"Estúpido". Assim podemos resumir o Cayenne Turbo em apenas uma palavra, principalmente após ele despejar os 78,5 kgfm de torque nas quatro rodas em uma largada com o controle de largada (launch-control) e atingir os 100 km/h em apenas 3,8 segundos. Se você é um dos puristas que ignora a existência do Cayenne como um verdadeiro Porsche, lembre-se que ele salvou sua amada marca da falência no começo dos anos 2000 e hoje, em sua terceira geração, ele nunca esteve tão perto do 911.
Se não bastasse seus quase 5 metros de comprimento e mais de 2,2 toneladas, o Cayenne Turbo se destaca nas ruas pelo design mais esportivo da versão, com rodas aro 21" e pinças na cor cinza claro - parte de um opcional de freios especiais. Nesta unidade que testamos, a carroceria na cor cinza escuro contrasta com um interior em couro vermelho que dividiu opiniões - eu teria tranquilamente na minha humilde garagem...
Há alguns meses testamos a versão de entrada do Cayenne, com motor V6 turbo. Agora é a hora de ir para a outra extremidade da linha, com o Cayenne Turbo, que parte de R$ 745.000. O destaque, claro, fica para o motor V8 4.0 biturbo com 550 cv e 78,5 kgfm. Sim, quase setenta e nove quilos de torque - até escrevi por extenso para tentar dar o mesmo impacto que eu tive ao acelerar o representante SUV do Titanic.
A transmissão automática do Cayenne Turbo também merece um parágrafo dedicado. Mesmo sendo uma caixa com conversor de torque, tem trocas rápidas e é bastante permissiva em reduções, chegando quase ao limite de rotações do motor. No modo Sport+, chega a dar trancos propositais e, junto com os estouros no escape, amplia a sensação de esportividade. Como nos cupês da marca.
O Cayenne Turbo impressiona também na hora de fazer curvas. Como já disse sobre o Audi Q8, é incrível a evolução dos SUVs quando falamos em dinâmica, principalmente quando desenvolvidos pelas marcas premium alemãs, como Audi, BMW, Mercedes-Benz e Porsche. Esta geração do Cayenne, por exemplo, é a primeira a ter medidas diferentes de pneus entre os eixos. Some isso à suspensão adaptativa a ar e temos total segurança para abusar nas tomadas de tangente. Lógico, ainda há as duas toneladas sendo transferidas de um lado para o outro, mas chega a ser dócil para tocar mesmo sendo superlativo em potência e peso.
A direção é direta e com boa sensibilidade, algo que esperamos do 911 - que inclusive "doou" seu volante para o Cayenne, com três raios e aquecimento. A caixa elétrica convive entre a leveza para manobras no uso diário e a firmeza para andar rápido nas estradas, ou até arriscar um track day respeitando os limites de um SUV - a Porsche fala em máxima de 286 km/h.
Outro ponto forte do Cayenne Turbo está no luxo. Não há como não passar alguns minutos admirando os detalhes do interior, inclusive o brasão da Porsche no apoio de braço e a grafia Turbo nos encostos dos bancos. O painel de instrumentos mistura o conta-giros central analógico com duas telas configuráveis nas laterais. No console central, a tela de 12" de alta definição controla sistemas do carro e os modos de condução (que também podem ser mudados pelo volante nos modos Normal, Sport, Sport+ e Individual), entre outros recursos.
Entre os itens de série, o Cayenne Turbo traz sistema de som Bose (o Burnmester do carro testado é um opcional de R$ 26.588!), bancos elétricos com memória, rodas aro 21", freios em composto cerâmico - identificados pelas pinças brancas -, suspensão a ar adaptativa, kit aerodinâmico com grades dianteiras ativas e aerofólio traseiro que se move, fora os diversos opcionais que podem levar o Cayenne Turbo para além de R$ 1 milhão. Quer destruir sua produtividade no trabalho e configurar - e sonhar - o seu Cayenne? Visite este link.
Aposto que até o mais purista pode se convencer finalmente que o Cayenne é um Porsche de verdade. Além de salvar a marca alemã da falência no passado, evoluiu o suficiente para entregar praticamente o mesmo prazer de um cupê com a vantagem de levar cinco passageiros com muito luxo. Quer andar rápido? Ele anda. Quer levar os filhos para a escola? Pode usá-lo. Até um off-road ele aguenta, mas duvido alguém ter essa coragem...
Fotos: Paulo Henrique Trindade
MOTOR | dianteiro, longitudinal, oito cilindros em "V", 32 válvulas, 3.996 cm3, duplo comando em cada bancada com variador na admissão e escape, injeção direta, turbo, gasolina |
POTÊNCIA/TORQUE | 550 cv de 5.750 a 6.000 rpm/ 78,5 kgfm de 1.950 a 4.500 rpm |
TRANSMISSÃO | câmbio automático de 8 marchas, tração integral |
SUSPENSÃO | independente duplo A na dianteira e traseira com molas pneumáticas |
RODAS E PNEUS | alumínio de 21" com pneus 285/40 (D) e 315/35 (T) R21 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e traseira, com ABS; |
PESO | 2.250 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES |
comprimento 4.926 mm, largura 1.983 mm, altura 1.673 mm, entre-eixos 2.895 mm |
CAPACIDADES | tanque 90 litros, porta-malas 745 litros |
PREÇO | R$ 745.000 (+ opcionais e personalização) |
MEDIÇÕES MOTOR1 | ||
---|---|---|
Porsche Cayenne Turbo | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 1,9 s | |
0 a 80 km/h | 2,7 s | |
0 a 100 km/h | 3,8 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em S | 2,9 s | |
80 a 120 km/h em S | 2,6 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 36,2 m | |
80 km/h a 0 | 23,0 m | |
60 km/h a 0 | 13,1 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 4,9 km/l | |
Ciclo estrada | 9,6 km/l |
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