Reportagem publicada recentemente pela revista britânica Autocar revela que a Volkswagen está prestes a implementar um rigoroso programa de corte de custos. Dentro dessa estratégia, a empresa deverá tomar medidas bastante duras e consideradas impensáveis até alguns anos atrás. É o caso do fechamento de fábricas dentro da própria Alemanha (algo nunca feito desde que a empresa foi criada em 1937). 

As plantas de Dresden e Osnabruck são as mais especuladas como alvos do programa de cortes. A fábrica em Dresden, de menor porte, foi inaugurada em 2002 para abrigar a produção do luxuoso sedã Phaeton e atualmente é responsável pela montagem do elétrico ID.3. Já Osnabruck constrói atualmente os modelos Porsche Boxster e Cayman (que em breve serão substituídos por elétricos equivalentes), bem como o conversível T-Roc Cabriolet.

Volkswagen T-Roc Cabriolet 2022

Além do possível fechamento das fábricas, o programa de segurança de empregos da empresa também está sob risco. Estabelecido em 1994, foi projetado para evitar cortes de empregos até 2029. Como previsto, o sindicato alemão IG Metall não está nada satisfeito com o caminho que a situação está tomando . O CEO da Volkswagen, Thomas Schafer, disse à mídia alemã que a situação era "extremamente tensa" e que "não pode ser superada por simples medidas de corte de custos".

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Volkswagen ID.3 na linha de montagem

Curiosamente, os rumores vêm à tona ao mesmo tempo que o grupo Volkswagen celebra números de vendas positivos no primeiro semestre de 2024. O mercado europeu subiu 1,9% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto as vendas do conglomerado nos EUA cresceram 3%. O desempenho na América do Sul, puxado pelo Brasil, foi ainda melhor com 15,4% de crescimento. Na Ásia, porém, o grupo registrou queda de 8,2%.

Outra preocupação diz respeito às incertezas sobre o mercado de elétricos. A empresa relata queda de 15,2% nas vendas de veículos elétricos na Europa e recuo de 15,4% nos EUA.

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