Teste: Nova VW Amarok V6 258 cv Black Style é mais rápida que o Polo GTS

A Volkswagen Amarok foi lançada no Brasil em 2010. Apesar de estar em um segmento importante do mercado brasileiro, nunca teve muito destaque diante das concorrentes mais famosas, como Chevrolet S10, Toyota Hilux e Ford Ranger. Mas a picape da VW ganhou um "mundinho próprio" quando ganhou o motor 3.0 V6 turbodiesel em 2018 - e desde então ostenta o título de picape média mais potente do Brasil.

E ela quer reforçar isso na linha 2021. Para tanto, o 3.0 V6 foi recalibrado (e ganhou uma bomba de arrefecimento extra), indo de 225 cv para 258 cv e de 56,1 kgfm para 59,1 kgfm de torque. O overboost, que segue sendo acionado por até 10 segundos entre 50 e 120 km/h quando o acelerador é totalmente pressionado, vai dos 245 cv a 272 cv máximos. O câmbio segue sendo o automático de 8 marchas com sistema de tração integral automático, que teve apenas uma recalibração do software para conversar com a nova potência. 

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Pé na estrada (e cuidado com os radares)

Enquanto S10, Hilux e sua turma foram projetadas para parte do uso no fora-de-estrada, a VW Amarok parece seguir um caminho diferente. Não que ela deixe a desejar em estradas de terra batida e alguns obstáculos leves, mas a picape da Volkswagen nasceu para o asfalto - e isso não é demérito. Mesmo antes do motor V6, ela já se diferenciava pela posição de dirigir de carro de passeio e dinâmica equilibrada. Nas versões Highline e Extreme, os bancos "ergoComfort" reforçam o conforto de quem ficará horas e horas ao volante. 

Seu lugar preferido é uma estrada que, de preferência, tenha asfalto bom, várias faixas e esteja vazia. No dia a dia, é difícil sentir a potência extra da Amarok V6 2021, já que a anterior sempre respondeu muito bem. Basta pegar uma rodovia que, se você não ligou o piloto automático, é quase garantido que a velocidade legal da via já tenha sido ultrapassada... A VW fala em uma velocidade máxima de 190 km/h, mas o que impressiona é como ela chega lá.

Em números, sim, temos uma picape (ainda) mais rápida. Na aceleração de 0 a 100 km/h, registramos uma redução de 0,5 segundo (8,3 s) em nossos testes, na comparação com a V6 anterior - e mais rápida que o hot hatch da marca, o VW Polo GTS. Nas retomadas de 40 a 100 km/h e 80 a 120 km/h, também houve uma melhora de 0,6 segundo (5,5 s) e mais um espanco no Polo GTS. Na hora de frear, a Amarok V6 é a única do segmento com discos ventilados nas quatro rodas, o que a levou de 100 km/h a zero em bons 41,9 metros. O consumo não mudou apesar da potência extra, marcando 9,1 km/l na cidade e 11,2 km/l na estrada. 

A Amarok mantém o sistema de suspensão com braços sobrepostos na dianteira e eixo rígido com feixes de molas na traseira, mas é a mais dinâmica das picapes médias. A direção hidráulica, apesar de pesada em manobras quando comparada com as caixas elétricas de S10 e Ranger, é mais comunicativa e mais direta. Segue passando a sensação de um carro de passeio, mas não deixando esquecer que ela pesa 2.134 kg e mede 5.254 mm de comprimento. 

O sistema de tração integral 4Motion ajuda bastante nisso. Ao perceber que é necessário, o sistema envia força para o eixo dianteiro automaticamente. Aos que irão para a terra, há bloqueio de diferencial e um botão Off-Road que ativa uma programação específica de freios ABS, controles de tração e estabilidade, controle de descida e até mesmo do câmbio. Mas as rodas de 20" com os pneus de uso no asfalto não vão gostar muito desse passeio. E não há reduzida para encrencas mais exigentes.

Um vestido preto para uma idade já aparente

A linha 2021 também estreia a versão Extreme Black Style. Dentro da versão Extreme (que já traz um santantonio exclusivo, revestimento interno de colunas e teto em preto, rodas de 20" e faróis de xenônio), ela adiciona as rodas em preto, para-choque traseiro preto fosco, capas dos retrovisores pretas, estribos laterais tubulares pretos, frisos pretos e moldura do painel preta. O motor V6 repotenciado está disponível também na versão Highline. 

Mesmo vestida assim, a Amarok começa a mostrar o peso da idade. Diante das concorrentes, deve a direção elétrica, o sistema de frenagem automática de emergência e mais airbags, já que possui apenas os frontais e laterais. Também deve itens como chave presencial, partida por botão e trava elétrica na caçamba, recursos que as concorrentes já trazem. Detalhes como o volante e o sistema multimídia (que não foi substituído pela VW Play) também denunciam o passar dos anos. Isso sem falar, claro, no fato de ser a mais cara do segmento entre as topo de linha, cobrando R$ 258.270 nesta versão Black Style. 

Mas parece que isso não é algo necessário no "mundinho" da Amarok. Tem proprietário andando em Track Day, tem gente fazendo o famoso remap e ultrapassando os 300 cv, fora os que usam ela praticamente o dia todo na estrada e estão contentes. Para muitos, é um carro que, por acaso, vem com uma caçamba para 1.280 litros ou 1.156 kg de capacidade e pode ir para a estrada de terra, além de ser enorme. Para essa galera, a chegada da Amarok 2021 com mais potência será celebrada como um gol do seu time na final. 

Ficha técnica: Volkswagen Amarok V6 Extreme (258 cv)