Inovação, eficiência industrial, cadeia de suprimentos e concorrência de mercado. Esses são os pontos fortes das montadoras chinesas - nos quais se baseiam seus sucessos comerciais dos últimos tempos - de acordo com o Ministro do Comércio Wang Wentao, falando em Paris (FRA) em uma reunião com vários representantes de fabricantes chineses, como Geely, Saic, BYD e CATL.
Uma resposta não muito velada à Comissão Europeia, segundo a qual há subsídios estatais por trás da invasão de carros chineses no Velho Continente, violando o artigo europeu que regulamenta a "defesa contra importações subsidiadas de países não pertencentes à União Europeia".
Vamos analisar o que aconteceu nos últimos meses. Em setembro, a Comissão Europeia lançou uma investigação para esclarecer possíveis práticas desleais por parte da China, que foi acusada de subsidiar injustamente seus fabricantes para manter baixos os preços de seus carros elétricos com o intuito de poder competir com os rivais europeus.
Investigação cujos resultados chegaram relativamente rápido, com uma resposta clara (pelo menos de acordo com as palavras da Comissão): em relação aos carros elétricos, a China está violando as regras. Três evidências principais são citadas no documento:
Um apoio fiscal que afogaria o mercado e que levaria a Europa a introduzir taxas alfandegárias contra os carros chineses, de modo a aumentar os custos de exportação e, consequentemente, os preços.
Acusações que, como mencionado, o ministro Wang Wentao nega categoricamente, classificando-as como "protecionistas". A fim de esclarecer a situação e chegar a um acordo, de acordo com a Reuters, Wentao já se reuniu com Luca De Meo (nessa ocasião na qualidade de número um da Acea, a associação dos fabricantes de automóveis europeus, e não como CEO da Renault) e, durante sua turnê pela Europa, ele manterá conversas com políticos do Velho Continente, incluindo o ministro da economia da França, Bruno Le Maire, e o ministro das relações exteriores da Itália, Antonio Tajani, por ocasião do "Fórum de Diálogo e Negócios Itália-China".
Enquanto isso, os fabricantes chineses parecem cada vez mais interessados em abrir fábricas na Europa: a BYD fará isso na Hungria dentro de três anos, outra marca poderá chegar à Itália e, de acordo com rumores, o Leapmotor T03 poderá tomar o lugar do Fiat 500 em Tychy, na Polônia. No Brasil, a BYD já está trabalhando na ex-fábrica da Ford em Camaçari (BA) e tem previsão de iniciar a fabricação nacional até 2025, com capacidade para 150 mil unidades ao ano.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
McLaren foi vendida mais uma vez, inclusive divisão de competições
Chineses disputam para ter o híbrido mais econômico do mundo
Porsche: "há uma tendência clara'' de preferência por carros a gasolina
GWM lança Haval H6 na Argentina com 2.0 turbo e sem eletrificação
VW caminha para cortar fábricas, empregos e salários na Europa
Fiat Pulse e Fastback híbridos terão duas versões; veja quais
Depois da Land Rover, SsangYong faz acordo para usar plataformas da Chery