Mercedes-Benz Classe A e Classe B sairão de linha até 2025, diz jornal
Marca reduzirá sua linha de entrada, mantendo apenas CLA, GLA e GLB
Após tantos rumores, parece que o fim dos Mercedes-Benz Classe A e Classe B está para acontecer. O jornal alemão Handelsblatt publicou uma reportagem, citando fontes dentro da fabricante, de que a linha de produtos de entrada será realmente reduzida e que esta mudança acontecerá dentro de três a quatro anos. Porém, os modelos GLA, GLB, CLA e CLA Shooting Brake sobreviverão.
Em maio, o chefe da Mercedes-Benz, Ola Källenius, disse que a empresa iria reduzir sua linha para concentrar-se no segmento de luxo, que é a "essência" da marca. Só que, na ocasião, o executivo não revelou quais seriam os carros a sair de linha ou quando isto aconteceria.
Galeria: Mercedes-Benz Classe A250 (BR)
Não há qualquer dúvida sobre o Classe B, que tem sofrido com a queda nas vendas há anos, o que já levou a uma diminuição da linha. E, como uma fonte do Handelsblatt disse, o segmento de minivans "está morto". Por outro lado, o Classe A ainda tem um espaço no mercado, então o seu possível fim já tem gerado críticas, ainda mais por ser mais uma marca a deixar de ter uma opção mais acessível.
"À primeira vista, o mundo dos ricos parece excitante e promete retornos fabulosos, mas encolher a gama de produtos é arriscado", disse Ferdinand Dudenhöffer, um dos mais respeitados analistas da indústria alemã e chefe do Center Automotive Research (CAR) da Universidade de Duisburg-Essen (UDE), ao Handelsblatt.
Segundo o analista, os carros estão cada vez mais tecnológicos, com computadores mais potentes, sistemas operacionais e baterias de longo alcance, então as economias de escala são mais importantes do que nunca. Algumas coisas já desenvolvidas podem ser aplicadas para mais veículos, ajudando a reduzir o custo de produção e beneficia as fabricantes que ainda buscam um grande volumes de vendas, enquanto a Mercedes-Benz "perderia vantagens significativas."
Galeria: Mercedes-Benz Class B 2020
Do outro lado, Ola Källenius disse que a Mercedes-Benz não deveria competir com os fabricantes de automóveis de maior volume. O executivo, que tem liderado a empresa desde 2019, também revisou a meta de seu antecessor Dieter Zetsche de vender três milhões de carros por ano. A nova meta é de 2,5 milhões por ano, com um mix diferente de produtos.
As vendas de carros compactos deverão permanecer em torno de 570.000 por ano, enquanto a faixa média superior (Classe C, EQC e Classe E) crescerá significativamente, e as vendas das faixas de modelos mais caros (Classe S, EQS, Maybach e Mercedes-AMG) devem crescer em até 60%, informou o Handelsblatt. O fim do Classe A será um momento decisivo, pois é um dos carros mais vendidos da Mercedes-Benz na Europa.
Entretanto, a nova estratégia é produzir carros globais, que façam sucesso em todos os principais mercados, incluindo a Europa, os Estados Unidos e a China. Este é o problema do Classe A, por ser "muito europeu" e não ser muito popular em outros lugares, consequentemente não sendo muito lucrativo. Junte isso ao fato de que os hatchbacks estão perdendo espaço para os SUV (como o GLA, que vende mais que o Classe A), fica fácil entender os motivos para que o Classe A saia de linha.
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