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Grupo Volkswagen reduzirá linha de carros a combustão em 60% até 2030

Executivo diz que a fabricante agora vai focar em lucro e qualidade ao invés de ter um alto volume de vendas

2022 Skoda Fabia Monte Carlo

Parece que todas as fabricantes estão desistindo de apostar em modelos de baixo custo. Agora é a vez do Grupo Volkswagen (e não apenas a marca VW) sinalizar que dará foco maior em carros mais refinados e de maior qualidade, sem se importar com volume de vendas. E, neste processo, irá acabar com 60% de seus carros a combustão nos próximos oito anos.

Esta decisão importante foi feita durante uma entrevista de Arno Antlitz, chefe financeiro do Grupo Volkswagen, para o Financial Times: "A principal meta não é crescimento. Estamos [mais focados] na qualidade e nas margens [de lucro], ao invés de volume e participação de mercado." Este processo será feito no mercado europeu, onde a empresa tem mais de 100 modelos espalhados por todas as suas marcas como Volkswagen, Skoda, Seat, Audi e tantas outras.

2021 Skoda Fabia

Alguns até podem argumentar que esta mudança já está acontecendo, visto que a Skoda já está vendendo carros com preços muito próximos da Volkswagen, sendo que era para ser uma marca mais acessível. No geral, todos os carros do Grupo Volkswagen encareceram consideravelmente nos últimos anos e isto continuará acontecer. E, com cada vez mais carros elétricos sendo lançados, faz sentido que a empresa esteja sinalizando o começo do fim dos carros a gasolina (e diesel).

Isto será uma grande mudança em comparação à estratégia da empresa até agora, que disputava o cargo de maior fabricante do mundo com a Toyota há anos. Muitos dos carros de entrada já estão sumindo do mercado, com o abandono do segmento dos subcompactos na Europa e muitos dos compactos já apostando em versões elétricas. Uma das explicações é que, com cada vez mais exigências de segurança e baixo nível de emissão no mercado europeu, carros baratos dão menos lucro.

Isto explicaria um pouco do que aconteceu em 2021. A Volkswagen perdeu a corrida pelo título de maior fabricante do mundo, com 9.305.000 unidades vendidas, contra 10.495.548 da Toyota. Se pensarmos apenas na Europa, a alemã se saiu melhor com 3.158.559 veículos, superando a Stellantis com 3.081.590.

Algumas marcas do grupo já tem apostado nesta mudança. Bentley já anunciou que terá somente carros elétricos após 2030, a Bugatti agora está em uma joint-venture com a Rimac para ter esportivos elétricos nos próximos anos e até a Lamborghini já deixará de oferecer motores a combustão sem um sistema híbrido. A própria marca Volkswagen tem investido pesado na linha ID, com vários modelos em segmentos diferentes.

Até o momento, isto envolve apenas a Europa, mas é questão de tempo que a decisão afete outros mercados onde o Grupo Volkswagen participa. Um exemplo é os Estados Unidos, onde os carros a gasolina da marca sairão de linha até o começo da próxima década. No caso do Brasil, a marca está investindo no etanol como uma alternativa para a eletrificação.

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