Corsa Wind: relembre os 30 anos do Chevrolet que revolucionou o mercado
Compacto foi lançado na Europa em 1993 e encerrou a era dos carros quadrados no Brasil
Depois que a Opel entrou na categoria de carros pequenos com o Corsa A em 1982, 11 anos e duas atualizações de modelo depois, era hora de uma nova geração. Assim, na primavera de 1993, o fabricante apresentou o Corsa B. Sim, o modelo tem 30 anos. Na Europa, já se tornou oficialmente um clássico.
Aqui no Brasil, vendido como Chevrolet, o Corsa B recebeu o apelido de Wind, por conta de uma das versões originais do carro. Ele desembarcou por aqui em janeiro de 1994 e revolucionou o mercado nacional com suas formas mais arredondadas e orgânicas. Em 2024, as primeiras unidades vendidas oficialmente já podem até tirar placa preta.
Enquanto a Opel substituiu o Corsa B pelo C na Europa em 2000, por aqui, o carro ficou com esta carroceria atrelada ao nome Corsa até 2005, quando o sedã permaneceu, mas sendo chamado de Classic. O "Corsinha" deixou saudades e ainda serviu de base para diversos posteriores, como o Celta. Relembre agora os 30 anos desde seu lançamento na Europa.
Muitos motores, ainda mais linhas de equipamentos
Até mesmo seu eterno rival europeu, o Volkswagen Polo, demorou para ter um sucessor. Foi só em 1994, depois de incríveis 13 anos, que chegou a hora. Naquela época, o Opel Corsa B já estava no mercado e e conquistando o público.
Galeria: Opel Corsa B (1993-2000), a origem do nosso Corsa Wind
Além do fato de a plataforma Gamma da GM ter sido usada sob a carroceria S93 (a designação interna do Corsa B), a maior diferença em relação ao seu antecessor era claramente o design da carroceria fortemente arredondado. Ele tinha um visual muito mais moderno e catapultou a série dos pragmáticos e angulares anos 80 diretamente para os divertidos e coloridos anos 90.
Você pode pensar assim, mas, na realidade, grande parte do design do Corsa B remonta a uma época em que o Corsa A já dava sinais de envelhecimento. Palavra-chave: Opel Junior. Um carro conceito de 1983 que já trazia muitos dos detalhes arredondados da segunda geração do Corsa. Em comum, o conceito e o Corsa B tinha tinham em comum o designer japonês Hideo Kodama responsável por ambos.
Embora a estética do novo carro estivesse ditando novas tendências, a grande revolução sob o capô não veio inicialmente. Em um primeiro momento, o Corsa B (a partir de março de 1993 como um modelo de três portas e, a partir de agosto de 1993, como um veículo de cinco portas com uma porta traseira modificada e luzes traseiras mais estreitas) estava disponível apenas com motores a gasolina de quatro cilindros de 1.2 e 1.4 litros com 45 ou 60 cv, ou 1.5 diesel com ou sem turbo entregando 50 ou 67 cv, respectivamente. Assim, todos os trens de força permaneceram iguais aos do antecessor.
Entre o o segundo semestre de 1993 e meados de 1994, uma versão GSi com um motor Ecotec 1.6 16V a gasolina e 110 hp também foi oferecida novamente. De 1994 até o final da produção, a potência da unidade 16V caiu ligeiramente para 106 cv. O Corsa Sport foi posicionado abaixo do GSi e foi oferecido com um motor de 1.4 de 82 cv até agosto de 1994. A partir de setembro de 1994, ele foi substituído pelo 1.4 litro 16V com 90 cv.
Posteriormente, a partir de setembro de 1995, um motor 1.7 diesel de 60 cv substituiu o antigo 1.5 turbodiesel. Em 1997, a linha de motores foi ampliada com um novo propulsor a gasolina 1.0 12V já de três cilindros com 55 cv. A direção assistida elétrica (EPS) também foi introduzida nos modelos com esse motor para reduzir o consumo de combustível.
Nessa época, o Corsa havia recebido seu único (mas completo) facelift. Ele incluía parachoques dianteiros e traseiros modificados, faixas de proteção lateral mais largas e repetidores de piscas laterais de série. O design das calotas e das rodas de liga leve também foi modernizado. No interior, foram introduzidos novos tecidos e um volante de três raios com airbag (que você pode ter sacado ser o mesmo do Astra no Brasil) e a alavanca de câmbio, anteriormente quadrada, foi substituída por uma redonda.
Com a revisão, a Opel também alterou as designações dos modelos e as variantes de equipamentos. Como se 15 versões não fossem suficientes, chegaram as versões Eco, City, Swing, Sport, GSI, Joy, Atlanta, World Cup, Grand Slam, Viva, Familiy, CCD, Vogue, Advantage, Coiffeur, Twen, Cappuccino, Vogue, Advantage, Edition 100, Edition 100 Cool, Edition 2000, World Cup, World Cup Cool, World Cup Sport, Webc@r, Viva, Snow, Young, Special, City, Trio e Twist. Sim... 33 nomes em sete anos. Um trabalhão para os historiadores da Opel.
A última atualização do motor
Dois anos antes do fim da produção, a última operação no Corsa B finalmente foi realizada. A Opel equipou o carro com um novo motor pela última vez em 1998. Era um motor a gasolina 1.2 de quatro cilindros com 16 válvulas, 65 cv e 11,2 kgfm de torque. O motor era baseado no de três cilindros introduzido um ano antes. Ele foi acoplado a uma caixa de câmbio manual de cinco marchas e o carro, que pesava apenas 950 kg, acelerava de 0 a 100 km/h em 14 segundos. Velocidade máxima? 163 km/h.
E é exatamente com esse motor que nosso carro de teste está equipado. Um modelo pós-facelift azul 1998 na versão de três portas e na versão Edition 2000, com comprimento de 3,74 metros, largura de 1,61 metros e altura de 1,42 metros.
Sim, avaliamos um Corsa 1998
Imediatamente nos lembramos de como o Corsa A era aperta. E mesmo no modelo B, o espaço não é necessariamente farto. Entretanto, apesar do teto solar manual, o espaço para a cabeça oferecido pelo banco do motorista com ajuste de altura é bastante aceitável.
Os ombros do motorista e do passageiro da frente não se tocam a cada curva e, mesmo na parte traseira, com seu encosto reclinável, podemos encontrar uma posição de assento razoavelmente confortável. Que diferença uma distância entre eixos de 100 milímetros a mais pode fazer! Uma loucura.
Mas não é apenas a sensação claustrofóbica que desapareceu no Corsa B. As linhas retas dos anos 80 também deram lugar a um design interior arredondado. É claro que tudo o que é necessário para dirigir está claramente à vista, mas nada de outro mundo, afinal, eram outros tempos. Assim, atrás do volante com airbag, vemos apenas um velocímetro, um medidor de combustível, um medidor de temperatura e um punhado de luzes de advertência.
Sem ar-condicionado, mas com um telefone
No console central do nosso carro de teste, no entanto, há uma verdadeira exibição de tecnologia para a época. O controle da ventilação (sem ar-condicionado) é feito por três botões e um controle deslizante, abaixo do qual fica o rádio. No nosso caso, um Phillips CCRT 700, que era incomum para carros de entrada ma época e que, claro, era um custoso opcional com função de telefone e um visor digital correspondente no painel.
Agora, após ajeitar o assento e os espelhos retrovisores sem nenhum auxílio elétrico, insirir a chave na ignição e dar a partida, ouvimos o motor acordar em marcha lenta, sem murmúrios e agradavelmente silencioso. A primeira marcha é surpreendentemente suave e razoavelmente precisa.
Galeria: Opel Corsa 1996 em testes
Em movimento, a suspensão McPherson com molas helicoidais na frente e o eixo traseiro de torção, juntamente com o sistema de direção elétrico mencionado anteriormente, garantem uma experiência de direção bastante moderna. Animado a confortável, o carro de menos de meia tonelada freia de forma sólida com freios a disco na dianteira e freios a tambor na traseira. De qualquer forma, nos sentimos bastante confortáveis, mesmo acima de 100 km/h.
E hoje?
Ao contrário do Corsa A, o Corsa B ainda pode ser encontrado com bastante frequência nos mercados de carros usados pela Europa. Há modelos um pouco mais cansados que ainda podem ser achados por sua tabela Fipe no Brasil, que é de menos de R$ 8 mil. Mas os modelos mais raros do mercado brasileiro, como o mítico Corsa GSi, podem cobrar cifras infinitamente maiores.
Em contrapartida, o Corsa F, atual geração do modelo que compartilha a plataforma com o Peugeot 208, acaba de receber um facelift. O modelo atual rompe todos os limites estabelecidos pela segunda geração. Ele é repleto de tecnologia que não estava disponível nem mesmo em carros de luxo há 30 anos. Ele é maior, mais pesado e, é claro, significativamente mais caro.
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