O SUV Arkana é um modelo que vai e vem nos planos da Renault para o Brasil, em uma história que começou antes mesmo de ter sido revelado oficialmente em 2018. Não há dúvida nenhuma que existe o interesse, mas alguns obstáculos precisam ser vencidos para o SUB-cupê desembarcar por aqui. Durante o Salão de Paris (França), Motor1.com conversou com executivos da Renault, tanto da operação global quanto brasileira, sobre a possibilidade do seu lançamento por aqui.
Tudo começou em fevereiro, quando Motor1.com participou do test-drive do Megane E-Tech e falou com Fabrice Cambolive, atual COO da Renault Group e ex-presidente da empresa no Brasil. O chefe de operações afirmou que o Renault Arkana estaria nos planos para o mercado brasileiro e que seria lançado na versão híbrida, usando um motor 1.6 aspirado e dois propulsores elétricos, conjunto que entrega potência combinada de 143 cv e 20,4 kgfm. Cambolive repetiu esta informação para alguns jornalistas durante o Salão de Paris, em outubro, dizendo que o Arkana faz parte de um projeto global.
Renault Arkana Híbrido no Salão de Paris
Todavia, ao conversar com os executivos da divisão brasileira, a história muda totalmente. Luiz Fernando Pedrucci, vice-presidente sênior da Renault no Brasil, descartou o lançamento do SUV-cupê no país. O ponto de inflexão estaria nos custos de homologação do sistema híbrido e adaptação do motor para aceitar a nossa mistura de gasolina e etanol. Quando questionamos Pedrucci sobre a fala de Cambolive, o executivo sinalizou que poderia ter ocorrido uma confusão sobre os países onde o Arkana será lançado.
O posicionamento de Cambolive poderia ser um indicativo de que sim, o Arkana realmente estaria nos planos para o Brasil. Por outro lado, Motor1.com ouviu outros executivos que reafirmaram que o alto investimento para adaptação do conjunto híbrido para a nossa gasolina com 27% de etanol é o ponto chave: "a conta precisa fechar", confidenciou o executivo.
Antes de ser revelado em 2018, a Renault fez uma apresentação na Ásia sobre seus próximos lançamentos e mostrou que pretendia vender um SUV com uma nova carroceria no Brasil, China, Coreia do Sul e Rússia. Quando o utilitário fez sua estreia, apenas nós ficamos de fora.
Não seria a única mudança nos planos. A Renault havia apresentado uma estratégia para o Brasil, compartilhando modelos com a Nissan e que incluíam as novas gerações de Sandero e Logan, além de outros modelos acessíveis. Poucos meses depois, veio o plano Renaulution, cancelando o hatchback e o sedã, para investir em veículos mais refinados.
É consenso dentro da Renault que o Arkana seria uma boa pedida para esta nova fase da empresa no país. O SUV seria o mesmo oferecido na Europa, feito com a plataforma CMF-B e ainda seria o primeiro híbrido da marca em nosso mercado. Tem um visual atraente e SUV-cupês estão em alta. Tem espaço na linha para o veículo, posicionado acima do Captur, mas abaixo dos futuros elétricos como Megane E-Tech.
Por outro lado, a questão de custos e importação do Arkana realmente pode atrapalhar os planos da Renault, que está no meio de um ciclo de investimentos para lançar um novo SUV compacto feito em São José dos Pinhais (PR) e produzir o motor 1.0 turbo. Com a escalada de preços e a dificuldade de ter semicondutores para fabricar os carros, viria em baixa quantidade e com um preço pouco competitivo em comparação ao seus rivais no mercado, como Toyota Corolla Cross – afinal, o Jeep Compass 4xe chegou por R$ 350 mil...
Com informações de Fábio Trindade
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Renault Arkana tem lançamento confirmado na Argentina; e no Brasil?
Jaguar revela novo logotipo e sinaliza como será 'recomeço elétrico'
Longe do Brasil, Renault Arkana 2024 ganha refinamento e novo logo
Black Friday GM: Onix e Tracker têm R$ 13 mil de desconto e taxa 0%
Já dirigimos Renault Arkana híbrido: Uma nova fase
"Vinte porcento das pessoas que experimentam a Amarok a compram"
Semana Motor1.com: Megane e Arkana no Brasil, Tiggo 8 Pro e mais