Recém-lançado no Brasil, o Citroën C3 2023 está em uma situação um pouco estranha. Feito para mercados emergentes, é diferente do modelo europeu, que trocará de geração em 2023. Será um carro diferente, mas não tanto quanto se pode imaginar, usando a mesma plataforma CMP e uma filosofia bem próxima. A fabricante até diz que se inspirou muito no C3 brasileiro para desenvolver o próximo C3 europeu, como revela Laurentis Barria, diretor global de marketing da Citroën.
O Citroën C3 vendido atualmente na Europa ainda está em sua segunda geração, lançada em 2009. Está um pouco velho, tanto que ainda usa plataforma PF1 do Peugeot 208 antigo e do C4 Cactus. A nova geração está em desenvolvimento e Barria confirma que a apresentação acontecerá “em um pouco mais de um ano”.
Obviamente, será um projeto diferente do C3 brasileiro, porém Barria diz que o hatch do projeto C-Cubed foi a inspiração para o modelo europeu. “Todo o trabalho de usar uma plataforma econômica, mas ao mesmo tempo, ser bem rígido e seguro, com conforto e adaptabilidade para mecânicas diferentes, é algo que estamos trabalhando para adaptar na Europa. Fomos muito inspirados por este projeto C-Cubed to criar o próximo C3 europeu”, explica o diretor de marketing.
Há um boa razão para isso. Barria lembra que o segmento A, onde estava o finado Citroën C1, praticamente desapareceu na Europa, por conta do custo de produção e a dificuldade de ter lucro com subcompactos, além das regras cada vez mais rígidas para emissões e segurança, o que demandava cada vez mais investimento. “Por isso, com este novo C3 que apresentamos no Brasil, estamos muito inspirados para criar o novo C3 europeu, que pode ter uma quantidade maior de versões, com variantes mais baratas e com mais tecnologia, mas sempre aproveitando o know-how que tivemos na América Latina para o C3 europeu.”
A plataforma CMP já está preparada para eletrificação, tanto que é a base do Peugeot 208 e do Opel Corsa, ambos com uma versão totalmente elétrica. O desafio da Citroën será na construção do carro, de forma que não fique muito caro e consiga chegar um valor em que será possível lucrar um pouco com a variante elétrica.
Barria cita a eletrificação como uma pedra no caminho do hatchback europeu.. O executivo aponta que é um processo muito caro e isto é um problema para uma marca como a Citroën, que se apoia no conceito de “acessibilidade”. Por isso, estão trabalhando para ter uma plataforma adaptada para soluções baratas. Um exemplo citado é, caso o cliente peça mais autonomia em um carro elétrico, irá precisar de mais baterias, aumentando o preço e o peso do carro. “Então, se queremos que a eletrificação seja acessível e sustentável, temos que pensar um pouco diferente”, conclui.
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