Não é segredo que o Volkswagen Nivus é um projeto desenvolvido no Brasil e que inaugurou um sub-segmento novo, com os SUVs compactos com carroceria cupê. De tão interessante, ganhou a Europa, produzido na Espanha e sob o nome Taigo. Nossos colegas do Motor1.com França andaram no Taigo e mostram o que ele se destaca e onde falta, inclusive as mudanças feitas na comparação com o brasileiro.

Em qualquer lugar do mundo, não faltam SUVs no mercado, com diversos tamanhos, versões e categoria. Na Volkswagen europeia, o comprador já poderia escolher entre T-Cross, T-Roc, Tiguan e Touareg, além dos elétricos ID.4 e ID.5. Esta linha se complementa com o Taigo, ou o Nivus europeu, e rodamos com ele no sul da França para esta avaliação.

Volkswagen Taigo (avaliação)

Um novo estilo entre tantos SUVs

Com 4,27 m de comprimento e 1,76 m de largura, o Taigo é posicionado entre o T-Cross (na Europa com entre-eixos menor que no Brasil, de 2.551 mm) e o T-Roc, embora seja 3 cm mais alto que este último, considerado mais premium e versátil. Ao contrário dos outros dois, o Taigo é um SUV cupê, o primeiro para a fabricante alemã. Por enquanto, tem apenas um concorrente na região, a Renault Arkana, mas não deve demorar muito até que tenha outros concorrentes.

Essai VW Taigo
Essai VW Taigo

Para encontrar um lugar entre os dois SUVs da marca, o Taigo joga com o estilo e design. Este é seu argumento principal, pois a Volkswagen acredita que seu visual dinâmico convencerá muita gente. É destinado principalmente a clientes finais, não empresas, que representarão a grande maioria das vendas.

O Taigo tem uma dianteira exclusiva com sua assinatura visual em forma de C que continua na grade graças a uma faixa de LEDs visível na versão R-Line. Enquanto a dianteira é consistente com o resto da carroceria, a traseira é mais excêntrica. É um cupê, o que significa que o teto é um pouco mais inclinado. Teríamos preferido que o Taigo fosse mais cupê, com uma linha de teto mais inclinada para um resultado mais marcante.

Essai VW Taigo

As lanternas traseiras em LEDs lembram as do Golf, mas com uma grande diferença: os designers acrescentaram uma faixa de LEDS interligando as extremidades, que causa impacto após o anoitecer - item ausente no Nivus e que seria igualmente interessante. Na parte inferior, os projetistas inseriram um elemento preto na versão R-Line, que supostamente lhe dará um porte diferente. Porém é muito grosso e faz o carro parecer mais pesado. Também lamentamos as duas peças cromadas que imitam as saídas de escape quádruplas, que poderiam não existir.

Com base na plataforma MQB A0, a mesma utilizada pelo Polo, o Taigo é mais alto, com a 1,52 m, ante os 1,46 m do hatch. E para afirmar seu status de "aventureiro da cidade", a Volkswagen colocou os agora indispensáveis apliques plásticos nos arcos das rodas, ausente aqui, já que nosso nível de acabamento da Linha R dá mais ênfase ao lado esportivo.

Essai VW Taigo
Essai VW Taigo

Um interior familiar

O interior não nos é desconhecido, pois é o mesmo do VW Polo. Como padrão, o Taigo vem com um painel de instrumentos digital (8" no nível de entrada), bem como uma tela central sensível ao toque. Você precisará escolher a Discover Pro para obter a tela central de 9,2" somente para as versões Style e R Line.

VW Taigo (photo officielle)

O interior é mais tradicional do que o do Golf 8 com botões físicos no volante e no console central. O sistema multimídia funciona perfeitamente (viu, VW Play...) e responde à ponta dos dedos sem nenhuma latência. No entanto, lamentamos que não seja possível exibir o mapa de navegação no painel e na tela central simultaneamente, portanto você terá que fazer uma escolha (isto só é possível com a tela opcional Discover Pro). Apesar de seu posicionamento, o acabamento é bastante limpo e a VW fez o esforço de usar plástico suave ao toque no painel, uma das principais diferenças para o Nivus no Brasil.

VW Taigo (photo officielle)
VW Taigo (photo officielle)

Poderia-se pensar que o formato do cupê teria um impacto negativo sobre o banco traseiro. De forma alguma, embora você tenha que se curvar um pouco ao entrar, não há falta de espaço e a altura do piso é muito boa. O mesmo vale o porta-malas com 438 litros, menor que o Renault Arkana e seus 513 litros que, deve-se notar, é muito maior com seu comprimento 4.568 mm.

Na estrada, indiscutivelmente um Volkswagen

Disponível apenas com motores a gasolina, escolhemos para este teste o motor de 1.5 turbo de 150 cv acoplado à caixa de câmbio DSG 7, dupla embreagem com 7 marchas. Este é o único motor de quatro cilindros do catálogo e o mais potente que você pode escolher. Os outros dois motores têm três cilindros (1.0 TSI) e desenvolvem 95 cv e 110 cv.

Sem surpresa no volante, achamos o espírito Volkswagen com uma suspensão um pouco mais firme que um Renault Captur, por exemplo, e adequado para seu uso preferido. É mais apreciado em condução tranquila do que em condução dinâmica. Neste segundo caso, o motor sobe as rotações e grita ruidosamente para entregar toda a sua potência. A caixa de câmbio DSG 7 às vezes fica um pouco perdida, especialmente quando o pedal direito é subitamente pressionado. Nada acontece quando, de repente, há uma lentidão antes de o carro realmente acelerar forte.

VW Taigo (photo officielle)
VW Taigo (photo officielle)

Isto é um pouco atenuado pelo modo Sport, que reduz para uma marcha para estar pronto quando o motorista acelerar. Na condução dinâmica, preferimos usar as aletas fixadas ao volante, pois a resposta da caixa de câmbio não é ótima na chamada condução esportiva.

Realmente, o VW Taigo é bom para andar. Gostamos de sua direção (embora um pouco macia e não natural) e seu pedal de freio que permite morder os discos com precisão. Também foi excelente na estrada, tanto confortável quanto muito capaz de acelerar e retomar velocidade. Em nossa viagem de pouco mais de 200 km, registramos um consumo combinado de 16,1 km/litro, bem econômico.

VW Taigo (photo officielle)

O Taigo é equipado com Travel Assist de série em todas as versões, o que não é o caso do Polo. Tendo percorrido dezenas de quilômetros, diríamos que este sistema de condução semi-autônomo melhorou, pois o Taigo permaneceu no centro da faixa de rodagem (mesmo se às vezes tende a se posicionar muito para a esquerda). Ainda há alguma hesitação quando um carro entra no último segundo, por exemplo, forçando o Taigo a frear excessivamente e pedir ao motorista que assuma o controle. 

Com preço a partir de 23.850 euros na França, o Taigo vem com uma série de equipamentos. A Volkswagen diz ter racionalizado sua oferta, com apenas algumas opções disponíveis, como um teto solar e a navegação Discover Pro como opcionais.

Preços e conclusão

O Volkswagen Taigo é mais caro que o Polo, que começa em 21.185 euros (uma diferença de 2.665 euros). A versão de entrada é automaticamente vendida com o motor 1.0 TSI, que pode desenvolver 95 ou 110 cv. O motor pode ser emparelhado com uma caixa manual de cinco ou seis marchas, bem como com a caixa DSG 7. A R-Line e Style são exclusivamente equipadas com a caixa de câmbio DSG7 e desenvolvem 110 ou 150 cv. Veja abaixo os preços. 

Os pontos positivos do Taigo são o seu projeto bem feito, bom de dirigir na cidade e na estrada e os bons equipamentos de série. Como negativos, poderia ter um design mais dinâmico na traseira, uma boa conversa entre o motor e o câmbio e uma suspensão que poderia ser mais firme. 

Galeria: Volkswagen Taigo (avaliação)

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