A Volvo foi um dos primeiros fabricantes de automóveis a anunciar o fim gradual de seus motores de combustão. Já no início de 2021, ela prometeu se tornar puramente elétrica até o final da década, inclusive no Brasil, tendo sido uma das primeiras marcas no país a ter uma linha puramente de elétricos ou híbridos plug-in.
Isso não está mais acontecendo, pois a marca já reviu seus planos, mas os suecos insistem que a Europa ainda deve proibir as vendas de carros novos com motores a gasolina até 2035.
A Bloomberg obteve uma declaração assinada pela Volvo e por 49 outras empresas, pedindo que a União Europeia não altere a meta. De acordo com o CEO Jim Rowan, a medida mais eficiente que o setor automotivo pode adotar para reduzir as emissões no continente é proibir a venda de novos carros com motores a combustão interna: "A eletrificação é a maior ação que nosso setor pode tomar para reduzir sua pegada de carbono."
A Volvo não é a única com esse tipo de declaração, pois a Rivian, uma marca de utilitários eletrificados estadunidense, também quer que a UE siga seu plano de abolir os carros a gasolina e a diesel até meados da próxima década. A Bloomberg aponta que outras montadoras se recusaram a assinar a declaração, mas outros grandes nomes fora do setor de fabricação de automóveis o fizeram, incluindo Uber e Ikea. A Tesla não é mencionada no relatório, mas, assim como a Rivian, só vende elétricos.
É importante mencionar que há um asterisco ao lado dessa proibição. A Comissão Europeia quer que as montadoras parem de vender carros que geram emissões nocivas, portanto, os motores a combustão não serão necessariamente proibidos. Em teoria, a porta ficaria aberta para novos veículos movidos por motores de combustão que funcionam com combustível sintético ou até mesmo hidrogênio. A Alemanha exigiu essa isenção, e a Comissão Europeia se comprometeu a elaborar um caminho legal para que os carros com motores de combustão que funcionam com combustíveis neutros em carbono permaneçam no mercado após 2034.
Nesse meio tempo, a Volvo eliminou um tipo importante de motor a combustão e prometeu nunca mais trazê-lo de volta. No final de março, o último carro a diesel saiu da linha de montagem. Até 2030, a projeção é de que os híbridos plug-in com motores a gasolina e os veículos puramente elétricos respondam por 90 a 100% do total de vendas.
Daqui a seis anos, a Geely, que detém 82% da sueca e de outras como Polestar, Lynk&Co, Zeekr, acredita que apenas um "número limitado de modelos híbridos leves" ainda existirá. Os híbridos Plug-In (PHEVs) e elétricos já representavam 48% das remessas no segundo trimestre do ano, com a Volvo estimando 50 a 60% para 2025.
No início do ano, o diretor financeiro da Porsche, Lutz Meschke, disse que a proibição de 2035 poderia ser adiada. No início deste mês, o Ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália declarou que "a proibição deve ser alterada", pois a "visão ideológica" falhou. Gilberto Pichetto Fratin acrescentou que a proposta de proibição é "absurda" e que a Europa "precisa de uma visão pragmática". Seus sentimentos são compartilhados pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que acredita que a proibição é "autodestrutiva".
Aconteça o que acontecer na Europa, isso terá ramificações globais, pois os maiores participantes do setor automotivo desenvolvem e fabricam carros no continente. Se uma determinada marca não tiver permissão para vender seu carro a gasolina a partir de 2035, essa empresa pode não conseguir as economias de escala necessárias e pode acabar com esse modelo a combustão globalmente.
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