A Fiat-Chrysler tem enfrentado uma acusação de ter fraudado níveis de emissões nos Estados Unidos e a situação não está nada boa para a fabricante, que agora faz parte da Stellantis. De acordo com a agência Reuters, a empresa irá se declarar culpada pelo crime e deve ter que pagar multas de até US$ 300 milhões (R$ 1,43 bilhão).

O departamento de justiça dos Estados Unidos investigou a picape Ram 1500 e o Jeep Grand Cherokee com motores diesel, vendidos entre 2014 e 2016. Em 2017, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) enviou uma notificação para a FCA por supostamente violar as regras anti-polução. O motor 3.0 V6 EcoDiesel emitia mais óxidos de nitrogênio (NOx) em certas situações, como velocidade alta, usando um programa de gerenciamento do motor que não foi declarado para a EPA. Como resultado, os níveis reais de emissões de poluentes eram muito maiores em algumas condições.

Em 2021, a FCA virou parte da Stellantis, junto com uma enorme quantidade de marcas. Motor1.com contatou a Stellantis e pediu um posicionamento, mas a fabricante não respondeu antes da publicação desta reportagem. A Reuters afirma que o anúncio oficial do acordo feito com o governo norte-americano será feito no começo da próxima semana.

Não é a primeira vez que a FCA acaba fazendo um acordo sobre este assunto. No início de 2019, a fabricante fez acordos para resolver processos civis, ambientais e de consumidores sobre violações nas emissões dos motores diesel, pagando US$ 800 milhões (R$ 3,82 bilhões) em multas. Além disso, fez um recall de aproximadamente 100 mil unidades da Jeep e Ram, para atualizar o software do motor, resolvendo o problema. Naquela época, a FCA dizia que o update não afetaria o consumo médio de combustível ou dirigibilidade. No entanto, a Consumer Reports afirma que diversos donos de carros da Ram e Jeep notaram uma queda na potência e economia.

A agência Reuters diz que, além de se declarar culpada, um funcionário da FCA pode ser processado por enganar as agências regulatórias. A acusação alega que o empregado em questão conspirou para instalar os equipamentos para a fraude e fazer os carros passarem os testes de emissões de poluentes. A fabricante disse anteriormente que não usou nenhum aparelho e, no acordo feito em 2019, manteve o posicionamento que nunca quebrou nenhuma regra sobre emissões de poluentes.

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