Elétricos e híbridos: veja a lista com os que mais desvalorizaram

Enquanto os carros híbridos e elétrico ainda estão ganhando as ruas brasileiras, um medo pode pairar na cabeça de quem pensa em comprar um: a desvalorização. Com valores mais elevados e com a tradicional resistência do público à adoção de novas tecnologias, esse tipo de veículo poderia ir mal no mercado de carros usados.

No entanto, o estudo realizado pela Mobiauto mostrou que há dois cenários bem diferentes no mercado brasileiro. O levantamento apontou que a média de desvalorização de carros híbridos tem se mostrado similar a de outros veículos convencionais com preços parecidos, tendo ficado em 8,78% após um ano de uso. A lista inclui os 25 modelos híbridos ou 100% elétricos com ano modelo 2021 e 2022 que tiveram maior volume de anúncios e acessos com interesse de compra na plataforma da empresa.

BMW 330e M Sport 2023

Híbridos ficaram na média, por enquanto

O economista Sant Clair de Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto, comentou que "os carros híbridos estão absolutamente inseridos no dia a dia do mercado brasileiro. Maior prova disso é esse resultado de depreciação que repete o percentual do mercado total”. Um exemplo do bom desempenho dos híbridos são os dois carros do segmento que tiveram a menor desvalorização: Volvo XC60 2022, com queda de 1,77%, e o BMW 330e, com 1,95%.

No entanto, como modelos com no máximo 2 anos de uso, estes modelos ainda estão em garantia. Castro Jr. acrescentou que “esse resultado tende a se modificar nos próximos anos. No futuro, quando estiverem fora da garantia, esses carros despertarão certo receio nos futuros compradores em razão do custo de manutenção. É só olhar para a estrutura de um carro híbrido: ele possui uma eletrônica complexa, que utiliza módulos para gerenciar a propulsão do motor a combustão, a elétrica e, ainda, como as duas atuam juntas. Isso pode sair caro lá na frente. Arrisco dizer que os híbridos, quando estiverem mais velhos, tendem a perder mais”.

Elétricos foram mal

Já os elétricos puros não repetiram o êxito no levantamento da Mobiauto e desvalorizaram 16,28%. Sant Clair aposta em um movimento inverso. Devido à simplicidade de manutenção, esses carros, de acordo com o executivo, irão segurar mais valor quando forem mais velhos: “Hoje, o resultado ruim dos modelos 100% elétricos pode ser atribuído a dois fatores: o primeiro deles é o uso restrito, que praticamente elimina moradores de edifícios mais antigos, que não possuem carregadores. Na prática, quero dizer que há muito menos consumidores prontos para encarar um elétrico puro. Quando a demanda é menor, o preço cai”.

O segundo motivo estaria relacionado à chegada recente de modelos chineses das marcas BYD e GWM, que puxaram para baixo os preços no segmento de elétricos zero km, trazendo vários outros modelos para baixo. “Só que esse fenômeno é recente. Um JAC EJS1 zero km custa, hoje, cerca de R$ 25 mil a menos do que um ano atrás. A desvalorização mais pronunciada dos elétricos está relacionada a isso: o seminovo cai expressivamente porque o zero km também diminuiu seu preço”, explica.

Tanto que os 4 carros que tiveram a maior desvalorização no levantamento eram 100% elétricos. E nenhum deles é de origem chinesa, com o Audi e-tron 2022 liderando as quedas do estudo, acumulando uma desvalorização de 28,25%. Nissan Leaf (-23,25%) e Fiat 500e (-22,64%) vieram na sequência.

Veja a lista de desvalorização dos elétricos e híbridos

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