Pela segunda vez, o governo federal fala sobre aumentar o percentual de etanol na mistura com a gasolina dos 27,5% atuais para 30%. Desta vez, quem comentou a respeito foi o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante um evento em Passo Fundo (RS) para o início da construção de uma nova usina de biocombustível. Alckmin revelou que a proposta está em estudo.

“A ideia é passar para 30%. Vamos ter a gasolina mais limpa do mundo, além do carro flex, com etanol e gasolina”, disse Alckmin. É o mesmo discurso de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energias, que havia revelado o plano em maio passado. O vice-presidente não deu qualquer detalhe a respeito além de dizer que está em estudo. Silveira havia sido mais claro, afirmando que este aumento seria feito de forma gradual, mas que antes será necessário uma avaliação técnica “junto com a indústria automotiva e o setor produtivo de etanol”.

Carro flex

Anteriormente, Silveira havia dito que a indústria sucroenergética é uma prioridade do governo federal, por “proporcionar mais sustentabilidade para o setor de combustíveis, melhorando ainda mais nossa matriz energética.” O governo tem apontado que usará o biocombustível para acelerar a descabonização do Brasil, através de um programa chamado Combustível do Futuro, que ainda será discutido no Congresso Nacional. Uma das metas do projeto é estimular a produção de carros híbridos flex no país.

Em uma estimativa inicial, o ministério de Minas e Energia acredita que o aumento da quantidade de etanol na gasolina fará com que 2,8 milhões de toneladas de CO2 deixem de ser geradas anualmente. Para a indústria do etanol, será uma boa notícia pois elevaria o consumo do combustível em 1,3 bilhão de litros. Dados da Empresa de Pesquisa Energética apontam que somente 30% dos automóveis abastecem com etanol.

O que Alckmin já revelou é que haverá um financiamento de até R$ 20 bilhões pelos próximos quatro anos, para investimentos em pesquisa e inovação de biocombustíveis, através do BNDES. A usina de etanol no Rio Grande do Sul ficará pronta em 2025 e é apenas o primeiro passo, pois o governo estadual tem mais seis localidades onde devem ser feitas novas usinas.


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