Apesar da falta de componentes, maio foi um mês mais animador para a indústria automotiva. É o que diz a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) no relatório de produção, exportação e vendas para maio. Foram fabricados 205,9 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no último mês, um crescimento de 10,7% em comparação com abril e que representa um aumento de 6,8% ante o mesmo período de 2021.

“Temos dificuldades, temos gargalos. Problemas de semicondutores ainda persiste, outros insumos também se juntaram à lista”, explica Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. “Mas, devagar, a situação tem, não se normalizado, mas vem se tornando menos crítica em relação ao mês anterior. Mas ainda é um grande desafio para as fábricas entregarem e manterem um nível de produção.” Segundo a associação, entre janeiro e maio, as fábricas pararam 16 vezes, contabilizando 331 dias inativos, o que dá uma média de 20 dias por complexo. Com isto, 150 mil veículos deixaram de ser produzidos.

A produção do mês de maio foi acompanhada pelo aumento nas vendas de 27%. Foram emplacados 187,1 mil veículos, contra os 147,2 mil de abril. Porém, ainda é um resultado abaixo do cenário de 2021. Em maio do ano passado, foram 188,7 mil unidades vendidas, 0,9% mais do que em 2022. É pior ainda no acumulado do ano, quando foram emplacados 891,7 mil unidades entre janeiro e maio, 17% mais do que os 740 mil licenciamentos registrados até agora.

Com a procura por outros mercados e o bom desempenho dos carros brasileiros em países como Chile e Colômbia, as exportações também cresceram, embora menos na comparação entre abril e maio. Foram 46,1 mil unidades enviadas para fora do Brasil, 2,8% mais do que os 44,8 mil de abril. Ainda assim, a situação está muito melhor do que em 2021, por ter crescido 24,6% (37 mil unidades) em comparação a maio do ano passado e 19,4% (166,6 mil) no acumulado.

“Chama a atenção a consistência do crescimento de mercado, um degrau a cada mês desde o início do ano, para vendas e produção. Exportações já largaram o ano em alta, e se mantêm assim. Como a tendência histórica do nosso setor é de um segundo semestre mais robusto que o primeiro, estamos muito otimistas quanto à manutenção desse bom ritmo de recuperação”, afirma Lima.

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