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Avaliação Honda Elite 125 2022: o básico bem feito

Scooter mais barata da Honda no Brasil, tem um conjunto simples e bastante eficiente para o uso diário

Honda Elite 125 - Abre

Não há mais como negar que as scooters estão caindo cada vez mais no gosto dos brasileiros. O preço é um pouco maior que o de uma moto tradicional equivalente, mas a praticidade do câmbio automático e dos espaços para levar as coisas do dia-a-dia vencem no final das contas. Isso sem contar que é muito mais rápido e cômodo que depender do transporte público.

No entanto, a barreira do preço ainda está lá e está cada vez mais difícil superá-la. Por enquanto, as scooters de entrada ainda têm papel fundamental neste momento do mercado brasileiro à medida que elas servirão de porta de entrada de muitos condutores no mundo das duas rodas.

Honda Elite 125 - Traseira em diagonal

Na Honda, quem vende mais é a PCX, mas a mais barata é essa aí das fotos: a Elite 125. Enquanto o modelo de entrada da marca custa R$ 10.850 sem contar o frete, a PCX mais barata não sai por menos de R$ 14.260 na versão CBS, também sem frete. E, nessa comparação, nenhuma tem ABS nem chave presencial. Então, quem leva a Elite para casa ao invés da PCX está abrindo mão de muita coisa? Já adianto: não.

O que a Honda Elite 125 traz de série?

A lista de equipamentos de fábrica da scooter mais barata da Honda no Brasil não é tão enxuta quanto se imagina. A moto tem painel de instrumentos digital com tela de LCD, marcador de combustível e relógio, freio de estacionamento, rodas de liga leve, cavalete central, acionamento combinado para os freios, faróis em LEDs, porta-trecos no escudo frontal e um porta-capacetes sob o assento.

Honda Elite 125 - Guidão e painel

Na ciclística, tem o chassi convencional de scooter e a vantagem do assoalho plano, que permite embarcar na moto com maior facilidade ou até mesmo levar pequenos itens no ganho afixado no escudo. A dianteira tem roda de 12 polegadas calçada por pneu de medida 90/90, freio a disco de 190 mm de diâmetro e garfo telescópico com 90 mm de curso.

Já a traseira tem um conjunto motor balança, o mais usado por scooters e que utiliza o conjunto motriz como parte estrutural da balança traseira. Ele traz amortecedor único com 70 mm de curso para controlar a roda traseira de 10 polegadas com pneu 100/90. O freio traseiro usa tambor de 130 mm de diâmetro. Com 772 mm de altura de assento, é relativamente baixa e amigável para quem está começando. A Honda declara um peso a seco de 104 kg para a Elite 125 e seu tanque de combustível acomoda até 6,4 litros.

Honda Elite 125 - Iluminação frontal
Honda Elite 125 - Assoalho
Honda Elite 125 - CVT

Falando em combustível, a scooter mais barata da Honda roda apenas com gasolina, que adentra o monocilíndrico de 124,9 cm³ arrefecido a ar por meio de injeção eletrônica. Ele é capaz de entregar 9,34 cv de potência 7.500 rpm e 1,05 kgfm de torque a 6.000 rpm. O câmbio é o tradicional automático CVT.

Como anda?

Se você está na dúvida entre PCX CBS e Elite na Honda, aqui vai o sumário executivo do que você abre mão ao escolher a mais barata: start/stop, rodas maiores, 3,7 cv de potência, 0,4 kgfm de torque, tomada 12V, odômetro parcial, porta-trecos fechado na dianteira e um pouco de espaço sob o banco. É isso.

Honda Elite 125 - Chave e porta-trecos frontal

Mas se o seu uso da scooter vai se concentrar na cidade mesmo, a Elite cumpre esse papel melhor. Menor e mais leve, é muito ágil no anda e para do trânsito e passa em qualquer espacinho deixado entre os carros sem preocupações. A minha preocupação mesmo eram os porta-trecos sem tampa. Deixei celular, carteira e documentos por lá e nenhum caiu, mesmo nos buracos. Mas se chover é melhor não contar com eles. Há drenos para evitar o acúmulo de água, mas nada que a impeça de entrar.

Mesmo com a potência e o torque menores, a Elite 125 arranca com ímpeto por conta do peso menor e da roda pequena atrás. Se eu falar que arranquei num farol e a roda da frente quis sair do chão vocês acreditariam? Eu também não, se não tivesse acontecido comigo. Particularmente, no meu uso urbano onde a moto quase nunca para, exceto em faróis, até preferi a ausência do start/stop da PCX, que atrapalha um pouco nas paradas mais rápidas.

Honda Elite 125 - Painel LCD

Aí a lógica ditaria que a Elite iria acabar gastando mais combustível, certo? Errado. No meu uso urbano, a PCX não passou de 37 km/l. A Elite cravou 43,2 km/l. E olha que ainda peguei estrada, algo que não recomendo com a 125 da Honda, pois há um limitador eletrônico a 95 km/h e você fica a mercê dos caminhões e com "cabo enrolado" o tempo inteiro.

Se o desempenho da pequena Elite já estava agradando, onde ela realmente me surpreendeu foi no acerto de suspensão. Ainda é uma moto de entrada, então não há um grande refinamento. Usando civilizadamente, porém, é até confortável na buraqueira. É até melhor que a própria PCX neste sentido. Sem pancadas nas costas pela suspensão traseira nem trancos secos de fim de curso na dianteira. Mesmo em seu limite de velocidade, não se mostrou instável.

Honda Elite 125 - Amortecedor traseiro

Claro que há alguns sacrifícios para o preço menor. Senti bastante falta do odômetro parcial para ficar de olho na autonomia. Afinal, o marcador de combustível não é dos mais precisos: acusou reserva ainda com 3 litros no tanque. Outro exemplo é a pedaleira do garupa, que não é retrátil, apenas uma peça plástica moldada nas carenagens da moto. Por último, o farol baixo, mesmo sendo de LED, não tem um facho muito forte. É melhor que um halógeno, mas não muito.

Honda Elite 125 - Dianteira em diagonal

Conclusão: fique no feijão com arroz

Está começando a dirigir moto agora e está na dúvida entre e Elite e PCX? Ao menos que você faça questão de freios ABS, a moto mais barata é melhor. O equipamento aparece apenas a partir PCX ABS que custa R$ 15.280 sem frete. Para quem procura apenas um meio de transporte, a Elite se mostra uma base mais do que adequada para a tarefa de mobilidade urbana, até com algumas vantagens em relação à irmã maior, a PCX CBS. Nesse caso, fique no feijão com arroz bem feito e seja feliz.

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)

Honda Elite 125 2022

Motor Monocilíndrico, gasolina, 124,9 cm³, arrefecimento a ar
Potência e torque 9,34 cv a 7.500 rpm; 1,05 kgfm a 6.000
Transmissão Automática, CVT
Peso 104 kg a seco
Comprimento e entre-eixos 1.735 mm; 1.223 mm
Largura 1.128 mm
Altura 689 mm
Capacidades Tanque: 6,4 litros
Altura do solo 133 mm
Preço de entrada R$ 10.850 (mais frete)
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