Assim como os chineses hoje, a Hyundai passou por um período de aprendizado, basta ver a diferença de qualidade entre um modelo da marca lançado na década de 1990 e um atual. Mas, mesmo com a evolução da indústria automotiva na China, a empresa sul-coreana não acredita que tem que se preocupar e que seus carros sempre serão vistos como premium quando comparados com qualquer coisa que vier da China.
Foi o que disse John Kett, COO da Hyundai Austrália, em entrevista ao site CarSales. O executivo acredita que a era dos “carros baratos” acabou, algo que era o principal ponto de diversas marcas chinesas. E, nesse cenário, entra a experiência que a Hyundai conseguiu em criar tecnologias e desenvolver novos carros rapidamente.
“Eu acho que sempre seremos [uma marca] premium para os chineses. Nós só precisamos criar tecnologias para continuar na frente deles, para reconhecer que nosso atributos valem para alguns clientes. Nosso benefício é que o ritmo de mudanças no nosso portfólio é significante e acho que teremos que continuar fazendo isso para justificar o posicionamento de preços que temos em comparação ao nossos competidores. O tempo irá dizer se a tecnologia que traremos é merecedora do quanto cobramos”, disse Kett.
O executivo relembrou a época em que a Hyundai fazia carros mais baratos, iniciando uma guerra de preços com os japoneses em diversos mercados. Kett aponta que, se tivesse seguido essa filosofia, hoje a Hyundai não lucraria o suficiente para investir em modelos melhores e mais equipados. “Não teríamos lucro. Não seriamos capazes de custear os programas se tivessemos continuado com aqueles preços”, explica. Hoje, a fabricante tem outra estratégia, posicionando-se acima das marcas que buscam volumes maiores, com preços mais altos para manter o negócio mais sustentável.
Por enquanto, isso afeta somente o mercado global da Hyundai. Aqui no Brasil, como a fabricante tem um acordo com o Grupo Caoa, acaba não tendo muita liberdade para mexer com a linha toda, apoiando-se somente no trio HB20, HB20S e Creta. Os modelos que chegam importados vêm via Caoa, como o híbrido Ioniq, ou até mesmo com uma produção nacional, como é o caso do Tucson. Porém, com os preços subindos e as rivais se afastando do segmento de entrada, não seria uma surpresa ver os modelos produzidos em Piracicaba (SP) subirem o nível e o preço na próxima geração.
Fonte: CarSales
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Após 12 anos, HB20 chega à Argentina com motor descartado no Brasil
Novo BMW X3 M50 chega no Brasil em 2025; veja as primeiras impressões
Segredo: Hyundai e Chevrolet trabalham juntas em picapes para o Brasil
Black Friday GM tem oferta em toda linha em até 30 vezes em juros
Hyundai HB20 começa a ser exportado para a Argentina após 12 anos
Oficial: Honda deixa de oferecer a Forza 350 no Brasil
Ex-executivo da Nissan é anunciado como novo chefão global da Hyundai