Apesar da infraestrutura ainda em curso e do estigma de serem marcas estrangeiras recém-chegadas, as chinesas Omoda e BYD já têm conseguido conquistar espaço importante no Reino Unido. No último mês de outubro, por exemplo, ambas conseguiram vender mais veículos do que marcas europeias tradicionais e há décadas estabelecidas localmente, como a Fiat.
De acordo com dados divulgados pelo grupo industrial SMMT, a Omoda entregou em outubro 870 veículos, enquanto a BYD conseguiu emplacar 780 unidades. Já a Fiat, apesar de bem mais conhecida entre os consumidores britânicos, vendeu apenas 779 carros. A italiana acumula queda de 27% na comparação com o mesmo período de 2023, enquanto o mercado geral caiu 4,8%.
BYD Seal U
O bom desempenho das chinesas é explicado por dois fatores em particular. De um lado, os preços cobrados por Omoda e BYD são significativamente mais atrativos do que os valores praticados pelas marcas tradicionais. O Reino Unido, vale ressaltar, não seguiu o exemplo da União Europeia na aplicação de sobretaxas sobre veículos elétricos produzidos na China e, com isso, a competitividade dos chineses foi mantida.
De outro ponto, o resultado é explicado pela política de transição para a eletrificação. O Reino Unido exigiu que os fabricantes atingissem uma quota de 22% nas vendas de automóveis elétricos este ano (o chamado mandato ZEV) e as empresas viram-se forçadas a oferecer descontos e facilidades para atingir a meta. Omoda e BYD, não por acaso, têm portfólio formado especialmente por modelos híbridos e elétricos.
BYD Dolphin
Localmente, a Omoda conta com 64 concessionárias e tem como principal produto o SUV Omoda 5 (já confirmado para o Brasil) nas versões gasolina e elétrica. Os preços começam em 25.235 libras (cerca de R$ 187.000 ao câmbio atual), o que significa 5.000 libras a menos que um Nissan Qashqai (um dos SUVs preferidos dos britânicos). A BYD, além dos elétricos, tem apostado cada vez mais nos híbridos plug-in, especialmente o Seal U PHEV. A gama inclui ainda Dolphin, Seal, Sealion e Yuan Plus.
Já a Fiat concentra oferta nos híbridos 500X, 600 e Panda, além do elétrico 500e. Na Itália, a marca também tem amargado baixo desempenho e perdeu a liderança do mercado em outubro para a Volkswagen.
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