O Micra, nome europeu do Nissan March, tem história na Europa: a segunda geração, de 1992, foi o primeiro japonês a ganhar um título de Carro do Ano no Velho Continente, em 1993, e um dos primeiros importados do Japão a fazer sucesso por lá. Depois dela, a terceira e quarta gerações não conseguiram fazer o mesmo barulho. Com este Micra, a Nissan espera repetir a história de 25 anos atrás. Para saber como, fui para a Croácia para dirigi-lo.
Este é o Micra mais longo (3,99 m), mais largo (1,74 m) e mais baixo (1,46 m) da história: em proporções, ele é claramente mais achatado, o que dá a impressão de olhar para um esportivo. No geral, ele se destaca: concebido e projetado para a Europa e produzido na França, ele é bem europeu.
O interior tem uma faixa no painel que contrasta com o restante dos elementos, além de um revestimento na parte superior que é certamente o melhor do segmento. Nas partes mais escondidas, os materiais são mais simples, mas ainda satisfatório para seu segmento. Como pode-se perceber pelas fotos, a cabine é bastante semelhante à do Kicks. Na verdade, é como se o novo March fosse a versão hatch do SUV compacto.
Na parte de multimídia, o Apple CarPlay já está disponível, enquanto o Android Auto chega daqui a um tempo. Os gráficos do painel e da tela de 7" são bons, de fácil entendimento, mas o número de botões no volante confunde quem não está acostumado. Questão de tempo para se familiarizar.
O porta-malas? A capacidade divulgada de 300 litros está entre as melhores do segmento, muito bem aproveitado. Não me convenceu apenas por conta de alguns acabamentos, como a corda da tampa, simples demais, e o espaço que fica quando rebatemos os bancos traseiros. Mas a posição de pilotagem surpreendeu.
O assento baixo, o volante em posição correta e a alavanca de câmbio na mão dão vontade de dirigir. Atrás, o espaço está dentro da média. Para os mais exigentes, há mais espaço para a cabeça do que para os joelhos.
Se por fora é um revolução, o Micra se mostra ainda melhor em como se comporta ao andar. Ainda com o antigo Micra na memória, fiquei impressionado com as respostas de direção diretas, curvas precisas e a velocidade com que ele pode mudar de faixa. Sim, ele é um carro divertido, mesmo com o motor 0.9 de 3 cilindros turbo com 90 cv, que cumpre seu dever, com força em baixas rotações e bastante elástico.
Mas há o outro lado da moeda: carros divertidos são um problema para quem procura uma suspensão macia. O Micra é confortável, quase sem batidas secas, com bom amortecimento, mas é inegável que existem concorrentes mais suaves, principalmente na cidade.
Inicialmente, há três motores disponíveis. Além deste 0.9 turbo, há o 1.0 aspirado de 4 cilindros, com 73 cv, e o 1.5 turbodiesel, de 90 cv e 22,4 kgfm de torque. Se você pretende usar o Micra na cidade, eu não recomendo comprar este último pelos projetos recentes que buscam acabar com os motores diesel.
Destaque para os itens de segurança, de série ou opcionais. Ele traz sistema de monitoramento de faixas (com volta automática do volante), aviso de ponto cego, sistema de frenagem automática com detector de pedestres, leitor de placas de trânsito e câmeras 360º.
Mencionei anteriormente o Micra de 1992. Uma das chaves para seu sucesso foi o pacote completo de equipamentos, incluindo vidros elétricos e ar-condicionado. Bem, na nova geração, o ar-condicionado é opcional no Micra de entrada, da versão Visia. Não faz diferença, já que não é uma versão de grandes volumes, e o Micra tem preços alinhados com a concorrência.
A tabela começa em 12.600 euros, na versão Versia com motor 1.0 de 73 cv, sem ar-condicionado. A primeira versão realmente importante é a Acenta, de 14.800 euros (1.0) e 15.700 Euros (0.9 Turbo), com espelhos e maçanetas na cor do carro, central multimídia, interior bicolor e ar-condicionado manual. O N-Conecta (16.700 euros) traz rodas de liga-leve, ar-condicionado automático, volante em couro e outras coisinhas mais, enquanto o topo de linha Tekna vai aos 17.700 euros, sempre com o motor turbo.
Oficialmente, a Nissan não confirma a chegada do novo March ao país. Mas, segundo fontes ligadas à marca, ele pode vir inicialmente importado do México, para atuar acima do atual March produzido em Resende (RJ). De todo modo, isso não deverá acontecer antes de 2018.
Versão testada | Tekna 0.9 Turbo 5 portas |
Câmbio | Manual de 5 marchas |
Tração | Dianteira |
Consumo médio | 21,2 km/l |
Emissões CO2 | 113 g/km |
Aceleração 0 a 100 km/h | 13,7 s |
Velocidade máxima | 170 km/h |
Fotos:OmniAuto
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