Em setembro, o Toyota Corolla completa um ano de mercado brasileiro em sua décima segunda geração. O destaque tecnológico ficou para as versões com a motorização hibrida e para a topo de linha Altis, que traz diversos itens de assistência ao motorista. Mas a que realmente atrai o cliente para a loja, mesmo que depois ele opte por uma versão mais cara, é a de entrada. O Toyota Corolla GLI, que chegou abaixo dos R$ 100 mil e hoje está tabelado a R$ 110.190.
Ele perde diversos equipamentos para ficar R$ 11.500 mais barato que o XEi, a versão mais vendida do sedã. Somem as rodas de 17", a partida por botão com chave presencial, o ar-condicionado automático e o piloto automático, além de outros itens. Vale a pena economizar? Vamos aos prós e contras do sedã médio mais vendido do país.
Diferente da geração anterior, o Corolla GLI tem o mesmo conjunto motor e câmbio das demais versões a combustão. É claramente seu ponto alto, com o 2.0 aspirado com injeção mista (direta e indireta) de combustível e seus até 177 cv e 21,4 kgfm de torque, números que o colocam em uma boa briga com seus oponentes com motorização turbo. O câmbio é o CVT com a primeira marcha física e mais 9 simuladas - o GLI perde apenas o botão Sport em comparação com as mais caras.
No uso diário, o Corolla GLI é ágil e, aos que preferem pegar uma estrada, tem força para seguir tranquilamente a velocidade da via e fazer ultrapassagens com segurança. Na pista de testes, a aceleração de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos o coloca atrás do Cruze 1.4 turbo (8,5 s), mas na frente do Civic 2.0 aspirado (9,9 s).
A plataforma TNGA fez bem ao Corolla. Se a geração anterior teve que apelar a uma suspensão mais firme para encontrar uma boa dirigibilidade, o novo Corolla adotou a suspensão traseira independente e uma base mais rígida para dar um passo além em tocada sem prejudicar o conforto que se espera de um sedã médio.
As rodas de 16" desta versão ajudam ainda com a proposta do conforto, com perfil mais alto dos pneus. A direção elétrica tem boa calibração e comunicação em baixas e altas velocidades e, quando colocado no limite, o sedã aponta para a parte interna das curvas sem assustar o motorista - e caso abuse, há o controle de estabilidade como item de série.
Sabemos que muitos modelos acima de R$ 100 mil abrem mão de alguns itens de segurança, às vezes os deixando para as versões mais caras. O Corolla GLI tem os sete airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista) e os controles de tração e estabilidade, além do assistente de partida em rampas. Por fim, obteve cinco estrelas no Latin NCAP.
Para ficar mais barato, o Corolla GLI perde diversos equipamentos. Destaque para a ausência do ar-condicionado automático, faróis de neblina e as rodas de 16" que substituem as de 17". Pode parecer exagero, mas concorrentes como o Chevrolet Cruze LT e Honda Civic Sport estão na mesma faixa de preços e têm esses itens. O Corolla dá o troco com acendimento automático dos faróis e sete airbags.
O Corolla trouxe um novo motor ao Brasil. O 2.0 aspirado da Toyota é moderno, com sistema de injeção direta e indireta de combustível, variador de fase nos comandos de admissão e escape, resultando em até 177 cv e 21,4 kgfm de torque, além de uma das mais modernas tecnologias em termos de câmbio CVT. Com isso, era esperado um número de consumo superior aos 7,1 km/l na cidade e 11,3 km/l na estrada, obtido com etanol durante os nossos testes.
Não são números que o colocam em uma má posição no geral, mas o Cruze 1.4 turbo (8,1/11,6 km/litro) e Honda Civic 2.0 aspirado (7,8/11,2 km/litro), este com motor bem mais antigo, tiveram consumos melhores ou pouco inferior, como no caso do Civic na estrada em comparação com o Toyota.
Um dia, o Corolla GLI já custou menos de R$ 100 mil, assim como seus concorrentes diretos. Mas hoje estamos falando de uma versão de entrada a R$ 110.190 (valor que já subiu em relação ao que era tabelado quando gravamos o vídeo acima) e a relação custo/benefício começa a ficar questionável. Por exemplo, o Chevrolet Cruze LT custa R$ 105.290 com uma lista de equipamentos mais completa e motor 1.4 turbo.
Do arquirrival da Honda, o Honda Civic Sport custa R$ 109.800 e também oferece uma lista mais completa de itens. Abaixo, ainda há o Civic LX de R$ 103.200 com alguns itens a menos que o Corolla GLI, como o sistema multimídia com Apple CarPlay e Android Auto, mas com ar-condicionado automático e piloto automático.
Será que os constantes reajustes de preço não irão prejudicar a venda do líder Corolla? O fato de os números de emplacamento de agosto ficarem abaixo dos de julho, enquanto o mercado no geral apresentou recuperação, certamente não é um bom sinal.
Fotos: autor/Motor1.com
MOTOR | dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.987 cm3, comando duplo variável, injeção direta e indireta, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 169/177 cv a 6.600 rpm; Torque: 21,4 kgfm a 4.400 rpm |
TRANSMISSÃO | câmbio CVT com primeira marcha mecânica e simulação de 10 marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e independente double wishbone na traseira |
RODAS E PNEUS | alumínio aro 16" com pneus 205/55 R16 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira, com ABS |
PESO | 1.375 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.630 mm, largura 1.780 mm, altura 1.455 mm, entre-eixos 2.700 mm |
CAPACIDADES | tanque 50 litros; porta-malas 470 |
PREÇO | R$ 110.190 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR (etanol) | ||
---|---|---|
Toyota Corolla 2.0 CVT | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 4,6 s | |
0 a 80 km/h | 7,0 s | |
0 a 100 km/h | 9,7 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em D | 7,5 s | |
80 a 120 km/h em D | 6,2 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 38,3 m | |
80 km/h a 0 | 23,3 m | |
60 km/h a 0 | 13,1 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 7,1 km/litro | |
Ciclo estrada | 11,3 km/litro |
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