A crise gerada pela escassez de semicondutores ainda nem foi superada e uma nova dor-de-cabeça já começa a ameaçar a cadeia produtiva da indústria automotiva. É o que adianta reportagem recente do The Wall Street Journal sobre a iminente crise do setor de vidros na Europa. De acordo com a publicação, os custos de produção do material têm crescido consideravelmente nos últimos meses e já começa a preocupar grandes montadoras.

É o caso de gigantes como a Volkswagen. Em comunicado, a marca confirmou que está estocando grandes quantidades de componentes que usam vidro, como janelas e para-brisas, temendo problemas de fornecimento nos próximos meses. Além disso, adiantou que já pensa em alternativas caso a situação se agrave, incluindo a busca por fornecedores instalados fora do continente europeu.

A cadeia de produção do vidro consiste no processamento de areia, carbonato de sódio e calcário a altíssimas temperaturas, o que requer grandes quantidades de gás natural. Diante da crise geopolítica enfrentada pela Europa, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços dos gás subiram consideravelmente, aumentando sobremaneira os custos de produção.

Diversos setores que dependem do vidro foram afetados. Além da indústria automotiva, como o caso do Volkswagen, o segmento de bebidas também tem sentido o impacto. A gigante da cervejaria alemã Brauerei C. & A. Veltins, por exemplo, comprou de uma só vez 50 milhões de garrafas (estoque suficiente para os 12 meses de produção) depois de ver os preços dos vasilhames subindo até 90%.

VW Golf 8 2020

Há preocupações ainda no mercado de eletrônicos, onde o vidro compõe a tela de celulares e tablets. Este mesmo setor, inclusive, já vem enfrentando problemas pela escassez de microchips. A indústria farmacêutica também está em alerta, já que muitos medicamentos são comercializados em frascos de vidro.

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