Localizada ao leste de Salt Lake City, a Emigration Canyon Road é uma estradinha cheia de curvas com 12,5 km de extensão e variação de elevação perto dos 600 metros. É uma rota perfeita para acelerar esportivos. Será que serve também para um SUV esportivo? Foi lá que tivemos o primeiro contato com a versão ST do Edge, apresentada no Salão do Automóvel e já em pré-venda no mercado brasileiro por R$ 299.990.
O Edge é o primeiro SUV da Ford a usar a sigla ST, conhecida dos Focus e Fiesta europeus. O ST é uma alternativa mais dinâmica às versões tradicionais. Enquanto o Edge tradicional usa um motor V6 aspirado 3.5 de 284 cv e 34,5 kgfm de torque na versão vendida no Brasil, o ST traz o V6 2.7 biturbo da família EcoBoost. São 335 cv de potência e, o mais importante, um torque de 54,4 kgfm. Toda essa força é enviada a um câmbio automático de oito marchas que faz trocas suavemente. Com isso, a Ford diz que o Edge ST chega aos 100 km/h em cerca de 6 segundos.
Como no Edge de quatro cilindros vendido nos EUA, o câmbio de oito marchas não aceita reduzir as marchas em algumas situações. Mesmo assim, a potência e o torque adicionais do V6 turbinado movem o ST com uma vitalidade razoável, mesmo que a transmissão o faça parecer menos potente nas ultrapassagens do que seus 335 cv sugerem.
Apertar o botão "Sport" melhora as respostas da transmissão (e amplifica o ronco do motor na cabine com ajuda do sistema de som e a tecnologia de cancelamento de ruídos), e elimina o desejo da caixa de trocar as marchas cedo demais. Um par de aletas no volante permite controlar as trocas, mas ainda demoram um pouco para responder aos comandos. Melhor deixar no modo Sport para que o Edge faça as trocas por si próprio nas conduções mais rápidas.
As suspensões dianteira e traseira receberam amortecedores específicos e trabalham com pneus de 21" Pirelli P Zero. Também foi melhorado o sistema de freios, com pastilhas e discos feitos com materiais de melhor capacidade de dissipação de calor. Esses pneus e freios são de um pacote chamado ST Performance Brake (opcional nos EUA), que deixa o Edge com bom grip e pedal de freio firme. As mudanças da suspensão melhoram notavelmente a rolagem da carroceria em curvas e a forma como o SUV empina nas arrancadas. Mesmo assim, a dianteira do Edge ST é pesada em frenagens. E a comunicação da direção é quase ausente, com um peso artificial para tentar aumentar a confiança no grosso volante.
Nem mesmo a grande quantidade de pneu consegue segurar o peso do Edge ST nas tomadas de curva. Com peso reportado de 2.030 kg, ele não faz milagre. Quando colocado em jogo de verdade, o SUV tem uma clara tendência a sair de frente.
Essa dinâmica limitada do Edge ST pode decepcionar quem esperava, por exemplo, um X3 M40i mais acessível, mas os consumidores que procuram uma dose extra de civilidade gostarão do compromisso dele com o conforto. Como as demais versões do Edge, o ST tem suspensão suave, cabine silenciosa e rodar macio. Mesmo com acerto mais firme, ele filtra os buracos com uma surpreendente capacidade - e mais ainda quando me deram uma unidade com as rodas de 21", como ele será vendido no Brasil (de série, elas são de 20"). Um par de bancos específicos ST combina conforto com altas abas laterais para manter motorista e passageiro no lugar nas curvas fechadas.
Falando em equipamentos, o "pacote Brasil" inclui rodas aro 21", piloto automático adaptativo, multimídia SYNC 3, assistente de manutenção de faixa, alerta de colisão com frenagem automática, câmera 180º dianteira para estacionamento e alerta de tráfego cruzado, entre outros recursos.
A Ford quer que o comprador veja o Edge ST de R$ 300 mil como uma alternativa mais acessível ao Audi SQ5, BMW X3 M40i e Mercedes-AMG GLC 43. Infelizmente, o SUV da Ford não tem a dinâmica dos alemães premium mais caros. No entanto, com bastante potência, equipamentos de segurança e bom preço, o Edge ST pode conquistar uma fatia de consumidores que desejam algo mais familiar que o Mustang.
Fotos: arquivo Motor1.com
2019 Ford Edge ST
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