A Cummins terá que fazer recall e reparar cerca de 630.000 caminhonetes Ram depois de chegar a um acordo com o governo dos EUA por violar a Lei do Ar Limpo. As autoridades descobriram que a fabricante de motores estava usando um software ilegal para burlar os testes de emissões de diesel, e a empresa terá de pagar mais de US$ 2 bilhões (R$ 9.74 bilhões) em multas e remediação da poluição.

O programa de recall exige que a Cummins remova todos os dispositivos manipuladores instalados nos caminhões e substitua o software dos veículos, que a empresa já demonstrou que funciona para a Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

O recall envolve as picapes a diesel Ram 2500 e 3500 de 2013 a 2019 com um motor da Cummins, mas o escopo é esporádico. Ele afeta as caminhonetes ano/modelo 2013-2015 com o controlador de redução catalítica seletiva de dois sensores, todas as caminhonetes Ram 2016-2019 equipadas com Cummins e todas as Ram 2500 e 3500 2019 construídas antes de 1º de outubro.

Os proprietários de veículos nos EUA receberam ou devem receber em breve um aviso de recall, que afetará 600 mil unidades das picapes. As concessionárias Ram atualizarão o software, e a Cummins fornecerá uma garantia estendida para as peças e o software dos veículos afetados. Apesar do motor 6.7 EcoDiesel de seis cilindros também equipar as Ram 2500 e 3500 vendidas no Brasil, a Stellantis, dona da marca, diz em nota que esta decisão não afeta as unidades em solo brasileiro:

“Sobre o recall mencionado, não há qualquer impacto nas unidades comercializadas no Brasil”

A Cummins é apenas a mais recente empresa do setor automotivo a sofrer punição por seu software de emissões. O escândalo do Dieselgate da Volkswagen, que estourou em 2015, trouxe um intenso escrutínio mundial aos veículos com motores a diesel. O fiasco custou à VW US$ 4,3 bilhões. A Fiat Chrysler Automobiles e a Daimler também sofreram penalidades por terem veículos com software ruim.    

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