A Renault trabalha com várias marcas na Europa e uma delas é a Dacia, sua divisão romena responsável por carros bem acessíveis. Deu origem à veículos bem conhecidos no Brasil, como Sandero, Logan e Duster. Mesmo que continue a ter uma linha de modelos baratos, a fabricante francesa vai mudar o posicionamento da Dacia para que seja uma alternativa mais popular à Jeep.

Laurens van den Acker, designer-chefe do Grupo Renault, conversou com a revista inglesa Autocar, revelando o que esperar do novo Duster e deste novo posicionamento não só do SUV como também da marca Dacia. “Não há nenhum competidor sério para a Jeep na Europa. Por que a Dacia não pode ser isso?”, questionou o executivo, “não há nenhuma marca acessível que está ligada ao ar livre, que te leva para fora das cidades o que, especialmente desde os dias da Covid, está ficando extremamente relevante.”

Este novo posicionamento começará com o Duster, que trocará de geração já em 2024 para que possa adotar a plataforma CMF-B desenvolvida junto com a Nissan. Será uma troca importante, pois a arquitetura está preparada para utilizar motorizações eletrificadas e a Dacia precisará disso para atender as novas normas de emissões na Europa.

Tudo o que foi dito pela Renault até agora indica que o próximo Duster terá um estilo mais robusto e com uma versão voltada para o lifestyle, ao mesmo tempo em que serve de exemplo para o que veremos nos próximos modelos da Dacia. Depois do SUV compacto virá um utilitário maior, baseado no conceito Bigster, este mirando no Jeep Compass. Van den Acker diz que, mesmo que o Bigster seja um carro maior e mais caro, não será muito mais refinado do que o resto da linha da empresa.

Novo Renault Duster 2024 - Projeção Motor1.com

Projeção do novo Duster feita por Motor1.com

“A realidade é que, se você começa a fazer carros maiores, você vai enfrentar outros competidores. Então não podemos simplesmente copiar a receita do Sandero para o segmento C: isto não vai funcionar. Temos que ter bem claro o que vamos encontrar em termos de competição, porque não estamos jogando o mesmo jogo”, continua o desginer, “então a Dacia vai fazer o que é certo para ser confiável no segmento C sem perder sua vantagem competitiva, que é o preço mais baixo.”

Enquanto muitas marcas estão preocupadas com a chegada dos carros chineses à Europa, com preços bem competitivos, van den Acker acredita que a Dacia está melhor posicionada para enfrentar esta onda chinesa. Para o executivo, as outras fabricantes estão elevando os preços dos carros conforme fazem a transição para os veículos elétricos, para poder custear esta transformação. Enquanto isso, a Dacia já está mais preparada, com modelos mais acessíveis e com a chance de conquistar os clientes que precisam de uma opção mais barata.

No caso do Brasil, a Renault vai se afastar um pouco da Dacia, posicionando-se como uma fabricante com carros mais refinados, sem adaptar os modelos romenos. O Duster será uma exceção, mas o futuro SUV compacto, que será revelado este ano, dará o primeiro passo para deixar para trás a imagem de marca mais barata. Por aqui, o SUV pode chegar em 2025, pois a empresa começou a cotar peças com os fornecedores para um novo carro nacional.


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