start stop) | 1,48 MJ/km | 72/77 cv 10,4/10,9 kgfm | 14,2 km/L | 14,5 km/L | 9,8 km/L | 10,3 km/L |
Ford Ka | 1,49 MJ/km | 80/85 cv 10,2/10,7 kgfm | 13,3 km/L | 15,6 km/L | 9,3 km/L | 10,8 km/L |
Renault Sandero | 1,52 MJ/km | 79/82 cv 10,2/10,5 kgfm | 14,2 km/L | 14,1 km/L | 9,5 km/L | 9,6 km/L |
Fiat Uno (Firefly) | 1,52 MJ/km | 72/77 cv 10,4/10,9 kgfm | 13,2 km/L | 15,2 km/L | 9,1 km/L | 10,6 km/L |
VW Gol | 1,56 MJ/km | 75/84 cv 9,7/10,4 kgfm | 13,3 km/L | 14,4 km/L | 9,1 km/L | 10,1 km/L |
Nissan March | 1,57 MJ/km |
77 cv 10 kgfm |
12,9 km/L | 15,0 km/L | 8,8 km/L | 10,4 km/L |
Hyundai HB20 | 1,57 MJ/km | 75/80 cv 9,4/10,2 kgfm | 12,8 km/L | 14,6 km/L | 9,1 km/L | 10,1 km/L |
Chevrolet Joy | 1,58 MJ/km | 78/80 cv 9,5/9,8 kgfm | 12,8 km/L | 14,7 km/L | 8,8 km/L | 10,3 km/L |
VW Polo | 1,60 MJ/km | 75/84 cv 9,7/10,4 kgfm | 12,9 km/L | 14,3 km/L | 8,8 km/L | 10,0 km/L |
Fiat Uno (Fire) | 1,75 MJ/km | 73/75 cv 9,5/9,9 kgfm | 11,6 km/L | 13,4 km/L | 8,0 km/L | 9,4 km/L |
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