O segmento de pequenas aventureiras é o segundo maior do Brasil. Das 133.344 motos emplacadas no país em maio, 24.028 unidades eram dessa categoria, atrás apenas das urbanas (54.519). E aqui, quem reina é a Honda Bros 160 com mais da metade dessa fatia de mercado. Porém, a Yamaha Crosser 150 ABS 2023 foi renovada agora no início do ano.
E se você não vende tanto, você precisa trabalhar mais para se destacar. E foi o que a Yamaha fez na linha 2023 da Crosser. A montadora investiu mais forte na globalização do visual da moto e também acrescentou mais itens de série, mesmo que o desempenho tenha ficado um pouco para segundo plano como vocês verão a seguir. Avaliada aqui na versão S, a Yamaha Crosser 150 ABS tem preços partindo de R$ 17.190.
Entre as mudanças da linha 2023, a Yamaha partiu para um visual mais moderno e robótico, como já tinha feito com a Fazer 250 e vem sendo sua linguagem global mais recente. Com isso, a pequena aventureira recebeu um novo farol de LEDs com projetor que é ladeado por mais duas luzes de posição de LEDs. A lanterna traseira, de novo formato, também recebeu a tecnologia de iluminação mais eficiente. Completando as mudanças visuais, o painel de instrumentos deixou para trás o conta-giros analógico em favor de um conjunto totalmente digital com tela de LCD.
A Yamaha Crosser já contava com discos de freio nas duas rodas com ABS e, na linha 2023, reforçou o pacote de equipamentos com a adição de uma tomada 12V abaixo do painel. Outros itens de série da moto incluem indicador de marcha, marcador de combustível, 2 odômetros parciais, um marcador de distância em reserva e relógio.
No entanto, a Yamaha não mudou a ciclística nem a mecânica da Crosser 150 para a linha 2023. A moto continua sendo movida pelo monocilíndrico de 149 cm³ refrigerado a ar e alimentado por injeção eletrônica. Com 2 válvulas acionadas por corrente no cabeçote, permanece entregando até 12,4 cv de potência a 7.500 rpm e 1,3 kgfm de torque a 6.000 rpm quando abastecida com etanol. Com gasolina, a potência é de 12,2 cv a 7.500 rpm e o torque é o mesmo. Também permaneceu o câmbio mecânico de 5 velocidades e a transmissão final por corrente.
O chassi do tipo berço semi-duplo ainda é suportado por um garfo telescópico na dianteira, mantendo os 180 mm e curso. Na traseira, o quadro usa amortecedor único que é conectado à balança por meio de um link. Com ajuste de pré-carga, tem 160 mm de curso (roda). As rodas são raiadas de 19 polegadas na dianteira e 17 polegadas na traseira.
Os pneus, respectivamente, continuam nas medidas 90/90 e 110/90. Os discos de freio possuem 245 mm de diâmetro na roda da frente e 203 mm na de trás. Seu peso em ordem de marcha é de 134 kg e o tanque acomoda até 12 litros de combustível, sendo 3 litros de reserva. Nas medidas principais, a Crosser tem 2.050 mm de comprimento, entre-eixos de 1.350 mm, 850 mm de altura do assento e 235 mm de vão livre em relação ao solo.
No primeiro contato com a nova Yamaha Crosser, o trajeto percorreu muitas estradas de terra e vicinais com velocidades mais baixas. Nessa situação, ficou claro que as credenciais da moto para o fora de estrada continuam lá, mas a questão é que nem todos que compram uma pequena aventureira saem do asfalto. Principalmente nas cidades, há quem escolha esta categoria pelas suspensões de longo curso para filtrar os defeitos de pavimentação.
Desde o lançamento, o visual da nova Crosser dividiu opiniões por conta dos faróis. Particularmente, prefiro blocos mais tradicionais, mas o visual futurista do conjunto de LEDs tem seu mérito. No entanto, você gostando ou não, o visual da pequena aventureira da Yamaha chamou a atenção. Seja na rua, nos semáforos ou parada no posto, ninguém ficou indiferente à moto.
E, gostando ou não, o farol de LEDs com projetor ajuda nas viagens noturnas, com um facho mais focado e forte para te ajudar a enxergar. Além disso, a presença de um carregador 12V direto no painel ajuda quem tem que usar o celular em suporte para seguir instruções de GPS sem medo de ficar sem bateria. Apesar das fontes um tanto pequenas, o painel da Crosser passa bastante informações ao condutor.
Mesmo não sendo obrigatório nessa faixa de cilindrada, o freio ABS da Crosser, ainda que apenas dianteiro, é fundamental. Uma fechada em via expressa sob garoa mostrou que a moto consegue frear sem sustos mesmo em uma emergência com o piso molhado. O disco traseiro também poderia ter o equipamento, pois a roda de trás ainda trava nas frenagens mais fortes.
Falando na condução, este é um dos pontos altos da moto. Enquanto a Bros traz conforto por meio de suspensões macias, mesmo que sacrifique um pouco da condução, a nova Crosser manteve um acerto mais firme. Ainda não é incômodo, mas você sente mais o que está acontecendo nas rodas. Somando isso ao peso relativamente baixo e ao fato de que a Crosser é estreita, ela se torna uma moto extremamente ágil para trafegar também nos grandes centros, no entra e sai dos corredores, além de passar confiança nas curvas.
O espaço para garupa também foi elogiado por quem andou. Em dois níveis e com formato anatômico, o assento pra quem vai de carona não cansa e as pedaleiras não deixam os joelhos dobrados. A postura do condutor também é ereta e com braços relaxados, sem causar cansaço com facilidade. Com meus 1,72 m e pernas curtas, ainda consegui deixar as pontas dos dois pés no chão, ou um bem firmado.
Até agora, a nova Yamaha Crosser vem mantendo atributos interessantes, como ciclística ágil, visual impactante e uma lista de equipamentos de série à frente da concorrência. Mas é claro que não existe moto perfeita. No caso da nova Crosser, o único fator que não é tão bom quanto os demais é o desempenho.
O motor 150 até vai bem na cidade e em uma tocada tranquila, mesmo com garupa. Mas é na hora de enrolar o cabo e deixar o giro subir que ele mostra suas limitações. O fôlego começa acabar após o pico de potência e para extrair o máximo do propulsor é preciso trabalhar bem o câmbio, que tem engates fáceis. Um exemplo: ela vai bem até os 90 km/h, mas para manter ou passar de 100 km/h, já acima de 7.000 rpm, é preciso paciência.
Não tem muito jeito. Se você quer a melhor performance nessa categoria, a resposta está na Honda Bros 160, que tem 2,3 cv e 0,3 kgfm a mais de torque, que é uma diferença grande quando se trata de motos pequenas. Mas a pergunta que vou deixar é: quanta performance pode-se exigir de uma moto de entrada?
Tirando este fator, a Yamaha Crosser S 150 ABS 2023 manda bem em todos os outros quesitos, se destacando principalmente pela tocada ágil e segura, reforçada pela presença de equipamentos que não são visto em outras rivais nem como opcionais.
Yamaha Cross S 150
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