Injustiçados: 10 carros que vendem menos do que mereciam

Alguns tropeçam no preço, outros são condenados pelo passado da fabricante

Comparativo Cruze Sport6 x Golf TSI Comparativo Cruze Sport6 x Golf TSI

Volta e meia, ao testar um carro bom, nos perguntamos porque ele não vende o quanto deveria. Pode ser por estar em um segmento muito competitivo, por ser de uma categoria que saiu do gosto dos brasileiros ou por uma estratégia de preços que espanta os clientes. Muitas vezes estes modelos têm muito a oferecer, como mecânica bem acertada, bom pacote de equipamentos ou um diferencial perante à concorrência. Confira 10 automóveis que são injustiçados no mercado brasileiro.

Injustiçados - Chevrolet Trailblazer

SUV derivado da S10, o Trailblazer tem bons argumentos para vender bem - basicamente os mesmos de sua irmã picape. É comercializado somente na configuração topo de linha LTZ, com 7 assentos e duas motorizações. A mais barata é a que utiliza o motor 3.6 V6 de 279 cv, por R$ 177.990, enquanto a mais cara é a 2.8 turbodiesel de 200 cv, por R$ 212.990, sempre com câmbio automático de 6 marchas e tração 4x4. Mesmo assim, vende menos da metade da rival Toyota SW4.

Injustiçados - Citroën C4 Lounge

Entre em qualquer notícia que fale sobre sedãs médios e terá alguém nos comentários para lembrar que o C4 Lounge tem motor 1.6 turbo e é mais barato do que a concorrência. É verdade, ele parte de R$ 89.990 já com o 1.6 THP de 173 cv e com itens bem interessantes, como ar-condicionado de duas zonas, controle de estabilidade, câmbio automático de 6 marchas e central multimídia. Nos rivais, este é o preço do modelo mais básico e com transmissão manual. Mas o franco-argentino sofre para vender. Emplacou somente 363 unidades em janeiro, bem abaixo das 4.486 unidades do líder Toyota Corolla. E ainda tem os problemas de pós-venda que a Citroën tinha e vem lutando para resolver.

Injustiçados - Citroën C4 Picasso

Outro Citroën? Pois é, mas desta vez é por ser uma das poucas minivans do mercado. Seu problema é estar na mesma faixa de preço que os SUVs médios, partindo de R$ 121.400. Por este valor, os clientes preferem apostar em um crossover do que em uma minivan, embora esta seja muito mais indicada para uso familiar.

Injustiçados - Hatches médios

Neste caso, colocamos um segmento todo como se fosse um carro só. É que não dá para eleger apenas um hatch médio quando temos três excelente carros que estão apanhando no mercado. O Chevrolet Cruze Sport6 ainda lidera, com 453 unidades emplacadas em janeiro, só que mesmo este resultado é mínimo considerando que o segmento representa míseros 0,75% de todo o mercado nacional. Ford Focus e VW Golf vendem ainda menos, a ponto de suas próximas gerações correrem sério risco de não serem vendidas no Brasil.

Injustiçados - Honda Civic

A briga pela liderança dos sedãs médios, durante anos, foi entre Honda Civic e Toyota Corolla. A mudança para a décima geração não fez bem para o Civic, que veio com design bem mais arrojado e acabou não dialogando tão bem com o público cativo do sedã. Além disso, como parte de R$ 89.400, está bem acima do poder aquisitivo de quem gostou do visual mais agressivo - ou seja, os jovens.

Injustiçados - Nissan Frontier

Após muito tempo de espera, a Nissan finalmente trouxe a nova geração da Frontier ao Brasil. Importada do México, acabou vindo em uma única versão, a topo de linha LE, por R$ 168.700, um valor bem competitivo em comparação com as demais picapes médias. Tem excelente suspensão com braços múltiplos na traseira e câmbio automático de 7 marchas. Ganhou versão mais barata recentemente, com a chegada do modelo SE por R$ 150.990. Ainda assim, a Frontier sua para conquistar os clientes, ocupando a última posição do segmento, com 349 unidades emplacadas em janeiro.

Injustiçados - Peugeot 208

A Peugeot poderia começar todas as propagandas do 208 com uma única chamada: “O carro flex mais econômico do Brasil, segundo o Inmetro”. De fato, tirando os modelos híbridos, a versão com motor 1.2 de 3 cilindros é a mais eficiente, superando muitos carros 1.0 e até um híbrido, o Lexus CT200h (que usa a mecânica da segunda geração do Prius). O hatch tem ainda outros bons atributos, como o design, a posição de dirigir (pelo volante pequeno e painel elevado). bom acabamento e a ampla lista de equipamentos. Porém, assim como o Citroën C4 Lounge, ainda sofre com o estigma do pós-venda ruim da PSA nas últimas décadas.

Injustiçados - Suzuki Vitara

Sucesso de vendas nos anos 1990, a Suzuki hoje tem uma operação tímida no Brasil. E o Vitara é um dos bons produtos esquecidos pelo consumidor. Parte de R$ 83.990, preço de hatch médio. E oferece um belo motor na configuração 4Sport, com o 1.4 turbo de 146 cv e 23,5 kgfm, além do 1.6 aspirado nas versões de entrada. Emplacou 1.830 unidades em 2017, menos do que as 2.032 do ancião Jimny.

Injustiçados - Volkswagen Golf Variant

Enquanto os hatches médios estão ameaçados de extinção, as peruas estão na beira do precipício. A única “acessível” e que merece um espaço na garagem é a Volkswagen Golf Variant. É mais versátil, tem mais espaço do que o Jetta e anda muito bem, aproveitando o desempenho do motor 1.4 TSI de 150 cv. Tem o preço a seu favor, já que custa R$ 97.020 na versão Comfortline, somente R$ 2.830 a mais do que o Jetta na mesma configuração. Melhor ainda no topo de linha, por R$ 107.980, R$ 620 a menos do que os R$ 108.600 do sedã.

Injustiçados - Volkswagen Up!

O Up! é um carro que tem estrutura robusta, mecânica moderna e versatilidade para um citycar. No entanto, ele sofre com alguns problemas. O brasileiro se acostumou com hatches maiores e com design menos "caixote". A própria Volkswagen acabou o posicionando de forma confusa, como um carro mais caro para o público “descolado”, acima do Gol. Junte isso com o preço mais alto do que os rivais como Fiat Mobi e Renault Kwid e o Up! acabou bem abaixo da média de vendas do segmento.

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