Para uma marca que entrou no Brasil com o jipão de luxo Pathfinder, a Nissan de hoje está irreconhecível: basta entrar numa concessionária da marca para notar que o perfil dos produtos oferecidos agora é de massa, com presença forte nos segmentos de entrada e intermediários - à exceção das picapes Frontier. Pois após se estabelecer entre os compactos com March e Versa, a Nissan volta a olhar para cima. Um mês depois de lançar o novo Sentra, agora é a vez do sedã grande Altima chegar às lojas brasileiras. Sucesso no mercado norte-americano, a modelo faz parte do plano da empresa para abocanhar 5% de participação do mercado local até 2016. CARPLACE dirigiu a novidade e traz agora as primeiras impressões.
Volta Rápida: novo Altima leva Nissan de volta ao luxo
O que é? Importado dos Estados Unidos, o Altima chega em versão única equipada com motor 2.5 16V a gasolina de 182 cv (a 6.000 rpm), 24,8 kgfm de torque (4.000 rpm) e câmbio automático continuamente variável (CVT). O objetivo da Nissan é saciar o desejo de quem busca exclusividade. Segundo pesquisas feitas com consumidores-alvo, uma das exigências é ter um carro que não seja visto em cada esquina. Os pedidos também se referiam a tecnologia e inovação, dirigibilidade, conforto e espaço. De fato, o Altima consegue atender boa parte deste quesitos.
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O visual é símbolo da nova identidade da Nissan. Numa mescla de ousadia e conservadorismo, o sedã traz um grande contorno cromado na grade dianteira e faróis de xenônio com formato irregular, o que lhe transmite imponência. A silhueta é limpa, mas com curvas bem definidas no para-lamas e linha de cintura mais "assentada". Transmitindo requinte, cromados estão nas maçanetas, contorno dos vidros, em elementos das lanternas e na régua da tampa traseira. As dimensões satisfazem a quem busca um carro grande: são 4.686 mm de comprimento, 1.830 mm de largura e 1.470 mm de altura. O bom espaço interno é garantido pelo entre-eixos de 2.775 mm, mas o porta-malas de 436 litros não é dos melhores para um carro deste porte.
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Equipamentos e tecnologia embarcada também fazem parte do pacote. A versão do Altima que chega ao Brasil dispõe de um "radar" responsável pelos sistemas de monitoramento de ponto cego, detector de objetos em movimento e monitoramento de mudança de faixa. Este último emite um sinal sonoro ao motorista quando detecta a mudança de pista involuntária (sem o acionamento da seta). O quadro de instrumentos, com iluminação por LEDs, oferece excelente leitura em qualquer situação de luminosidade. Também chama a atenção o display colorido personalizável com tela de 7", onde são exibidas informações do computador de bordo e sistemas de áudio, monitoramento da pressão dos pneus e instruções da navegação por GPS.
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O padrão de acabamento da cabine é outro destaque. As peças possuem encaixes perfeitos e a sensação de refinamento dos materiais é notável. Quem gosta de apertar o painel para ver se é macio, porém, terá que se contentar apenas com a parte superior, pois a inferior traz material rígido, apesar da textura agradável ao tato. O sistema de som é fornecido pela renomada Bose (que equipa também alguns Audi), garantindo um áudio de alta qualidade.
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Como anda? Dirigir o Altima é uma experiência agradável. Primeiro porque os bancos são extremamente confortáveis, resultado da tecnologia "Zero Gravity" da Nasa - com espuma que se amolda ao corpo. Para o motorista os ajustes são elétricos, mas os da direção são feitos pela tradicional alavanca. O volante revestido de couro tem boa pegada, enquanto os botões integrados são de fácil manuseio. Detalhe cada vez mais presente em carros deste porte é o sistema de abertura das portas e ignição do motor sem chave. No caso do Altima, uma vantagem: a partida pode ser feita de forma remota pela chave I-Key. A Nissan fez questão de destacar o ajuste da suspensão específico para o mercado brasileiro, com direito a amortecedores de curso mais longo, fornecidos pela ZF Sachs, para suportar o nosso solo lunar. O trajeto escolhido pela marca para este primeiro test-drive incluiu trechos de terra e paralelepípedos, além de estradas muito bem pavimentadas. Ligo o Altima e logo noto o bom trabalho de isolamento acústico. O início do teste já mostra que o carro está "ajeitado" para terras tupiniquins, com boa absorção das irregularidades e sem a temida batida seca (ao menos com dois passageiros) dos amortecedores no fim de curso. Nos paralelepípedos, a sensação é de uma construção sólida, bem encaixada e sem grilos. O novo câmbio CVT X-Tronic encontra seu habitat na cidade, oferecendo aceleração gradual e performance na medida certa. Na estrada, as virtudes são outras. Em trecho de asfalto bom e depois uma sequência de curvas, o Altima revela que a nova suspensão multilink, que inclusive esterça levemente as rodas traseiras para aumentar o controle, atende a quem busca um pouco mais de diversão. Ao acelerar com mais vontade, no entanto, o maior ruído do motor na cabine não chega a ser compensado pelo desempenho. Apesar do novo CVT conseguir ser mais ágil do que o anterior, ainda faz falta a possibilidade de reduzir marchas para encher o motor, colocando em segundo plano uma pegada mais esportiva.
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A prática mostrou que o novo Nissan Altima atende um público mais maduro (acima de 45 anos, segundo a montadora), que exige um carro de bom desempenho, mas não necessariamente empolgante. Isso explica a opção da marca em deixar de lado o propulsor 3.5 V6 de 275 cv, oferecido nos Estados Unidos, em favor apenas do 2.5. A gerente de produto da Nissan, Ana Serra, explicou que os consumidores ouvidos não expressaram desejo pela motorização mais forte, sendo mais favoráveis ao conforto, imponência e tecnologia.
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Quando custa? O preço de R$ 99.800 é competitivo pelo que o Altima entrega. Em versão única, traz de série direção elétrica, ar-condicionado digital de duas zonas com saídas para o banco traseiro, bancos de couro, regulagem elétrica do banco do motorista, teto-solar, controle de velocidade de cruzeiro (piloto automático), abertura e ignição sem chave (sistema I-Key), sistema de som Bose com nove alto-falantes, tela multimídia de 7" sensível ao toque e navegador por GPS, além de aquecimento para os bancos dianteiros e volante.
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O que tinha de melhor do Altima vendido nos Estados Unidos em termos de segurança foi trazido ao Brasil. Assim, estão presentes os controles de estabilidade e tração, sistema ativo de neutralização de subesterço, aviso de mudança de faixa e monitoramento da pressão dos pneus, além dos freios ABS e seis airbags (frontais para motorista e passageiro, laterais e de cortina). O novo sedã japonês chega mirando em consumidores do Ford Fusion, Volkswagen Passat, Kia Cadenza, Honda Accord, Hyundai Sonata e Azera, além de marcas premium como BMW, Mercedes e Audi. Com a alcunha de um dos veículos mais vendidos nos EUA, a Nissan entra no segmento dos sedãs grandes dizendo que o luxo está em Altima. Por Fábio Trindade, de Guararema (SP) Fotos Marcos Camargo/Divulgação Ficha Técnica – Nissan Altima 2.5 SL 2014 Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 2488 cm³, gasolina; Potência: 182 cv a 6.000 rpm; Torque: 24,8 kgfm a 4.000 rpm; Transmissão: CVT (Continuamente Variável), tração dianteira; Direção: eletro-hidráulica; Suspensão: independente do tipo McPherson com molas helicoidais na dianteira e independente multilink na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS/EBD/BA; Rodas: aro 17 com pneus 215/55R17; Peso: 1.469 kg; Porta-malas: 436 litros; Tanque 68 litros; Dimensões: comprimento 4.865 mm, largura 1.830 mm, altura 1.470 mm, entreeixos 2.775 mm.

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