O avanço tecnológico vivido pela indústria automobilística da China tem surpreendido grandes concorrentes ocidentais do setor e com a Ford não foi diferente. Prova disso veio do próprio CEO Jim Farley durante visita de negócios realizada recentemente ao país. O executivo ficou em choque com a rápida evolução das marcas locais e chegou a dizer que e, em muitos casos, grandes fabricantes internacionais já foram facilmente superadas.
A visita contou também com a participação do diretor financeiro John Lawler e envolveu testes com alguns carros locais. Entre os modelos avaliados, um misterioso SUV elétrico da Chagan (cuja identidade não foi revelada) foi a grande surpresa. De acordo com publicação do The Wall Street Journal, Farley sentou ao volante com Lawler no banco do passageiro e ambos ficaram verdadeiramente impressionados com o que viram.
Qiyuan E07 2024
"Jim, isso não é nada como antes. Esses caras estão à nossa frente", disse Lawler. “Essa é uma ameaça existencial”, completou Farley, ainda impressionado. O chefão da Ford disse ainda que "já viu esse filme antes", referindo-se à ascensão da Toyota, Honda e outras montadoras japonesas e sua capacidade de abocanhar vendas de marcas americanas desde a década de 1980.
Da mesma forma, Farley associou o crescente impacto das montadoras chinesas com a forma como a Hyundai e a Kia melhoraram muito nas últimas décadas, especialmente no segmento de elétricos.
Capri 2024 é SUV elétrico da Ford recém-apresentado na Europa
Para responder ao avanço chinês, a Ford trabalha em novas plataformas e promete lançar seu primeiro elétrico acessível até o início de 2027 (custará cerca de US$ 30.000, algo como R$ 160.000). O modelo está sendo projetado para competir com alternativas baratas da China e, desde já, carrega a promessa de ser lucrativo para a marca. “Recrutamos os profissionais mais qualificados tecnicamente e criativos de dentro e de fora da Ford para impulsionar uma mudança radical na forma como desenvolvemos um veículo elétrico”, disse Farley.
Apesar disso, a marca recuou em outras áreas. Recentemente, admitiu que os planos de se tornar totalmente elétrica na Europa até 2030 não eram mais viáveis e que continuará a vender híbridos e modelos a combustão por mais algum tempo. Além disso, cancelou os planos para ter um SUV elétrico grande de 7 lugares e adiou de 2025 para 2027 a chegada ao mercado da próxima geração da F-150 Lightning.
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Fonte: The Wall Street Journal