Historicamente, os modelos vendidos no mercado brasileiro não eram exemplo de segurança. Como as regras de segurança sempre foram menos duras na América do Sul, vimos alguns modelos durarem mais do que deveriam, como a Volkswagen Kombi, ou o Fiat Mille. Isso só mudou em 2014, quando a lei que obrigou todos os veículos de passeio a terem airbag duplo e freio ABS de série.
Adotando o mesmo padrão de regulações para testes usados em órgãos internacionais, como o Euro NCAP, a sua versão latina começou a atuar por volta de 2011, utilizando carros reais comprados sem patrocínio das montadoras, chocando-os contra barreiras físicas, geralmente a 64 km/h. Destes testes, o instituto analisa a estrutura dos veículos, quanta carga os modelos receberam e seu impacto aos ocupantes internos, dando de uma a cinco estrelas para cada veículo.
Volkswagen Kombi durou nada menos que 56 anos
Fiat Mille (ou Uno, como preferir) também foi um dos modelos que mais duraram no mercado, sendo vendido de 1984 até os momentos derradeiros de 2013
Abaixo, você verá um dos primeiros testes realizados pelo instituto, ainda em 2011, com um dos carros mais populares vendidos na época, o Chevrolet Celta. O modelo, derivado do Corsa B, de 1994, não oferecia airbags nem ABS e alcançou uma estrela no protocolo vigente.
Nesta lista, reunimos alguns outros modelos que, assim como o recente teste feito no SUV Citroen C3 Aircross, mandaram mal no teste de impacto, levando 0 estrelas na hora de garantir a segurança dos seus passageiros. Veja abaixo alguns modelos:
Em dezembro de 2021, Argo e Cronos foram testados pelo instituto e receberam apenas 9.74 pontos (24%) para passageiros dianteiros e 4.86 pontos (10%) para passageiros no banco traseiro. Em 2019, ainda com protocolos anteriores, os dois modelos haviam atingido três estrelas. Mas com a chegada de novas exigências para a pontuação, como a presença (ou ausência) controle de estabilidade, aviso de afivelamento dos cintos, dentre outros, os compactos foram reavaliados, desta vez com a nota mais baixa.
Testado no fim de 2022, o compacto elétrico, hoje um dos mais baratos do Brasil (a partir de R$ 126.990) zerou todas as estrelas possíveis durante o teste do Latin Ncap. Utilizando a mesma base do compacto J2, de 2010, o modelo atingiu 0 pontos na proteção para adultos, enquanto os passageiros do banco traseiro tiveram 3.11 pontos (6%). Um ponto destacado pelo instituto após o teste foi o não desligamento da energia do veículos após a colisão frontal. No teste de impacto lateral, o subcompacto teria continuado em movimento após a colisão por conta disso.
A terceira geração do compacto da Ford tem muitas qualidades, é mais espaçoso que o Fiesta da mesma geração, não tem o problemático Powershift nas versões automáticas, mas foi mal no teste realizado pelo instituto no fim de 2020, pouco antes de deixar de ser fabricado no país. Na época, o Latin NCAP argumentou que o modelo se saiu bem no teste de colisão dianteiro, com notas boas e medianas, além de ter uma estrutura estável, tendo cerca de 13.43 pontos (33.59%) para passageiros dianteiros, e 4.57 pontos (9.33%) para passageiros crianças. O grande vilão foi o teste lateral, recebendo nota zero por causa do dano na região do tórax.
Apesar de usar uma plataforma moderna, a geração atual do C3 - a terceira - decepcionou nos testes do Latin NCAP, alcançando 0 estrelas. Segundo o órgão, o hatch teve uma proteção fraca na região do peito do motorista e um pouco melhor para o passageiro, apontando que isto pode ser uma consequência da falta de pré-tensionadores para cinto de segurança. Apesar da estrutura ter sido declarada como instável, a região das pernas recebeu uma avaliação “adequado”, a segunda melhor possível. Nas médias, o modelo recebeu 12.21 pontos (31%) na avaliação para adultos, enquanto para crianças recebeu 5.93 pontos (12%).
Não é comum vermos modelos importados e mais caros nessa lista, mas em 2021, o Latin NCAP testou o SUV médio Kia Sportage, então na sua quarta geração (hoje na quinta) importado da Coreia do Sul e o resultado foi desastroso: atingindo 19.26 pontos (48,15%) na proteção dos ocupantes adultos e 7.29 pontos (14,87%) na proteção de crianças.
Mas a porcentagem para itens de segurança, como controle de tração e estabilidade, que não estavam presentes naquela unidade, foi de apenas 3 pontos (6,98%). Vale lembrar que a versão nacional também contava com 2 airbags em sua versão de entrada, como a unidade testada, mas também trazia os itens de assistência passiva. Sendo assim, caso fosse testado, teria nota consideravelmente melhor.
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