Desde que March e Versa (que por um tempo virou o V-Drive) saíram de linha, o Nissan Kicks virou o único carro a ser feito pela fabricante em Resende (RJ). Isto mudará nos próximos anos, pois a empresa japonesa finalmente fala um pouco mais sobre o investimento de R$ 1,3 bilhões, revelando que terá um novo modelo nacional, a ser lançado até 2025. E este carro não será nem a nova geração do Kicks e nem uma versão brasileira do Versa.
Airton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul, conversou com algumas jornalistas durante uma visita à fábrica de Resende e falou sobre os planos da marca. Segundo o Automotive Business, o executivo revela que o complexo será modernizado e, quando os trabalhos forem concluídos, um novo carro passará a ser feito ao lado do Kicks. Cousseau já adianta que não será o Versa, atualmente importado do México, visto que é um automóvel que está nas lojas e está dentro do volume esperado.
Pela fala do presidente da Nissan na região, tudo indica que será um modelo inédito, ao invés de nacionalizar um carro que já existe em outro país. A Aliança Renault-Nissan está adotando a plataforma modular CMF em todos os seus mercados e a Renault também utilizará esta arquitetura em São José dos Pinhais (PR). Aqui na região, espera-se que os modelos nacionais utilizem somente a CMF-B para carros compactos e alguns médios.
Antecessor de Cousseau no comando da Nissan, Marco Silva havia dado indicações à Motor1.com, em uma entrevista exclusiva, de que o SUV compacto Magnite seria feito no país, posicionado abaixo do Kicks como um substituto do March. Porém, os tempos mudaram e a maioria das fabricantes estão se afastando do segmento de entrada, descartando a chegada do pequeno.
Uma boa indicação é a estratégia que a Aliança Renault-Nissan apresentou em 2020, determinando que a Renault desenvolveria os modelos pequenos e a Nissan teria uma variante própria. Isto será invertido nos modelos médios, com a Nissan cuidando da criação e a Renault adotando uma versão com seu logo. A marca francesa tem planos de criar um SUV compacto, que inclusive deve reviver o nome Clio por aqui, ao invés de criar um novo Stepway; e para um utilitário médio derivado do conceito Bigster, também confirmado para o país.
Como o Magnite teria sido descartado, é mais provável que este novo modelo seria um SUV médio baseado no Bigster, posicionando a Nissan em um segmento com o qual ela flerta há tempos. A empresa sempre comentou sobre como estudava a importação do X-Trail ao país, esperando a troca de geração do carro, que já fez sua estreia global e até agora segue longe do Brasil. Para ajudar, Cousseau disse que “com o início da produção de um novo modelo, nosso market share, que está em 3%, vai crescer, mas eu não preciso de uma participação enorme de mercado. Prefiro uma fatia menor, mas sustentável, no azul”.
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