A GWM promoveu uma apresentação sobre Mobilidade Verde, na qual falou sobre as tecnologias que está trabalhando para o mercado brasileiro. A montadora também para reforçar o seu posicionamento contrário ao aumento de impostos para os veículos elétricos, tema constantemente defendido pela Anfavea.
Oswaldo Ramos, COO da GWM Brasil, destacou o compromisso da montadora em tornar flex os modelos híbridos já comercializados no mercado brasileiro. Também destacou que estuda trazer a tecnologia de célula de combustível a hidrogênio por meio da recém adquirida divisão de caminhões na China.
Oswaldo Ramos - COO da GWM Brasil
Tema destacado também foi a perplexidade por parte da Anfavea, que tende a ser atendida pelo Governo Federal, no que se refere ao aumento de impostos para carros elétricos, passando dos 0% do imposto de importação para o total de 35%. Hoje, a participação de mercado dos veículos eletrificados plugáveis (Híbrido plugin e elétricos) representa apenas 1,7% do mercado, mas parte da indústria clama "pela proteção do mercado", o que não se sustenta, uma vez que estamos falando de produtos sem similar nacional.
O executivo voltou a apresentar o gráfico comparativo de emissões do "Poço à Roda" considerando a energia limpa do Brasil. Fica evidente a vantagem competitiva que o Brasil pode ter ao investir na tecnologia híbrida flex, principalmente com os modelos híbrido plug-in, se aproximando muito dos resultados do puramente elétrico. No outro extremo, os altos índices de emissões dos veículos a gasolina e diesel utilizados como carros de passeio.
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"O diesel não tem mais investimento global em novas tecnologias de motorização. É um ciclo que está se encerrando, e no Brasil ainda, apesar de ser um tecnologia que está começando a ficar com fábricas ociosas pelo mundo, você manda motorização a diesel importada para o Brasil. A gente fica discutindo aqui taxar carros elétricos e nós estamos importando motor diesel em várias marcas, inclusive veículos que são usados para passeio", destacou Ramos.
"A GWM quer dar a escolha para o mercado consumidor, para a sociedade brasileira fazer a sua descarbonização, seja híbrido, seja elétrico, seja célula de combustível", continuou.
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A estratégia de importação de carros elétricos o híbridos plug-in permitirá, na visão da empresa, acelerar a infraestrutura de recarga brasileira. Também é a grande chance do consumidor conhecer a nova tecnologia e, assim, passar e entender e ter interesse nos modelos eletrificados.
De acordo com projeções da GWM, o ponto de inflexão para produção de carros elétricos no Brasil será a partir do fim de 2025, quando o mercado brasileiro atingirá cerca de 5% de volume de modelos elétricos e híbridos plug-in.
Projeção de mercados de eletrificados no Brasil
"Hoje estamos em 1,7% de Market share com os veículos PHEV + BEV. A gente enxerga que lá para 2025 essa curva vai disparar. Então nós temos 2 anos para preparar a indústria brasileira, para preparar a infraestrutura porque vai vir e quem não investir, a partir de 2026, desaparece do mercado. Foi assim que aconteceu nos países da Ásia, Europa e Estados Unidos quando houve essa corrida pela eletrificação. Marca que não acompanha não consegue nem captar dinheiro no mercado financeiro porque fica totalmente desacreditada, inclusive no valor das ações da empresa", concluiu o executivo.
O COO da GWM Brasil ainda fez um alerta para quem não acredita no poder de escolha do consumidor: "Quem não tem investimento previsto ou não vai trazer novas tecnologias, não adianta espernear. O consumidor vai comprar nova tecnologia, alguém vai investir, porque o consumidor quer, o mercado tá gritando. O Brasil sim, vai entrar nessa nova era de eletrificação, conectividade e segurança com direção semi-autônoma".