Com fábrica paralisada desde março e queda de mais de 60% nas vendas em 2022, o destino da Mitsubishi na China não poderia ser outro: desistência. De acordo com reportagem do jornal Nikkei Ásia, a marca está de malas prontas para deixar o país e encerrar a parceria mantida desde 2012 com a fabricante local GAC (Guangzhou Automobile Group).
A joint-venture, batizada de GAC Mitsubishi Motors, atingiu seu pico comercial em 2018 com a comercialização de mais de 140.000 unidades. Nos anos seguintes, porém, a empresa foi diretamente atingida pela acirrada competitividade do mercado (ocasionada principalmente pelo crescimento das marcas locais). O SUV elétrico Airtrek EV foi a última tentativa de sucesso da empresa na China.
Em 2022, as entregas caíram para apenas 38.550 unidades e no acumulado deste ano até agosto a soma é de somente 11.978 carros. Para efeito de comparação, a GAC sozinha vendeu 538.455 veículos no mesmo período. Conforme explica o jornal, a produção na fábrica sediada na província de Human foi interrompida em março e a Mitsubishi não tem intenções de retomar as operações.
A planta será assumida pela GAC, que usará a instalação para produzir veículos elétricos. A montadora chinesa tem uma participação de 50% na joint-venture, enquanto a Mitsubishi Motors detém 30%. Os 20% restantes pertencem à divisão comercial Mitsubishi Corp. De acordo com o Nikkei Asia, a GAC Mitsubishi continuará a existir como uma entidade corporativa, mas as duas empresas Mitsubishi estão retirando seus investimentos.
Mitsubishi Xforce 2024
Com isso, a Mitsubishi direcionará seu capital para regiões onde é lucrativa, especialmente países do Sudeste Asiático e Oceania, que representam cerca de um terço das vendas anuais da marca. Países da África, Oriente Médio e América do Sul também rendem bons números para a empresa. Nesses mercados, estão previstos lançamentos importantes como a picape L200 Triton de nova geração e o SUV compacto XForce. Já na Europa, a marca tem apostado nos rebadges feitos de modelos da Renault.
A Mitsubishi, vale pontuar, não é a única marca japonesa em tendência de queda na China. Por lá, fabricantes nipônicas fecharam 2022 com participação de mercado de 18,3%, ou seja, recuo de 2,8% em relação ao ano anterior.
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