Quando a nova geração do Volkswagen Golf foi apresentada, a marca ainda fazia mistério sobre o carro vir ou não, principalmente porque isto aconteceu enquanto lançavam o Golf GTE antigo no Brasil. Desde então, o hatchback saiu de linha e nunca mais ouvimos falar dele. Para nossa surpresa, uma foto circula nas redes sociais, mostrando o Golf com placas verdes, mostrando que a fabricante está testando o veículo em solo brasileiro.
A única imagem mostra o Volkswagen Golf de traseira, com um Taos tampando parte da visão e um Voyage logo à frente (também com placa verde). Há um único detalhe no Golf que até permite dizer que versão é essa: a saída do escapamento. A única versão que tem este estilo com uma divisão vertical é o hatch com o pacote R-Line, que não é oferecido como opcional nas demais configurações.
Sendo o Golf R-Line, temos duas possibilidades sobre a motorização. A primeira é o 1.5 TSI, uma evolução do motor de quatro cilindros que equipava o Golf nacional. Na Europa, é oferecido nas versões de 130 cv e 150 cv, ambas com câmbio manual de 6 marchas. A segunda opção de motor é a 1.5 eTSI, que repete o propulsor mas adota um sistema híbrido-leve de 48V. A diferença é que aproveita o sistema de desativamento de cilindros para que o gerador mantenha o carro em movimento. Ao usar esta mecânica, o carro consegue fazer 17,5 km/litro, pelos testes oficiais na Europa. Ainda tem um 2.0 turbodiesel de 150 cv, que não virá por não conta da lei.
Neste cenário, o que faz mais sentido é que seja uma unidade do Golf R-Line com o 1.5 híbrido-leve. Os incentivos para carros elétricos e híbridos valem até mesmo para os modelos mild-hybrid, motivo pelo qual muitas marcas como Kia, Mercedes-Benz e Subaru estão trazendo carros com esta tecnologia ao invés de sistemas híbridos mais robustos. Isto ajudaria a ter um preço mais acessível, pois o modelo não é tão caro quanto o GTE, com uma motorização mais barata e ainda teria a isenção do imposto de importação.
Há outra possibilidade: na verdade, está servindo apenas como mula para testar o motor 1.5 TSI no Brasil. O 1.4 TSI está envelhecendo e a Volkswagen terá que preparar um novo propulsor para atender as próximas normas de emissões e rendimento. Como o 1.5 TSI é uma evolução do 1.4, a fábrica em São Carlos (SP) pode ser atualizada para fazer o novo propulsor. E, com todo o papo da Volkswagen sobre o etanol, faz até sentido esperar o 1.5 TSI híbrido-leve aceitando o biocombustível no futuro.
Se o novo Volkswagen Golf aparecer no Brasil, será para cumprir o que os executivos da marca diziam há alguns anos: o hatch médio será um carro de nicho, servindo de “vitrine” para novas tecnologias. E, com a chegada do Toyota GR Corolla no futuro, quem sabe a VW não olhe com mais carinho para o Golf e o traga como um de seus carros de imagem.
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