Um dos destaques da Mercedes-Benz durante a Fentran do ano passado foi a apresentação do novo motor OM 471 LA, um 13 litros turbodiesel de seis cilindros em linha mais eficiente e já apto a atender às normas Proconve P8 (Euro 6). O propulsor é utilizado na linha 2023 de extrapesados da marca no Brasil, que inclui o Actros e o Arocs.
Com os modelos Euro 6 começando a ganhar as estradas brasileiras, o Motor1.com Brasil teve a oportunidade de pegar uma carona no Mercedes-Benz Actros 2653. É simplesmente o caminhão mais potente da marca em nosso país e que utiliza um propulsor que também é visto nos EUA em caminhões Freightliner e Western Star com o nome DD13.
O OM 471 LA é a terceira geração do propulsor da Mercedes-Benz. No Actros 2653, ele entrega 530 cv de potência a 1.600 rpm e 265,1 kgfm de torque a 1.100 rpm. Ele é acoplado a uma transmissão automatizada de 12 velocidades com tomada de força. A tração nesse caso é 6x4, onde os dois eixos traseiros do cavalo mecânico ficam encarregados de levar a força ao solo. O Actros 2653 pode rodar em 6x2, 6x4 ou 4x4 com bloqueio dos diferenciais.
E o que a Mercedes-Benz mudou nesse motor para atender ao Proconve P8? A marca revisou a geometria do pistão, o design do bico de injeção e alguns parâmetros do cabeçote. Com isso, a taxa de compressão do motor de 6 cilindros em linha foi aumentada de 18,3:1 para 20,3:1, o que leva a uma combustão mais eficiente, com um pico de pressão de ignição de 250 bar.
Além da combustão e turboalimentação, a Mercedes-Benz trabalhou na redução do atrito interno do propulsor. Para isso, o OM 471 LA de terceira geração possui uma válvula de controle de pressão do óleo do motor revisada e também utiliza um lubrificante de menor viscosidade.
Mas a Mercedes-Benz trabalhou na tecnologia embarcada. O painel de instrumentos, por exemplo, cresceu e tem 12 polegadas para melhorar a visualizações das funções customizáveis. O Actros 2653 também pode ser equipado com o sistema de câmeras virtuais que substituem os espelhos laterais convencionais, as Mirror Cams, melhorando a aerodinâmica.
Foi retrabalhada a coordenação de cores e brilho do sistema de câmeras, dando mais nitidez em manobras e ao dar ré em um corredor escuro ou mal iluminado. Os braços das Mirror Cams também ficaram mais curtos e receberam uma nova capa para evitar o gotejamento nas lentes das câmeras durante chuva.
As telas internas que projetam as imagens das câmeras também acumulam funções de segurança. Ficam nelas, por exemplo, os avisos de ponto cego do caminhão. Geralmente o aviso é um triângulo amarelo na tela, mas se o motorista insistir na manobra e avançar sobre outro veículo no ponto cego, o aviso acende vermelho e a cabine emite um alarme para o motorista.
Falando em itens de segurança, o Mercedes-Benz Actros 2653 2023 também vem com uma boa lista de equipamentos de série. Entre os principais estão controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres, controle de cruzeiro adaptativo atuante em congestionamentos, iluminação de curvas e comutador automático de farol alto.
E quanto sai a brincadeira? A Mercedes-Benz divulga um preço público sugerido para o Actros 2653 partindo de R$ 1.261.600. Isso sem contar os opcionais.
Aqui fica o aviso de que não guiamos o Actros 2653 2023, apenas andamos de carona na boléia. Mas o caminhão da Mercedes-Benz é vistoso. A unidade das fotos tinha alguns opcionais, como as próprias Mirror Cams, airbag para o motorista e o freio auxiliar de transmissão (retarder).
Sobre a capacidade de frenagem, além dos freios de serviço nas rodas, o Actros 2653 tem o sistema de freio motor selecionável por alavanca na cabine e o retarder. Combinados, geram cerca de 1.000 cv de potência de frenagem. Ou seja, na hora de parar, o caminhão da Mercedes tem quase o dobro da potência usada para o movimentar.
Outro opcional incluso no caminhão das fotos é o que a Mercedes-Benz chama de Pacote Robustez. Ele inclui parachoque e os acabamentos laterais inferiores de plástico sem pintura e grade protetora para as lentes dos faróis. O parachoque dianteiro em si é mais elevado que o convencional, aumentando o ângulo de ataque. De acordo com a marca, como o Actros 2653 é bastante utilizado no escoamento de safras, o que implica que o caminhão entra e sai de fazendas por estradas de terra constantemente. Daí veio o Pacote Robustez.
O caminhão usado no trajeto estava equipado com um implemento bitrem de carga seca, lastreado com areia. Entre caminhão, carretas e carga, o peso do conjunto estava próximo a 47 toneladas. Apesar da aptidão para as cargas pesadas, a cabine está mais para os carros de luxo da marca do que para um veículo de trabalho, ainda mais com a presença das telas digitais.
A unidade tinha bancos de couro com amortecimento pneumático para motorista e passageiro, assim como encostos de braço em cada lado do assento. Ainda traziam ajustes de suporte lateral e lombar e, pasmem, função massagem para os dois bancos. A cabine ainda contava com outros mimos comuns, como a cama atrás dos assentos e uma pequena geladeira.
Andando, as 47 toneladas não foram capazes de fazer o Actros 2653 suar para vencer a inércia. A transmissão automatizada também foi revisada para receber o sobrenome PowerShift (sem relação com os produtos da Ford), tendo o tempo de troca reduzido em 40%. E isso fica perceptível nas arrancadas, com a interrupção de torque sendo bem curta.
Nas subidas e descidas da Rodovia Ayrton Senna, foi usada bastante a função Eco Roll, que desacopla a transmissão nas descidas até uma velocidade pré-programada antes de o retarder ou o freio motor entrarem em ação. Aproveitando bem o embalo na descida, boa parte das subidas na sequência eram superadas com pouca aplicação de acelerador. O resultado veio no fim do trajeto. Mesmo puxando muita carga e com um motor potente, o consumo do Actros 2653 foi bom para seu uso, marcando 2,5 km/l no computador de bordo.
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