As esperanças de ver a Volkswagen entrar no mesmo segmento da Fiat Toro vão diminuindo. Apesar de informações falarem que seria feita na Argentina em 2024, a fabricante diz o contrário e que ainda não há planos de produzir a caminhonete. É o que disse Pablo Di Si, presidente da VW América Latina, durante o anúncio de um investimento de US$ 250 milhões na fábrica local para renovar a Amarok e aumentar a nacionalização do Taos.
“A picape compacta Tarok é um belo projeto, mas hoje é impossível fazê-la na Argentina. Estamos trabalhado com capacidade total na fábrica em Pacheco, teríamos que abrir uma terceira linha de montagem. Hoje, é humanamente e tecnicamente impossível”, explica Di Si durante a coletiva. A fábrica de Pacheco atualmente produz a picape média Amarok e o SUV Taos.
Se a Argentina está fora de cogitação no momento, a marca poderia olhar para uma de suas fábricas brasileiras, mas Di Si revela que não é o caso: “Poderia ser feita no Brasil? Talvez. Mas, no Brasil, temos outros projetos em andamento, como a nova família de carros compactos que será iniciada com o novo Polo Track, que já foi anunciado.”
Isto complica a chegada da Tarok. O executivo falou diversas vezes de como gostava do projeto feito no Brasil, motivo de orgulho para a operação local. A picape foi exibida no resto do mundo, como no Salão de Nova York e despertou o interesse pela caminhonete. Sua chegada era esperada há um tempo, mas a pandemia fez a Volkswagen rever toda sua estratégia, por conta dos altos custos para manter a operação enquanto as fábricas ficaram fechadas no mundo todo em 2020.
A Tarok seria mais uma aposta no segmento da Fiat Toro, que ganha cada vez mais modelos com a renovação da Renault Oroch e o lançamento da Ford Maverick. Em 2023, a Chevrolet será mais uma a apostar nesta categoria com a nova Montana, que ficará maior e mais refinada. Como a Maverick chegou bem mais cara e a Montana será um pouco menor, esperava-se que a Tarok fosse a primeira rival de fato da Toro.
Montá-la na Argentina faz sentido. O projeto foi feito como uma mistura do Taos com a Amarok, usando a mesma plataforma MQB-A1 do SUV médio. O parentesco é tão grande que até o nome Tarok é uma referência: o Taos era conhecido como projeto Tarek e mudou a letra “E” por “O” para lembrar da Amarok.
Era um projeto que estava até que adiantado. Quando mostrou a picape no Salão do Automóvel de 2018, a Volkswagen disse que 80% do design já estava concluído e o protótipo já contava com um interior completo, até mesmo com elementos próprios como a “caçamba variável”, usando um sistema de abertura da parte traseira da cabine, que inclusive seria usado na versão de produção. Teria os motores 1.4 TSI flex e 2.0 TDI de 150 cv, sempre com transmissão automática de 6 marchas.
Isto significa que não veremos a Tarok? Não exatamente. Em sua fala, Di Si sempre deixa claro que “hoje” seria impossível produzir a picape, sem nunca falar que o projeto está realmente cancelado. Informações anteriores diziam que seria produzida em 2024, mas é possível que saia da gaveta e vire parte do próximo plano de investimentos da Volkswagen após 2026, chegando no mercado a tempo de enfrentar a 2ª geração da Fiat Toro.
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