Em 24 de janeiro de 2022, a prefeitura de São Paulo (SP) resgatou a ideia de utilizar faixas exclusivas para motocicletas. O projeto, batizado de Faixa Azul, teve início em caráter experimental e está operando com o aval da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN). Agora, o governo municipal revelou alguns dados oficiais do projeto.

Esta primeira etapa do programa incluiu uma faixa para motos, entre duas das faixas de rolagem normais da Avenida 23 de maio, uma das maiores vias expressas de São Paulo, no sentido Santana/Bandeirantes. São cerca de 5,5 km de corredor na via entre a Praça da Bandeira e o Complexo Viário Jorge João Saad.

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Na época da implementação do projeto, a prefeitura insistiu não se tratar de uma faixa exclusiva, mas sim uma ferramenta para que, "em tráfego congestionado, as motos possam trafegar com mais disciplina, de forma segura e consciente e sem alterar a dinâmica existente da via". O governo da capital paulista também diz que a Faixa Azul "tem por objetivo organizar o espaço compartilhado entre os automóveis e as motocicletas, pacificar e humanizar o trânsito da cidade".

Faixa azul: menos acidentes e menos trânsito

Os dados da prefeitura de São Paulo a respeito destes primeiros meses da Faixa Azul foram positivos. De acordo com o governo municipal, desde a implementação, a faixa é escolhida por 86% dos motociclistas que utilizam a 23 de maio, contra 14% que trafegam foram do espaço.

Fazendo um recorte apenas com os acidentes desse período até agosto envolvendo apenas acidentes de moto, contabilizaram-se 33 sinistros dentro da Faixa Azul, sendo 3 graves. Fora dela, foram 37 sinistros. Considerando que o número de usuários na Faixa azul é mais de 6 vezes superior na comparação com o dos que não a utilizam, ter um número de acidentes menor é de fato positivo. 

A prefeitura ainda observou que a maioria dos sinistros ocorreram entre 8h e 10h e 15h e 21h. A causa mais comuns dos acidentes envolvendo as motocicletas na 23 de maio continua sendo a falta de sinalização dos motoristas de carros para mudança de faixa e movimentos bruscos dos automóveis. Além de motociclistas, a via ainda registrou acidentes envolvendo pedestres e trabalhadores de manutenção, mas sem relação com a Faixa Azul.

Outro dado positivo observado pela prefeitura de São Paulo é que o trânsito da Avenida 23 de maio teria melhorado. A lentidão média da via teria sido reduzida em 6,6% na comparação com 2019, período pré-pandemia e anterior à instalação do projeto no eixo viário.

Acidentes da 23 de maio Na Faixa Azul (86% dos usuários) Fora da Faixa Azul (14% dos usuários)
Sem Vítima 12 20
Com Vítima Leve 18 16
Com Vítima Grave 3 1
Total (janeiro a agosto) 33 37

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A prefeitura da capita paulista afirmou que, desde a implementação da Faixa Azul, em janeiro, os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vêm realizando o monitoramento diário dos índices de lentidão e acidentalidade com o objetivo de averiguar a funcionalidade da nova sinalização.

Em julho, a CET foi autorizada pela SENATRAN a realizar o projeto piloto da Faixa Azul, em caráter experimental, por mais um ano, em mais locais. Atualmente, a CET trabalha na implantação da Faixa Azul na Avenida dos Bandeirantes sentido Marginal-Complexo Maria Maluf. Estes são os trechos autorizados para instalação da Faixa Azul:

  • Avenida Santos Dumont, Avenida Tiradentes e Avenida Prestes Maia, no trecho compreendido entre a Ponte das Bandeiras e a Praça da Bandeira, com extensão aproximada de 4 km;
  • Avenida Rubem Berta, no trecho compreendido entre o complexo viário João Jorge Saad e a Avenida dos Bandeirantes, com extensão aproximada de 2 km;
  • Avenida dos Bandeirantes, em ambos os sentidos, no trecho compreendido entre a Via Marginal do Rio Pinheiros e o Viaduto Ministro Aliomar Baleeiro, com extensão aproximada de 8,5 km (totalizando 17km).

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